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Fundada na Inglaterra na virada do século XX, porém atualmente controlada pelo grupo indiano Eicher, a Royal Enfield retomou a tradição dos bicilíndricos, que tanto fizeram a fama das motos inglesas nas décadas de 1950 e 60, para ampliar seu line-up e suas vendas. Com 50% de crescimento nos últimos cinco anos é a marca de motos que mais cresce no mundo e lidera o segmento de média capacidade (250cc e 750cc) com 667.135 motos vendidas entre abril de 2016 e março de 2017.
“Acreditamos que as novas motos são tanto um upgrade para nossos clientes como uma forma de atrairmos novos motociclistas para a marca”, afirmou o CEO do Eicher Group e da Royal Enfield Siddhartha Lal.
Bastante torque e poucas vibrações
Desenvolvido no recém-inaugurado Centro Tecnológico da Royal Enfield em Leicestershire, no Reino Unido, o propulsor utiliza o clássico desenho bicilíndrico paralelo, mas com soluções modernas.
Alimentado por injeção eletrônica, o comando no cabeçote é simples, mas há quatro válvulas por cilindro para melhorar o desempenho em altos giros: ele produz bons 47 cv de potência máxima a 7.100 rpm – bem mais do que os 27,5 cv dos modelos de 500cc vendidos atualmente no Brasil. A refrigeração é mista com um pequeno radiador de óleo.
Com bom desempenho para rodar na estrada, segundo a Royal Enfield, o motor tem câmbio de seis marchas com embreagem assistida. O virabrequim foi forjado em uma única peça para aproveitar melhor o torque do bicilíndrico. O intervalo de ignição de 270°, promete uma ampla faixa de torque até o máximo de 5,3 kgf.m já a 4.000 giros. Ainda de acordo com a marca, um eixo balanceiro garante poucas vibrações.
Vou para a Califórnia
O estilo clássico da nova Interceptor 650 foi inspirado em um modelo de mesmo nome construído nos anos de 1960 especialmente para o mercado norte-americano. A Interceptor original com motor de dois cilindros e 750cc foi sucesso de vendas na ensolarada Califórnia, onde a cultura hippie e surfer estava em alta.
A nova moto carrega o guidão alto e o estilo atemporal do modelo original, com tanque em forma de gota, peças cromadas e assento reto a 805 mm do solo, mas com o novo motor de 650cc. O tanque tem 13,7 litros de capacidade e a moto pesa 202 kg sem combustível.
O quadro berço duplo em aço, também novo, tem garfo convencional de 41 mm de diâmetro e curso de 110 mm, na dianteira; e dois amortecedores com reservatório de gás e curso de 88 mm, na traseira.
As rodas são raiadas, de 18 polegadas, e calçadas com pneus Pirelli Phantom Sportscomp, com desenho clássico na banda de rodagem. Os freios são a disco em ambas as rodas com sistema ABS.
Café racer maior
Já a Continental GT 650 segue o estilo Cafe Racer, em moda atualmente. Com dois semi-guidões, banco único e esportivo, o modelo recria as motos de corrida dos anos de 1950. E, apesar do mesmo nome, nada tem a ver com o modelo de 535 cc já vendido no Brasil – do motor ao visual mais encorpado.
O quadro e as suspensões são as mesmas da Interceptor, mas as rodas raiadas têm os aros pintados em preto. Outras peças, como o para-lama traseiro e os espelhos menores, também deixam de lado os cromados. O painel, compartilhado com a Interceptor, tem dois mostradores com desenho clássico. O tanque é um pouco menor – 12,5 litros – e o peso também: 198 kg sem combustível.
Segundo a Royal Enfield, haverá duas versões de cada modelo – Standard e Retro Custom, esta última provavelmente com mais acessórios – e 11 opções de cores. Em Milão, a marca apresentou a Interceptor na cor Orange Crush (laranja metálico) e a Continental GT 650 no esquema Ice Queen, um branco com uma faixa prateada.
Quando e quanto?
As novas motos começam a ser vendidas no segundo trimestre de 2018 na Europa e Estados Unidos. Segundo fontes ligadas à marca, o preço deve ser de 7.000 dólares – cerca de R$ 23.000.
Como os atuais modelos vendidos no Brasil são importados e vendidos entre R$ 20.000 e R$ 24.500, as novas Interceptor e Continental GT 650 deverão custar mais por aqui. De acordo com Claudio Giusti, gerente-geral da Royal Enfield Brasil, depois de lançadas no exterior, as motos terão de ser homologadas para o Brasil. Processo que, de acordo com Giusti, leva cerca de seis meses.
A chegada dos modelos deve acontecer, portanto, somente no final de 2018. As novas motos, mais modernas e atraentes do que as atuais, certamente ajudariam a Royal Enfield a se firmar e crescer no mercado brasileiro com um line-up mais completo.
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