Com design minimalista, assento único, pedaleiras avançadas e acabamento na cor preta, a nova Harley-Davidson Softail Slim faz sua estreia no mercado brasileiro em 2018. Mas a bobber é mais do que um novo modelo no line-up da marca no Brasil. A Softail Slim representa toda a revolução que a fabricante norte-americana fez em suas motos para atrair novos clientes e aumentar as vendas na próxima década.
Para atingir seu objetivo, a Harley redesenhou a linha Softail da cabeça aos pés. E nada melhor do que uma moto completamente inédita, como a Slim, para avaliar como o novo quadro, as suspensões aprimoradas e um motor V2 maior (com 1.753 cm³) e mais forte funcionam na prática.
Baixa e leve
Logo ao montar na Softail Slim o assento baixo chama a atenção. A apenas 660 mm do solo permite apoiar os pés no chão com facilidade. Fácil também nessa nova geração de motos Harley é recolher o descanso lateral - mais acessível, não é preciso se esticar todo para alcançá-lo.
O quadro tubular em aço carbono é mais rígido e leve: fez a nova Slim perder 17 kg em comparação ao modelo anterior. Embora ainda marque 304 kg em ordem de marcha, a distribuição de peso está equilibrada e o centro de gravidade da moto ficou mais baixo. Com isso, o controle por parte do piloto é maior e não se tem a sensação de que, em qualquer titubeada, a Softail Slim vai tombar de lado.
Mas a revolução não para por aí. A Slim, da mesma forma que toda a linha Softail 2018, recebeu suspensões novas. Na dianteira, a marca instalou o garfo telescópico Showa Dual-Bending Valve (com duas válvulas). Apenas como curiosidade, trata-se do mesmo sistema adotado pela Honda para melhorar a suspensão das novas CB 650. Na traseira, há agora um único amortecedor localizado sob o assento, que oferece ajuste na pré-carga da mola. Embora seja preciso retirar o banco (usando chave de boca) para fazer a regulagem, já é uma evolução.
Na prática, a suspensão dianteira é macia em ondulações menores e fica mais firme quando exigida; enquanto a traseira oferece um amortecimento mais linear em todo o curso da suspensão. Pela primeira vez, não senti o conjunto chegar ao fim de curso nem mesmo em valetas maiores nas descuidadas ruas da capital paulista.
Já na estrada, a Slim fica ainda melhor: tem rigidez em velocidades mais altas e oferece bom ângulo de inclinação dos dois lados: 27,4°. E, apesar de maior do que as antigas Softail, as pedaleiras ainda raspam no asfalto em curvas mais fechadas.
As rodas raiadas de 16 polegadas são calçadas com um pneu dianteiro de 130 mm, no melhor estilo bobber, e um traseiro ainda mais largo, com 150 mm. Nem a escolha dos pneus “mais gordos” prejudicaram a agilidade da Slim. A geometria da coluna de direção, inclinada a 30° também ajuda nas mudanças de direção. Posso afirmar sem exageros: é possível usar essa Harley também no dia-a-dia.
Embreagem macia e motor forte
As novidades também aparecem no trem de força da Softail Slim. O motor é o Milwaukee-Eight, um V2 com oito válvulas, 1.753 cm³, mais forte: são 14,8 kgf.m de torque máximo já a 3.000 giros contra os 11,8 kgf.m do antigo Twin Cam. O engate das marchas ficou mais macio com a nova embreagem assistida. O acionamento do manete de embreagem ficou mais leve.
Nas Softail, como a Slim, o V2 ganhou dois eixos contra-balanceiros que diminuem bastante a vibração. Detalhes que ajudam a tornar essa Harley mais confortável e “amigável” para novos consumidores.
Com resposta mais instantânea e aceleração vigorosa, o novo V2 é muito elástico. Permite rodar em terceira, quarta marcha na cidade, sem pedir reduções constantes; e, na estrada, basta engatar a sexta e última marcha no câmbio e acelerar sem preocupação. Sempre há um pouco de torque para aquela esticada ou ultrapassagem.
Embora o desempenho seja nitidamente superior, o consumo não aumentou. O prático painel sob o tanque tem um pequeno computador de bordo, que indica autonomia, consumo instantâneo e médio, que foi de 4,6 litros por cada 100 km, ou seja, quase 21 km/litro em trânsito urbano. Com o tanque de 18,9 litros cheio seria possível rodar mais de 300 km com tranquilidade.
A Softail Slim também pode ser uma boa companheira de viagem, embora não ofereça nenhum suporte para bagagem e nem banco para garupa. Seu guidão segue o estilo conhecido como Hollywood com uma barra de reforço. Largo, até que vai bem no trânsito, mas deixa o piloto de peito aberto e sem proteção aerodinâmica na estrada. Críticas mais focadas no estilo bobber, que retira as peças “supérfluas” e aposta em um visual minimalista.
Ideal para quem procura uma Harley-Davidson para dar um passeio na cidade ou pegar a estrada, a Softail Slim é vendida a partir de R$ 64.980, com variação de preço de acordo com cada uma das cinco cores disponíveis.
Ficha Técnica - Harley-Davidson Softail Slim 2018
Motor Milwaukee-Eight 107, dois cilindros em “V”, oito válvulas
Capacidade cúbica 1.753 cm³
Diâmetro x curso 100 x 111,1 mm
Taxa de compressão 10,0:1
Potência máxima não declarada
Torque máximo 14,8 kgf.m a 3.000 rpm
Câmbio Seis velocidades
Transmissão final Correia dentada
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Suspensão dianteira Garfo telescópio Showa com 49 mm de diâmetro
Suspensão traseira Monoamortecedor Showa com ajuste na pré-carga da mola
Freio dianteiro Disco simples de 300 mm com pinça de quatro pistões e sistema ABS
Freio traseiro Disco simples de 292 mm com pinça de dois pistões e sistema ABS
Pneus 130/90-16 (Diant.) e 150/80-16 (Tras.)
Comprimento 2.310 mm
Largura 970 mm
Altura do assento 660 mm
Distância do solo 120 mm
Distância entre-eixos 1.630 mm
Peso em ordem de marcha 304 kg
Peso a seco 291 kg
Tanque de combustível 18,9 litros
Cores Vivid Black; Black Denim, Industrial Gray Denim, Wicked Red e Bonneville Satl Denim
Preço a partir de R$ 64.980