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De lá para cá, a Stock Car realizou 500 corridas, consagrou dezenas de jovens talentos, empregou milhares de pessoas, atraiu vários pilotos da Fórmula 1, foi ousada o suficiente para fazer uma prova na Europa e hoje é encarada como ideal de vida de uma geração inteira de pilotos brasileiros – tanto pelos bons salários quanto pela qualidade das corridas, do desafio e da visibilidade proporcionada.
Maior evento esportivo dos finais de semana nas cidades onde realiza suas etapas, o que inclui várias das principais capitais do Brasil, a Stock Car saúda o próprio passado, mas também aprendeu a cultivar o futuro. “É o que mostra a criação e gestão da Stock Light, categoria de acesso iniciada em 1993”, diz Carlos Col, CEO da Vicar, promotora da Stock. “A Light revelou diversos talentos que vieram a se consolidar como profissionais na categoria superior e atualmente congrega o melhor das novas gerações do automobilismo nacional”, completa.
O maior investimento no projeto de presença digital em 2019 e a racionalização do evento, que ainda está em curso, além da forte preocupação em oferecer entretenimento durante todo o período em que o público está no autódromo, mostram convergência com uma visão moderna do esporte que se impõe em nível mundial. “A Stock hoje vive o mesmo processo que está transformando paulatinamente as principais categorias, casos da F-1, Nascar e F-E, e também outras modalidades esportivas, como a NBA e campeonatos de futebol”, observa Carlos Col.
Consagração
A história da Stock Car é ponteada por vários dos maiores momentos do esporte a motor brasileiro. É o caso da consagração de Ingo Hoffmann como maior ídolo da categoria, com nada menos que 12 títulos e um exemplo de vida para os jovens aspirantes e fãs. Também se destacam as “eras” dominadas por Paulo Gomes, um talento obcecado pela vitória, e Chico Serra, dono de um estilo sóbrio e eficiente que agora é emulado por seu filho, Daniel, bicampeão e líder da atual geração. Paulão e Chico tiveram um seguidor à altura em Cacá Bueno, dono de cinco títulos e maior campeão ainda em atividade.
A fase romântica dos Opalas, com momentos que mesclaram heroísmo e temeridade, registraram o surgimento e a consolidação dos primeiros ídolos. “Já no período multimarcas, o profissionalismo atingiu níveis de padrão internacional e a categoria se firmou como o evento automobilístico mais bem sucedido do continente”, registra o dirigente da Stock Car. Nessa época, pelo alto nível de competitividade, a categoria foi apontada como uma das cinco maiores do tipo turismo do mundo.
Estas fases levaram a Stock a atingir o estágio atual, com um nível técnico que surpreende as estrelas estrangeiras que vêm ao país para a “Corrida de Duplas” ou para tentar o prêmio máximo na “Corrida do Milhão” – dois marcos do esporte a motor brasileiro criados pela Stock Car. Nesse contexto, um movimento de renovação pressiona as atuais estrelas da categoria com a chegada de talentos ambiciosos, casos do jovem e já campeão Felipe Fraga (23 anos) e do grupo de aspirantes que hoje compõe 30% do grid. “Um ponto importante é o alto nível das equipes, compostas por excelentes engenheiros e técnicos. Elas completam a configuração extremamente competitiva da Stock Car moderna”, resume Carlos Col.
40 anos em dez modelos
Toda essa história foi construída ao redor de grandes pilotos e, logicamente, dos carros que protagonizaram as 500 corridas da Stock Car. Ao todo foram dez modelos diferentes, muitos com versões e adaptações que os tornaram ícones em suas épocas. O grande nome dessa saga é logicamente o Opala, veículo que deu início à categoria e permaneceu como carro-base durante 15 temporadas. Ainda hoje o modelo da Chevrolet congrega milhares de fãs em clubes de colecionadores e admiradores individuais em todo o país.
Em 2000, depois de seis anos com o então moderno Omega, a Stock iniciou a era dos chassis tubulares específicos de competição. O engenheiro argentino Edgardo Fernandez assinou o primeiro projeto, que até 2003 utilizou carroceria inspirada no Vectra. A fase multimarcas estreou em 2005, quando o Chevrolet Astra passou a dividir o grid com o Mitsubishi Lancer. Em 2007, a Stock contava quatro modelos na pista: Astra, Lancer, VW Bora e Peugeot 307 Sedan. A partir de 2017, o campeonato voltou a ser monomarca, utilizando apenas o Chevrolet Cruze.
Futuro
O projeto 2020 propõe a volta ao cenário multimarcas e trará novidades técnicas que irão radicalizar o esforço necessário para vencer corridas. “Desde já se coloca no horizonte das equipes um futuro próximo de grandes desafios e novos marcos para o esporte no Brasil”, resume o CEO da Vicar.
A Stock Car comemorará seus 40 anos na segunda etapa de 2019, marcada para o dia cinco de maio, no Autódromo do Velo Città – etapa mais próxima do dia de seu aniversário. A corrida terá largada às 13h e transmissão ao vivo pelo Sportv, a partir das 12h30. Seguindo a estratégia de ampliar a presença digital, o classificatório do sábado será mostrado, também ao vivo, pelo Globoesporte.com a partir das 13h30. Antes, às 11h, o segundo treino livre terá transmissão pelo YouTube e Facebook oficial da categoria. Os ingressos estão à venda pelo site www.ticketsforfun.com.br. Mais informações em www.stockcar.com.br.
DEZ FERAS NA PISTA
Modelo, anos de participação, temporadas disputadas
1. Chevrolet Opala, 1979 a 1993, 15 temporadas(1)
2. Chevrolet Omega, 1994 a 1999, 6 temporadas
3. Chevrolet Vectra, 2000 a 2003; e 2009 a 2011, 7 temporadas
4. Chevrolet Astra, 2004 a 2008, 5 temporadas
5. Mitsubishi Lancer, 2005 a 2008, 4 temporadas
6. Volkswagen Bora, 2006 e 2007, 2 temporadas
7. Peugeot 307 Sedan, 2007 a 2010, 4 temporadas
8. Peugeot 408 Sedan, 2011 a 2016, 6 temporadas
9. Chevrolet Sonic, 2012 a 2015, 5 temporadas
10. Chevrolet Cruze, 2016 a 2019, 4 temporadas
(1) De 1987 a 1989, na versão Chevrolet Opala Caio-Hidroplas. De 1990 a 1993, versão
Chevrolet Opala Protótipo.
MAIORES VENCEDORES DA STOCK CAR
Após 500 GPs, Ingo, Paulão, Cacá e Chico encabeçam a lista de vitórias
1. Ingo Hoffmann, 77
2. Paulo Gomes, 40
3. Cacá Bueno, 37 (1)
4. Chico Serra, 33
5. Thiago Camilo 23 (1)
6. Xandy Negrão, 21
7. Daniel Serra, 19 (1)
8. Ricardo Maurício, 17 (1)
9. Felipe Fraga, 15 (1)
10. Adalberto Jardim, 14
10. Alencar Jr., 14
10. Ângelo Giombelli, 14
10. Átila Abreu, 14 (1)
10. Fábio Sotto Mayor, 14
15. Marcos Gomes, 13
16. Max Wilson, 11 (1)
17. Zeca Giaffone, 10
18. Rubens Barrichello, 9 (1)
19. Affonso Giaffone Jr., 8
19. Allam Khodair, 8 (1)
19. Giuliano Losacco, 8
19. Valdeno Brito, 8 (1)
(1) Pilotos ainda em atividade.
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