IPI mais caro causa alta de preços e queda das vendas da Kia Motors

Premiado ontem como Personalidade de Vendas de 2011 pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), o presidente da Kia Motors no País, José Luiz Gandini - que viu seus negócios crescerem 125% em 2010 -, afirmou que os carros vendidos pela companhia ficarão gradualmente mais caros até o fim do ano, em conseqüência do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados.

"Vamos fazer um percentual de aumento gradativo", afirmou o executivio. "Nós pretendemos escalonar o aumento em duas ou três vezes - uma vez por mês -, porque senão o consumidor vai parar de comprar os automóveis", explicou.

Presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) e crítico da medida governamental, Gandini considera xenofóbica a alteração na cobrança do IPI - que ficou 30 pontos percentuais mais caro para os carros com menos de 65% de conteúdo nacional.

Em discurso pronunciado durante a premiação de ontem, em São Paulo, ele declarou: "A xenofobia cobre os olhos de nossos governantes e abre caminho às benesses para um grupo de empresas, ditas brasileiras, quando, na realidade, estão remunerando o capital estrangeiro".

Para Gandini, "esse novo IPI tira dos veículos importados a possibilidade de competir com os nacionais. E mais, acaba com a nossa principal função de balizar os preços praticados no Brasil". Nos cálculos de Gandini, o novo IPI gera um custo de 26% a 28% sobre o preço final do carro. "Mas todo mundo está negociando com fornecedores".