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A Volkswagen aposta alto no novo Polo, que abre a temporada da maior ofensiva de renovação de produtos já feita pela marca no mercado brasileiro. O hatch é o primeiro de 20 lançamentos prometidos pela fabricante nos próximos quatro anos, o abre-alas da estratégia de reconstruir a imagem da marca com mais tecnologia, segurança, eficiência energética e visual moderno. Com quatro versões de acabamento, três opções de motorização (1.0, 1.6 e 1.0 turbinado) e preços ajustados entre R$ 50 mil e R$ 75 mil, a direção da empresa cultiva a ambição de rapidamente colocar o Polo na lista dos cinco mais vendidos no País – o que, em números de agosto, significa vender acima de 6 mil unidades/mês, como tem feito outro VW, o Gol, o quinto mais emplacado, com cerca de 50 mil unidades vendidas nos oito primeiros meses deste ano.
Ambições elevadas exigiram investimentos igualmente altos. “Investimos R$ 2,6 bilhões [do programa de R$ 7 bilhões até 2020] para fazer na fábrica Anchieta (em São Bernardo do Campo) o Polo e o Virtus [versão sedã a ser lançada no início de 2018]. O modelo traz padrões inéditos de tecnologia e segurança em seu segmento no Brasil. Por isso marca o início de uma nova Volkswagen aqui”, resume David Powels, presidente da empresa no Brasil e América do Sul.
A pré-venda do novo Polo brasileiro começou junto com a apresentação do modelo à imprensa, na noite da segunda-feira, 25. Em menos de 12 horas mais de uma centena de reservas foram feitas, a maioria das versões mais caras, com pagamento de R$ 1 mil para garantir lugar na fila. As entregas só serão feitas a partir do início de novembro, quando as mais de 500 concessionárias da marca no País estarão totalmente abastecidas. “Não gostamos de fixar números, mas acreditamos que o Polo tem potencial para se tornar um dos cinco mais vendidos no País”, afirma Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas e marketing.
Competição, versões e preços
Os preços do Polo foram cirurgicamente ajustados para bater de frente principalmente com as versões mais caras de quatro principais concorrentes: Fiat Argo, Chevrolet Onix, Ford Fiesta e Hyundai HB20. A Volkswagen garante que o Polo é maior e mais confortável que todos os competidores diretos, além de ter mais tecnologia embarcada.
Fichas técnicas
Polo 1.0 MPi
Polo 1.6 MSi
Polo Comfortline 200 TSi
Polo Highline 200 TSi
A chegada do novo carro também obriga a Volkswagen a refazer sua própria estratégia de produto, já que agora tem a mais extensa lista de hatches pequenos do mercado, em escada que começa com Gol e sobe para Up!, Fox e termina no Polo. Como consequência, a partir deste mês o Fox não será mais vendido com motor 1.0 e terá apenas duas versões, Xtreme (R$ 57.590) e Connect (R$ 54.520), ambas com o velho motor 1.6 de 104 cv (leia aqui). O número de opções de Gol e Up! também deve ser reduzido. Isso sem falar na competição que se abre internamente contra o Golf, hatch médio com vendas em baixa que tem versões com a mesma motorização 1.0 TSI e 1.6 MSI, com entre-eixos apenas 7,2 centímetros maior que o do Polo.
“A Volkswagen nunca terá os preços mais baratos, queremos oferecer mais qualidade e atualização tecnológica. Não vamos abrir mão do segmento de entrada, mas devemos focar em produtos para a classe média”, explica a estratégia Powels.
Schmidt avalia que as opções mais caras vão liderar as vendas. O carro-chefe da gama, com 40% a 50% das preferências, será o Polo Confortline 200 TSI, a segunda versão mais cara da linha, porém a mais barata com o motor três-cilindros 1.0 turbo de 115/128 cv (gasolina/etanol) e câmbio automático de seis marchas, que parte de R$ 65.190 e pode chegar a R$ 70 mil com todos os opcionais – o que não vale a pena, pois a lista agregada de equipamentos pelo valor maior é praticamente a mesma que já vem de série no Highline.
O Polo Confortline só fica abaixo do topo de linha Highline 200 TSI, que usa a mesma motorização e transmissão mas custa de R$ 69.190 a R$ 75 mil, devendo representar de 20% a 30% dos emplacamentos.
A seguir nas preferências deve ficar o Polo MSI com motor quatro-cilindros aspirado 1.6 de 110/117 cv e câmbio manual de cinco marchas, por R$ 55 mil a R$ 57,6 mil.
O Polo menos procurado – porque compete com opções mais baratas no mercado, inclusive da própria Volkswagen na forma do Gol – será o equipado com o motor três-cilindros MPI 1.0 aspirado de 75/84 cv e câmbio manual de cinco marchas, vendido a partir de R$ 50 mil, ou R$ 52,6 mil completo com opcionais de segurança e infoentretenimento.
Avaliação
A versão que testamos foi a topo de linha, Highline, com todos os opcionais. Acesse o vídeo abaixo e confira como foi esse teste.
Qualidades
Construído sobre a plataforma modular MQB – que dá origem atualmente a mais de uma dúzia de modelos das marcas do Grupo VW –, o Polo tem de fato diversas qualidades interiores pouco vistas em hatches compactos de seu segmento no Brasil, a começar pela estrutura da carroceria, projetada com mais de 50% de aços especiais de alta resistência. Apesar do maior em comprimento, largura e distância entre eixos em relação à geração anterior, graças à aplicação de materiais leves o novo Polo é 44 quilos mais leve.
O hatch está sendo lançado quase que ao mesmo tempo na Europa e América do Sul, com mínimas diferenças de design exterior, nível de acabamento e pacotes de equipamentos. O desenho externo carrega a identidade visual global da marca, faz o polo bastante parecido com a mais recente geração do Gol, não chega a ser arrebatador, mas também não compromete, é agradável aos olhos. Por dentro o Polo é um Volkswagen legítimo, sem luxos e acabamento rústico, com muito plástico duro de tocar – e de ver.
O carro se sobressai em segurança. Em conjunto com a estrutura projetada para proteger seus ocupantes, toda a gama do Polo tem de série quatro airbags, dois frontais e dois laterais, bem como cintos dianteiros com pré-tensionador. No assento traseiro existem fixadores Isofix para cadeiras infantis. Freios a disco nas quatro rodas e o obrigatório ABS (antitravamento) com distribuidor eletrônico de frenagem também garantem um veículo mais seguro.
Mesmo antes de chegar ao consumidor, esse pacote de segurança já garantiu bom desempenho ao carro na avaliação divulgada na terça-feira, 26, pelo Latin NCAP, que conferiu cinco estrelas (a nota máxima) para proteção de ocupantes adultos e crianças nos testes de impacto frontal, lateral e de arremesso lateral contra poste, fazendo do modelo um dos mais seguros já avaliados pelo instituto (leia aqui).
Contudo, o controle eletrônico de estabilidade (ESC) e tração só é de série nas versões topo de linha Highline e Confortline, nas outras duas só pode ser instalado como opcional por R$ 1.050 extras. Segundo o padrão atual do Latin NCAP, só as opções com ESC podem ganhar cinco estrelas – mas claro que a Volkswagen faz propaganda e já afixou adesivo no vidro traseiro com o resultado positivo, como se toda a gama tivesse a mesma nota.
De melhor o Polo tem excelente dirigibilidade e o eficiente powertrain que equipa as duas versões de topo, um econômico e ao mesmo tempo muito bem-disposto conjunto, formado pelo câmbio automático Aisin de seis marchas que transmite com agilidade a força do motor tricilíndrico TSI 1.0 turboalimentado com injeção direta de combustível, que gera 128 cavalos abastecido com etanol e admiráveis 200 Nm de torque máximo (daí o nome 200 TSI). Na prática, o Polo 200 TSI é muito agradável de dirigir. Nessa configuração, a impressão é de ter um motor maior e mais potente empurrando o carro, com acelerações espertas: de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e máxima de 192 km/h, segundo medições da Volkswagen.
Pacotes
Todas as versões do Polo vêm de série com direção assistida elétrica, ar-condicionado, acionamento elétrico de vidros, travas e retrovisores externos, suporte de smartphone no painel com entrada USB para recarga, chave canivete com controle remoto, sistema de som/rádio e computador de bordo, entre outros elementos de conforto.
Para o Polo 1.0 e 1.6 MSI estão disponíveis dois pacotes de opcionais: o primeiro, Connect, sai por R$ 3.340 (R$ 2,6 mil na promoção de pré-lançamento) e inclui volante multifuncional, sistema de infotainment Composition Touch com tela central de 6,5 polegadas sensível ao toque que espelha o smartphone (inclusive navegação por Waze), além de funções do carro e do rádio/áudio, controle eletrônico de estabilidade (ESC) e roda de liga leve de 15” com pneus 185/65 R15. O segundo pacote, Safety, traz só o ESC por R$ 1.050.
O Polo Comfortline inclui na lista de equipamentos de série banco traseiro bipartido, coluna de direção ajustável em altura e distância, ESC, faróis de neblina com “cornering light”, sistema de infotainment Composition Touch, rodas de liga leve de 15” com pneus 185/65 R15, sensor de estacionamento traseiro, descanso de braço dianteiro com porta-objetos, lanternas traseiras escurecidas e volante multifuncional, entre outros recursos.
Há dois pacotes de opcionais: o primeiro, Tech I, por R$ 2.990 (ou R$ 2,2 mil no pré-lançemento) inclui sistema “Kessy” para abertura e fechamento das portas sem uso da chave e partida do motor por botão, controlador automático de velocidade de cruzeiro, sensor de estacionamento dianteiro, retrovisor interno eletrocrômico, volante multifuncional com “borboletas” para troca manual de marchas, sensores de chuva e crepuscular, farol com ajuste automático de intensidade e rodas de liga leve de 16” com pneus 195/55 R16.
O pacote Tech II aumenta o preço em R$ 4.840 (R$ 3,5 mil no pré-lançamento) e agrega aos itens anteriores o indicador de pressão dos pneus, ar-condicionado digital, sistema de divisão do porta-malas (e rede porta-objetos), porta-luvas refrigerado, câmera traseira, detector de fadiga, sistema de frenagem automática pós-colisão, volante multifuncional revestido em couro e apliques em preto brilhante na cabine.
A versão Highline soma aos itens de série da Comfortline o sistema “Kessy” de abertura das portas sem uso da chave e partida do motor por botão no console central, controlador automático de velocidade de cruzeiro, ar-condicionado digital, banco do passageiro dianteiro rebatível, descanso de braço dianteiro com porta-objetos e duas portas USB para carregamento, porta-luvas refrigerado, faróis de neblina com função “cornering light” (luz de conversão estática), luz de condução diurna (DRL) em LED ao lado dos faróis de neblina, rodas de liga leve de 16” com pneus 195/55 R16, sobretapetes e volante multifuncional revestido em couro com “borboletas” e apliques em preto brilhante na cabine.
Como opcionais, o Polo Highline oferece três pacotes. O primeiro, sem conexão com nenhum outro, traz revestimento dos bancos em couro sintético por R$ 800. O segundo, Tech High, custa R$ 3.585 (R$ 2,8 mil no pré-lançamento) e inclui sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, indicador de pressão dos pneus, divisão do porta-malas (e rede porta-objetos), antena “tubarão”, câmera traseira para estacionamento, detector de fadiga, espelho retrovisor eletrocrômico, farol com ajuste automático de intensidade, sistema de frenagem automática pós-colisão, sensores de chuva e crepuscular e sistema de infotainment Discover Media (com navegação por GPS). Quem quiser acrescentar a tudo isso o painel de instrumentos 100% digital de 10 polegadas Active Info Display, paga R$ 5.990 (ou R$ 4,5 mil na promoção) no pacote Technology, que também adiciona rodas de liga leve 17” com pneus 205/50 R17.
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