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Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em negócios internacionais, a proposta pode trazer pontos positivos, mas ainda será necessário acompanhar a variação dos preços dos insumos de produção. "Por mais que tenhamos uma diminuição nos impostos no produto final, que é uma ação muito bem-vinda, ainda precisamos nos atentar ao mercado. Lembrando que ainda vivemos uma crise de semicondutores que afeta diretamente essa indústria", declarou o executivo. A proposta tem a perspectiva de diminuir o valor dos eletrificados no Brasil em cerca de 20%.
Segundo os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), somente no primeiro trimestre deste ano houve aumento de 115% na venda de automóveis elétricos no país. "A maior parte desses veículos é fruto de importação. Ainda não temos a fabricação massiva desse tipo de automóvel no país. Por esse motivo, a medida de forma emergencial pode ser algo essencial para o crescimento do setor", afirma Pizzamiglio.
Mas a proposta realmente poderá ter um efeito positivo? Segundo Ricardo David, sócio-diretor da Elev Mobility, empresa que trabalha com soluções para o ecossistema do carro elétrico, a medida poderá ser positiva em curto prazo. Porém ainda é necessário aumentar a produção interna dos veículos eletrificados e investir na estruturação do Brasil em longo prazo.
"Em um período maior, para termos uma real diminuição nos valores desses automóveis, precisamos aumentar a nossa produção nacional. Não somente dos veículos em si, mas de outros elementos essenciais para a produção desses modelos. O Brasil tem o potencial de ser um grande produtor de baterias, por exemplo", explica o executivo.
Um dos pontos explicados pelo executivo é que a redução só poderá ser possível caso haja uma redução nos preços dos componentes utilizados para a produção dos veículos, como é o caso dos semicondutores. A busca pela diminuição dos impostos de importação desses automóveis não é uma ideia nova. Em 2020, a Câmara dos Deputados aprovou medida similar, o projeto de Lei 5308/20. Além disso, em 2016 o Governo Federal chegou a reduzir o tributo para estimular o consumidor brasileiro a adquirir um carro movido à energia limpa. Porém, até o momento não houve impacto significativo no preço dos automóveis elétricos vendidos no país, principalmente por culpa da pandemia da Covid-19, que afetou mercados produtores e paralisou a produção em inúmeros países.
Segundo as informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em todos os estados do Brasil há automóveis eletrificados, com uma grande concentração no sudeste, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
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