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Com o lançamento da Honda CG 150 Titan em 2004, que imediatamente se transformou na moto mais vendida do País, a categoria 125 perdeu parte de seu carisma. Aos modelos de 125, restou a missão de atender ao consumidor que busca menor preço na hora de comprar sua moto.
Mas parece que esse não é o pensamento da Suzuki. A fábrica não se arrisca a acelerar na contramão e, recentemente, lançou duas 125cc: a GSR 125 (R$ 5.990) e a GSR 125S (R$ 6.490). Sendo que a versão S traz alguns apelos de design para atrair o consumidor.
Produzimos uma sessão de fotos com as duas versões da GSR 125 para que você perceba as diferenças visuais. Também gostaríamos de avaliar os dois modelos, porém recebemos a versão mais simples com problemas no acelerador, o que acabou inviabilizando o teste. Ainda assim tiramos tudo da GSR 125S, mais top e esportiva.
A GSR 125S é uma 125 que causa impacto visual por conta de sua carenagem envolvendo o bloco óptico e o spoiler sob o motor. Soma-se a isso rodas com desenho esportivo, amortecedores traseiros com reservatório de gás separado, piscas com lentes brancas etc... Se a Suzuki tinha a intenção de causar uma impressão de moto maior na sua 125cc, ela conseguiu. Mas será que os apelos visuais são o bastante para que ela custe R$ 6.490?
Subir na moto é uma tarefa simples e fácil. O banco a apenas 73 cm do chão permite ao piloto de menor estatura ficar à vontade na GSR 125S. O semiguidão (exclusivo na GSR 125S) possui contrapeso nas extremidades para evitar que a vibração do motor incomode às mãos do piloto. O painel digital se destaca pelo enorme conta-giros e um grande display em LCD com velocímetro, nível de combustível, hodômetros total e parcial, além do marcador de marcha engatada. Destaque também para o bocal do tanque no estilo aeronáutico, mais comuns em motos maiores, pode ser considerado um “luxo” nessa categoria.
Volta ao passado
Pena que a sensação de modernidade fica no passado na hora de ligar a moto. Apesar de contar com partida elétrica o piloto tem que acionar o afogador para que o carburador possa alimentar adequadamente o motor. Depois que o motor atingir a temperatura ideal é necessário retornar o comando a posição original. E não se esqueça de abrir a torneira de combustível. Isso é uma volta ao passado!
Seu propulsor de 125 cm³ usa a consagrada receita de um cilindro refrigerado a ar com comando simples no cabeçote (OHC). O motor oferece a potência máxima de 10,72 cv a 9.000 giros enquanto o torque máximo de 0,95 kgf.m está disponível nos 6.000 giros. O que significam esses números? Você terá que acelerar muito para extrair o desempenho máximo dessa moto.
Ao nosso ver uma 125 deve ser capaz de largar com rapidez quando abrir o farol e ultrapassar automóveis com agilidade. Isso significa segurança para se livrar de alguma situação de risco. Nesse caso, infelizmente, a GSR deixa a desejar. É um modelo que “pede” giro alto do motor para vencer a inércia e sair do lugar. Se o motociclista vacilar o motor chega a morrer. Porém vale lembrar que isso é questão de costume e que muitos pilotos gostam desse tipo de condução.
Na estrada
Deixando a cidade para trás a moto se mostrou à vontade na estrada, porém em ritmo mais comedido. A carenagem do farol oferece proteção aerodinâmica, pouca é verdade, mas já é o bastante para desviar parte do vento, chuva e sujeira. Falando em conforto, o banco, em dois níveis, agrada nos primeiros momentos, mas depois de algum tempo chega a incomodar. Isso acontece por culpa da espuma macia demais que afunda com o passar do tempo. A posição de pilotagem também é comprometida pela posição das pedaleiras (retráteis) que são muito elevadas. Para o garupa esse é um incomodo ainda maior, pois suas pernas vão muito dobradas o que causa incômodos para os acompanhantes de estatura elevada.
Durante a avaliação na estrada o motor foi mantido na faixa dos 8.000 giros, com isso a velocidade de cruzeiro se estabilizava entre 80 e 90 km/h em quinta e última marcha. Quando acelerávamos ao máximo era difícil passar dos 100 km/h, o conta-giros marcava cerca de 9.000 rpm e o motor cortava a ignição. Atingimos a velocidade máxima de 120 km/h (marcada no velocímetro) apenas nas descidas e, nessa situação, a vibração do motor foi elevada. Essa característica mostra que em rodovias de pista simples, o usuário da GSR deve ter atenção ao tempo necessário para ultrapassagens devido ao rendimento limitado do motor.
Em relação aos freios e às suspensões não tivemos surpresas. Equipada com disco de freio na dianteira e tambor na traseira oferece frenagens adequadas ao seu desempenho. Já a boa surpresa foi o conjunto de suspensão (com regulagens na traseira) que permite mudanças de trajetórias com facilidade. Por conta da posição das pedaleiras e do semi-guidão o piloto tende a atacar as curvas de forma agressiva. Agradam também o conjunto de rodas esportivas e os pneus sem câmara, inédito entre as 125cc.
Consumo e autonomia
Como a maioria dos usuários das motos de 125 cc busca baixo consumo de combustível é bom saber que esse não é um dos pontos fortes da GSR. Em um trajeto de 132 quilômetros o consumo foi de 26,94 km/litro. Só para comparar, a GSR 150i, modelo street da Suzuki com injeção eletrônica, chega a rodar 38 km/l. Se o consumo não é um dos pontos fortes, ao menos sua autonomia se destaca. Com tanque de 14 litros é possível percorrer mais de 370 quilômetros.
Deixando de lado a frieza dos números, o grande barato dessa Suzuki está no visual. Nenhuma de suas concorrentes tem esse apelo esportivo como as carenagens, detalhes do amortecedor a gás, piscas com lentes brancas, pedaleiras da garupa fixadas no quadro e um painel tão completo. Afinal, suas concorrentes na categoria têm uma queda pela formalidade e não primam pela beleza, nasceram apenas para o trabalho.
Concorrentes e opções
Custando R$ 6.490 a chinesa GSR 125S, montada em Manaus pela Suzuki, tem a seu favor o visual esportivo e alguns luxos. Na sua categoria a mais vendida é a CG 125 Fan, fabricada em Manaus, que na versão com partida elétrica, e freio a tambor nas duas rodas, está cotada em R$ 5.890. Outra concorrente de peso, também fabricada em Manaus, é a Yamaha 125 Factor que na sua versão completa (com freio a disco e partida elétrica) pode ser adquirida por R$ 6.700.
Porém quem não faz questão de ter uma 125 e quiser pular para uma categoria acima, a 150, terá boas surpresas. Entre elas destacamos a chinesa Dafra Riva 150. O modelo, que é montado em Manaus, possui os mesmos apelos visuais e custa R$ 5.340
Ficha Técnica Suzuki GSR125S
Motor Quatro tempos, monocilíndrico, 2 válvulas, OHC, refrigeração a ar e sistema de eixo balanceador
Potência máxima 10,72 cv a 9.000 rpm
Torque máximo 0,95 kgf.m a 6.000 rpm
Cilindrada 125 cm³
Diâmetro x Curso 57,0 X 48,8 mm
Taxa de Compressão 9,2: 1
Transmissão 5 velocidades
Sist. de Transmissão Corrente
Sistema de Lubrificação Cárter Úmido
Alimentação Carburador
Partida Elétrica
Comprimento Total 2.055 mm
Largura Total 730 mm
Altura Total 1.090 mm
Entre-eixos 1.270 mm
Distância do Solo 165 mm
Altura do Assento 735 mm
Peso 144 Kg (em ordem de marcha) 134 kg (versão GSR 125)
Suspensão
Dianteira Telescópica de amortecimento hidráulico, mola helicoidal
Traseira Balança com dois amortecedores hidráulicos/pressurizados a gás, molas helicoidais, com ajustes de pré-carga das molas
Freio
Dianteiro Disco
Traseiro Tambor
Pneu
Dianteiro 2.75-18 M/C 42P, sem câmara
Traseiro 90/90-18 M/C 57P, sem câmara
Tanque 14 litros
Óleo do Motor 1.100 ml (com troca de filtro)
Cores Amarela, Preta e Prata
Preço R$ 6.490 (GSR125S) R$ 5.990 (GSR 125)
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