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Pilotamos a nova Honda CB 500F; moto se mostrou bastante ágil e dócil

08/10/2013 - 14:44 - Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO - Fotos: Caio Mattos / Divulgação Honda
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Com a chegada da linha 500cc ao Brasil onze meses depois de sua apresentação mundial no Salão de Motos de Milão 2012 (Itália), a Moto Honda da Amazônia terá uma complexa e arrojada missão pela frente. Atrair os motociclistas que querem fazer o upgrade natural de uma 250/300cc para uma moto de maior capacidade cúbica; conquistar clientes de outras marcas em função do custo/benefício de seus novos produtos, além de seduzir o público feminino, que desejava uma moto mais dócil que a radical CB 600F Hornet. Junte a tudo isso um produto moderno fabricado em Manaus (AM) e que tem a maior rede de concessionária do país.

Assim, de uma tacada só, a Honda apresenta no Salão Duas Rodas sua nova linha de 500cc, formada pela naked CB 500F, pela superesportiva CBR 500R e pela crossover CB 500X. Os modelos, que chegarão ao consumidor de forma escalonada, compartilham o mesmo chassi, motor e ciclística. Estratégia largamente utilizada pela indústria automobilística para reduzir custos de produção. A naked CB 500F chegará às concessionárias da Honda agora em outubro e seu preço público sugerido já foi anunciado: R$ 22.000 (versão standard) e R$ 23.500 (com freios ABS).

Mesmo conjunto, propostas diferentes

Para obter sucesso com a linha 500, a Honda focou seus esforços em seis pilares: conforto, versatilidade, fácil condução, custo/benefício, design moderno, além de bom desempenho. As novas CB 500F, CBR 500R e CB 500X chegam ao mercado compartilhando a mesma base: chassi em aço, do tipo Diamond, com dupla trave superior; motor bicilíndrico, quatro tempos de 471 cm3 e 50,4 cv potência máxima. E os pistões são forjados em liga de alumínio, ou seja, semelhantes aos utilizados na superesportiva CBR 600RR.

Na parte ciclística, a família recebeu o tradicional garfo telescópio na dianteira (120 mm de curso) e, na traseira, a suspensão monoamortecida do tipo Pro-Link (109 mm de curso), que oferece nove níveis de regulagens da pré-carga do amortecedor (isso nas versões CB 500F e CBR 500R). Claro que na versão mais aventureira, a “X”, o curso de suspensão e o ângulo de cáster serão maiores.

Também em comum aos modelos é o painel de instrumentos. As informações são passadas ao motociclista em mostrador digital: velocímetro, conta-giros, relógio, hodômetro (total e parcial), medidores de consumo de combustível instantâneo e média, além de indicadores de diagnóstico do motor. Além disso, todas as versões receberam rodas em alumínio fundido calçadas com pneus de medidas 120/70 ZR-17 na frente e 160/6 ZR-17 na traseira. Apesar de a linha ter sido concebida por meio de soluções que buscam eficiência e economia, faltou um pouco de ousadia da marca na criação do desenho do escape. Muito simples para uma família tão radical.

Primeiras impressões – CB 500F

A CB 500F tem design moderno e vocação urbana, apesar de seu desenho lembrar a Yamaha Fazer 250. Nua, no melhor estilo street figther, o novo produto Honda começa a apresentar seus diferenciais quando o motociclista sobe na moto. Banco bipartido, guidão reto, painel digital e, mesmo sem rodar, apenas fazendo o tradicional “teste” de afundar a suspensão dianteira, o garfo telescópico se mostrou firme, com comportamento digno de uma moto com comportamento esportivo. São apenas 120 mm de curso.

Era hora de a INFOMOTO dar o “start” e acelerar a CB 500F (STD e ABS) nas pistas de testes da Honda no município de Rio Preto da Eva, distante 85 quilômetros da capital Manaus (AM). Os primeiros contatos com a moto se deram em circuito no qual o objetivo maior era comprovar a agilidade da moto em média velocidade, desviando de cones, o popular slalon. Nestas condições, a CB 500F oferece mudanças de direção bastante precisas em baixas e médias velocidades. O conjunto ciclístico mostrou-se equilibrado. Já contornando curvas em alta, a moto tem um bom ângulo de inclinação, deixando claro novamente seu caráter esportivo.

Em reta e com aceleração máxima, a CB 500F chegou a atingir pouco mais de 160 Km/m. Isso em virtude do bom rendimento do compacto motor bicilíndrico com duplo comando de válvulas no cabeçote, de quatro tempos e 471 cm3 de capacidade cúbica -, que desenvolve potência máxima de 50,4 cv a 8.500 rpm e torque máximo de 4,3 kgf.m a 7.000 rpm. Como diferencial, o balancim roletado tira o efeito de “aspereza” do motor de dois cilindros.

O propulsor, com acabamento preto fosco, tem comportamento elástico (é possível “esticar” as marchas até os 9.000 rpm), entregando potência e torque de forma bastante linear e progressiva, sem trancos. Ou seja, a CB 500F é uma moto dócil. O câmbio de seis velocidades tem engates suaves e precisos. Detalhe: as respostas rápidas ao comando do acelerador são garantidas pelo sistema de alimentação eletrônica PGM-FI, que também contribui para economia de combustível. Com a sexta marcha engatada e o motor girando a 5.000 rpm, a moto estará a 105 km/h. Ou seja, rodando com folga.

Outro ponto elogiável na nova naked da Honda é seu poder de frenagem. A CB 500F está equipada com freio dianteiro a disco com diâmetro de 320 mm e duas pinças de duplo pistão. Já o traseiro, tem disco simples, de 240 mm de diâmetro, acionado por pinça simples – praticamente o mesmo usado na NC 700X. Claro, a versão equipada com freios ABS (sistema eletrônico que evita o travamento das rodas) transmite (até inconscientemente) uma maior segurança ao piloto. Para ajudar neste trabalho, a moto conta ainda com uma central computadorizada que calibra automaticamente a pressão dos fluidos no mecanismo de travamento do disco, freando com eficiência e controle em menor espaço, mesmo em situações extremas. Tecnologia embarcada em prol da segurança.

A impressão que fica é que o motociclista está pilotando uma moto menor (em tamanho e capacidade cúbica) do que realmente é. Assim é a CB 500F, uma moto que veste o piloto e, em menos de 10 minutos se cria uma grande intimidade entre homem e máquina

Expectativas de mercado

Em grande estilo, a Honda marca seu retorno no segmento de média-alta cilindrada apostando no crescimento do mercado acima de 451cc e também na diversidade e no gosto de cada motociclista.
Incluindo as três versões da nova família 500, a expectativa da marca é comercializar - até 2016 - um volume superior a 30 mil unidades/anuais e dominar 50% do segmento de média-alta cilindrada no mercado nacional.

No primeiro ano, a Honda acredita que irá vender 6.000 unidades CB 500F, número bastante conservador, já que a CB 600F Hornet, moto equipada com motor de quatro cilindros em linha e 102 cv de potência máxima, vendeu 4.279 unidades em 2012. Este ano (de janeiro a setembro) já foram comercializadas 3.257 unidades. Há uma diferença substancial de preço entre a 500 e a 600cc da Honda. A Hornet custa entre R$ 31.990 (Standard) e R$ 34.990 (C-ABS), bem acima da nova naked de 500cc.

FICHA TÉCNICA Honda CB 500F

Motor: Dois cilindros, DOHC, 471cm³, quatro tempos, arrefecido a líquido e injeção eletrônica de combustível PGM-FI
diâmetro x curso: 67,0 x 66,8 mm
Câmbio: seis marchas
Potência máxima: 50,4 cv a 8.500 rpm
Porque máximo: 4,55 kgf.m a 7000rpm
Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico com 120 mm de curso
Traseira: Pró-link, com 119 mm de curso
Freios
Dianteiro: Disco de 320 mm
Traseiro: Disco de 240 mm
Rodas e Pneus
Dianteiro: Liga leve - 120/70-17
Traseiro: Liga leve - 160/60-17
Comprimento: 2.075 mm
Largura: 780 mm
Altura:  1.060 mm
Altura do assento: 785 mm
Altura mínima do solo: 155 mm
Entre-eixos: 1410 mm
Capacidade do tanque: 15,7 litros
Cores: Branca (STD/ABS) e vermelha (ABS)
Preço público sugerido: R$ 22.000 (standard) e R$ 23.500 (ABS)
Peso: 180kg (seco)

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