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Sem os adereços do Aircross, C3 Picasso tem conquistado o mercado

08/12/2011 - 11:06 - Texto e fotos: Mário Salgado
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Qualquer mercado automotivo gosta, e muito, de novidades que aqueçam as vendas e façam a concorrência. Por isso, a chegada do Citroën C3 Picasso em maio deste ano foi muito bem-vindo. No começo deste mês de dezembro ficamos por 8 dias com o carro disponibilizado pela marca e pudemos ver os atributos que o fizeram ganhar o prêmio de melhor minivan pela Abiauto (Associação Brasileira da Imprensa Automotiva).

Clique aqui e confira a galeria de fotos do C3 Picasso

Clique aqui e confira a ficha técnica.

Alguns o chamam de minivan, outros de monovolume, mas o que interessa é que o C3 Picasso tem conquistado o público ao qual foi destinado: as famílias. Com bom espaço interno e ótima posição de dirigir, o carro anda bem no trânsito do dia-a-dia e não passa sufoco nas estradas de final de semana.

O modelo que avaliamos é o topo de linha, Exclusive, com câmbio mecânico. O C3 Picasso possuí três versões: GL (de entrada e com preço inicial de
R4 47.962), GLX, que pode vir com câmbio automático (preço inicial em R$ 51.418) e a Exclusive, que também tem como opcional o câmbio automático (preço inicial de R$ 58.000. A automação nas mudanças de marchas custa algo em torno de R$ 5.000.

Avaliação

Ao entrar no carro na concessionária, já é possível notar a sua diferença para o hatch e para o Aircross. Com relação ao C3 “comum” essa minivan tem uma ótima altura de direção. Parado ao lado de uma Chevrolet S10, fiquei com a mesma visão do motorista da picape. Isso ajuda muito no trânsito e dá um ar de segurança na direção. Com relação ao irmão aventureiro, o Picasso deixa de lado os adereços excessivos e fica mais “limpo” para o uso diário.

Na hora de se ajeitar na direção, ajuste do volante em profundidade e altura e do banco do motorista em altura ajudam a achar a melhor forma de conduzir.

O carro testado tem todos os mimos de um carro que é vendido na casa dos 50 mil reais. Além dos “básicos” vidros, travas e retrovisores elétricos, o carro tem ar digital, bancos com revestimento parcial de couro, volante revestido com couro e detalhes cromados, retrovisores externos cromados, manopla do câmbio cromada, airbag duplo frontal, sensor traseiro de estacionamento, sensor de chuva, sensor de luminosidade, limitador de velocidade/piloto automático com acionamento na coluna de direção e rádio com Bluetooth e entrada MP3/iPod e USB, da Pionner e feitos exclusivamente par a marca, entre outros.

Andando, o bom motor de 1.6 litro e 16 válvulas desenvolve 110 cavalos, a 5.800 rpm, e torque de 14,2 kgfm, a 4.000 rpm (quando abastecido com gasolina e o combustível usado em toda nossa avaliação). Abastecido com álcool, o carro gera 113 cv, a 5.800 rpm, e torque de 15,5 kgfm, a 4.500 rpm.

Nas saídas rápidas e com o carro somente com duas pessoas adultas, o Picasso se mostrou bem “esperto” e ágil. Porem, o fato de a potência toda do motor estar disponível somente em altos giros, faz com que se explore mais o motor, esticando mais as marchas para que alcance uma maior mais rapidamente.

Pelo fato de ter quase 1.400 quilos, o consumo do carro foi um pouco alto. Sempre com ar-condicionado ligado e andando somente na cidade o C3 marcou no computador de bordo uma média de 8 km/l.

Os escorregadios pneus de uso misto do Aircross, mais bojudos (205/60),  foram substituídos por bons compostos Pirelli P7 aro 16 de medida 195/55, que seguram melhor o carro em curvas; e rebaixa a altura da suspensão em três centímetros, assentando melhor a carroceria -- que cai de 1,70 m (do Aircross) para 1,63 m, por perder também o suporte de teto. Sem o estepe, o comprimento total diminui 18 cm (4,09 m), e a vida melhora no momento de estacionar. As outras medidas não mudam (veja a ficha técnica completa).

Os freios do carro avaliado possuem sistema anti-travamento (ABS) e distribuição eletrônica das forças de frenagem (EBD). Com isso, ele para facilmente, mesmo em pisos molhados.

Internamente

Por dentro, tudo é idêntico ao Aircross, à exceção do grafismo e da ausência dos inclinômetros (bússola e relógios de inclinação) -- quem comprar as versões mais baratas, sem a tela do navegador, vai conviver com uma tampa plástica no topo do painel.

Rivais

A marca francesa acredita que seu novo produto vai disputar mercado, principalmente, com outros quatro monovolumes e uma station wagon (perua) listados a seguir em ordem crescente de relevância: Nissan Livina, Chevrolet Meriva, Kia Soul, Fiat Idea e Volkswagen SpaceFox. Mas duas anotações devem ser feitas à lista. Primeiramente, a Citröen enxerga uma concorrência mais direta com o Kia Soul, rival intrínseco do C3 Picasso na Europa, e que vem aumentado consideravelmente suas vendas no Brasil desde a adoção do motor flexível, no começo deste ano. A segunda observação está na ausência (ou exclusão, se preferir) do líder do segmento, Honda Fit, o que pode ter sido deliberadamente motivada pelo abismo entre as vendas do modelo japonês e o restante, ou pelo fato do japonês ser considerado um hatch por algumas vertentes automotivas.

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