Em 2017 foram emplacadas 851.211 motos, resultado 14,71% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Porém, em dezembro passado foram licenciadas 77.458 unidades, crescimento de 18,62% na comparação com novembro. Com este resultado, as quedas nas vendas parecem ter estancado, de acordo com a Fenabrave, entidade que reúne os distribuidores de veículos. Com isso, os concessionários projetam um aumento de 6,5% nas vendas para 2018, chegando a mais de 906 mil motos licenciadas neste ano.
Segundo Carlos Porto, vice-presidente do segmento moto da Fenabrave, o setor vem sofrendo sucessivas quedas desde 2008 e deverá retornar a marca de um milhão de unidades vendidas apenas em 2021; patamar alcançado em 2005 quando foram comercializadas exatas 1.007.131 motos. “Até lá teremos que trabalhar junto aos bancos para ampliar o crédito ao consumidor de baixa renda”. Segundo o executivo, de cada 10 fichas de financiamento enviadas atualmente aos bancos, apenas 2,5 são aprovadas.
Porto disse ainda que a falta de segurança é outro agente inibidor das vendas de motocicletas, principalmente para modelos de média-alta cilindrada. “Hoje não falta comprador para as ‘big-bikes’, o que falta a esse consumidor é rodar sem a preocupação de ser assaltado”, afirma Carlos Porto.
As mais vendidas
Apesar da falta de crédito e dos alarmantes índices de violência, o vice-presidente destaca os scooters como um dos pilares da recuperação do mercado de duas rodas. O Honda PCX 150, por exemplo, pulou da oitava posição em 2016 para a sexta colocação no ranking das motos mais vendidas do país, com um total de 28.049 unidades emplacadas. O crescimento das vendas do veículo está diretamente ligado a questão da mobilidade urbana, fácil condução, boa dose de tecnologia e espaço sob o assento, características que atraem novos usuários.
A Honda CG 160 continua sendo a moto e o veículo mais vendido do País, com 229.347 unidades emplacadas. Em termos de comparação, a GM emplacou exatos 122.082 exemplares do Onix, o carro mais vendido em 2017.
Ranking das marcas
Na briga por um melhor posicionamento no ranking das marcas em 2017, as montadoras investiram em lançamentos, promoções e, em alguns casos, ampliação da rede. A Honda mantém sua supremacia no segmento de duas rodas com 78,26% do share, que representou 666.146 unidades emplacadas. Apresentado um crescimento gradual, a Yamaha agora tem 13,54% (115.225 motos licenciadas).
Nas motos premium, três marcas merecem destaque por seu crescimento no ano passado. Impulsionada pela chegada da street G 310R, a BMW fechou o ano com 6.626 motos emplacadas, contra 6.482 unidades em 2016. Em 2017, a Harley-Davidson vendeu 560 motos a mais que no ano anterior. Destaque para a linha de 1200cc, com 890 motos licenciadas de um total 5.294 Harley vendidas.
Com cinco anos de Brasil, a Triumph também apresenta crescimento sustentado. Tem apresentado novos modelos e ampliando sua rede de forma consciente. Ano passado, a marca inglesa emplacou 3.919 motos, contra 3.898 unidades em 2016.
As mais vendidas em 2017
Marca/Modelo Quantidade
Honda CG 160 229.347
Honda NXR 160 Bros 111.912
Honda Biz 109.830
Honda Pop 110i 77.027
Honda CG 125 30.237
Honda PCX 150 28.049
Yamaha Factor 150 23.890
Honda XRE 300 22.794
Honda CB 250 Twister 22.665
Yamaha XTZ 150 Crosser 15.649
Ranking das Marcas
Fabricante Quantidade Participação
Honda 666.146 78,26%
Yamaha 115.225 13,54%
Shineray 14.676 1,72%
Suzuki 6.963 0,82%
BMW 6.626 0,78%
Dafra 6.305 0,74%
Harley-Davidson 5.294 0,62%
Traxx 5.021 0,59%
Kawasaki 4.459 0,52%
Triumph 3.919 0,46%