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Como principal mudança, além do novo visual, a adoção do sistema C-ABS na versão top de linha. Disponível no mercado nacional por um preço público sugerido de R$ 28.880 (standard) e R$ 31.380 (C-ABS), nas cores preto fosco e azul metálico, a Shadow fica para trás de suas principais concorrentes e ocupa a sétima colocação no ranking de motos mais vendidas da categoria custom. Para se ter uma ideia, a Honda não é líder de vendas somente desse segmento.
Vivendo no passado
Um dos principais “retrocessos” da versão standard da Shadow 750, como a unidade utilizada por nós, é o fato dela não contar com freio traseiro a disco como item de série. Em pleno ano 2014, uma motocicleta desse porte, com 229 kg a seco, não ter freio a disco traseiro é, no mínimo, uma grande desvantagem perante a concorrência.
A custom da Honda é equipada com o sistema a tambor de 180 mm de diâmetro para a frenagem traseira e um disco de 296 mm na dianteira. O conjunto funciona bem, mas não transmite muita confiança ao piloto. Com certeza poderia ser melhor.
O conjunto de suspensão também não nos agradou, principalmente em circuito urbano (e seu asfalto em péssimas condições de conservação). Na dianteira, garfo telescópico de 117 mm e, na traseira, duplo amortecedor com 90 mm de curso. Mas não são as especificações que fazem o conjunto ser ruim. Seu funcionamento, sim. A inclinação do garfo dianteiro somada a posição dos dois amortecedores traseiros transmitem alguns incômodos para o condutor e, principalmente, para o passageiro na cidade. Na posição em que se encontram, a suspensão dianteira passa a sensação de trabalhar sempre sobrecarregada, enquanto que a traseira fica mais solta e, por diversas vezes ao passar por buracos maiores, quase fui “ejetado” da moto, tamanha força que a traseira “bate”. Nas rodovias, com o asfalto em condições melhores, ela se mostrou mais confortável e estável.
Mas há pontos positivos, mesmo na cidade. Sua largura total de 835 mm permite que ela passe entre os carros, nos chamados “corredores”, no trânsito caótico das grandes cidades sem grandes problemas. Na verdade, até com certa facilidade – o que chegou a surpreender. Manobras em lugares apertados não são impossíveis, mas vão cansar o condutor. A distância livre da pedaleira até o solo agradou. Somente nas curvas mais fechadas elas raspavam no chão.
Já o sistema de transmissão é mais moderno. Feita por eixo-cardã, proporciona respostas mais precisas, exige pouca manutenção e garante maior conforto para os passageiros por não emitir ruídos mecânicos. A caixa de câmbio de cinco velocidades, de acionamento suave e preciso, é usada poucas vezes, mesmo na cidade, devido ao bom torque da motocicleta em baixos e médios giros.
Propulsor
O motor, apesar de ter evoluído da versão passada para a atual, ainda é OHC (comando único no cabeçote). Com dois cilindros em “V”, 745 cm³ de capacidade e arrefecimento líquido, é capaz de gerar 45,5 cavalos de potência a 5.500 rpm e 6,5 kgf.m de torque máximo logo aos 3.500 giros.
Os números apresentados pela fabricante são percebidos também a bordo da motocicleta. O propulsor trabalha melhor em baixos e médios regimes, disponibilizando quase todo seu torque ao menor giro do acelerador. Dessa forma, o condutor utilizará a caixa de câmbio poucas vezes, já que pode simplesmente engatar a quarta ou quinta marcha e seguir em frente, sem necessidade de redução.
Uma boa surpresa foi seu consumo. Por ter um motor de 750 cc e mais de 220 quilos, espera-se pouco dela nesse sentido. No entanto, a Shadow 750 conseguiu alcançar uma média de 19,7 km/l, em trajetos nas ruas de São Paulo e nas rodovias do Estado. Seu tanque de combustível (um tanto pequeno) de 14,6 litros, portanto, tem uma autonomia que gira em torno dos 288 km. Vale lembrar que, além da “tocada” e do peso do piloto, muitos outros fatores externos contam para o consumo de combustível.
Conclusão
A Honda Shadow 750 standard tem suas qualidades, mas são seus “defeitos” que realmente marcam. Dessa maneira fica um pouco mais fácil compreender por que a Honda é sétima colocada em vendas na categoria custom e líder em todas as outras. Seu produto ficou defasado em comparação aos demais, principalmente na parte ciclística.
A moto é linda, principalmente por conta do azul metálico e da faixa branca no meio da moto, não há como negar. Porém, para ganhar mercado e tirar os clientes de outras marca, poderia melhorar em outros aspectos, como no ajuste da suspensão traseira e na substituição do freio a tambor traseiro por um sistema a disco. Se a Honda não mexer em sua Shadow 750 e lançar uma nova versão no mercado, logo ela não viverá mais na sombra do passado, mas fará parte dele, aposentada.
Ficha Técnica HONDA SHADOW 750
Motor Bicilíndrico em “V”4, OHC, 6 válvulas, arrefecimento líquido
Cilindrada 745 cm³
Alimentação injeção eletrônica
Ignição eletrônica
Potência 45,5 cv a 5.500 rpm
Torque 6,5 kgf.m a 3.500 rpm
Câmbio 5 marchas
Transmissão final Eixo-cardã
Chassi Berço duplo tubular de aço
Suspensão Dianteira Telescópica com bengalas convencionais, 117 mm de curso.
Traseira Duplo amortecedor reguláveis em pré-carga de mola e 90 mm de curso
Freio dianteiro Disco de 296 mm com pinça de três pistões
Freio traseiro A tambor
Pneu dianteiro 90/90-21
Pneu traseiro 160/80-15
Comprimento 2.430 mm
Altura 1.125 mm
Largura 835 mm
Entre-eixos 1.655 mm
Peso a seco 229 kg
Altura do assento 650 mm
Tanque 14,6 litros
Preço R$ 28.880
Cores Preto fosco e Azul metálico
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