Harley-Davidson usa showbikes para apresentar nova família

A Harley-Davidson aproveitou o Salão de Milão, que acontece entre os dias 7 e 10 na Itália para inovar. A marca de Milwaukee revelou a inédita família Street composta por dois modelos. Em essência, trata-se exatamente da mesma dark custom, mas com duas motorizações distintas: 500 e 750cc, sendo ambas equipadas com o novo motor Revolution X refrigerado a líquido. Todavia, para que o fã da marca centenária não duvide que as novas motos têm o DNA Harley-Davidson, a fabricante explorou a customização, uma de suas vertentes mais populares, para mostrar as inúmeras opções de personalização que chegam junto com as novas motos. 

Ao todo, a H-D levou para Milão quatro versões especialmente modificadas da Street 750 para reforçar a vocação urbana da nova família, que também está presente no slogan “The Street is Where I Live” – A Rua é Onde eu Vivo, em tradução livre. Com propostas diferentes, os projetos refletem os estilos mais populares de customização vistos nas cidades. Uma das motos recebeu tons de bronze, que se mesclam com a pintura preta original, e novas rodas em estilo “lâmina” para substituir as de liga leve que vem de fábrica. A outra, por sua vez, optou por um estilo mais esportivo que faz alusão às café racers de antigamente. O visual é conferido pelo guidão curto e reto, pelo garfo dianteiro com suspensão invertida e pela cor branca com linhas azuis, que se estende do pequeno spoiler acima do farol – este com uma inusitada máscara negra – até o “capuz”, que substitui a garupa.

Já nas outras duas, a Harley resolveu radicalizar. Em um projeto, a Street 750 foi transformada em uma bobber com acabamento rústico, na qual ficaram da moto original apenas o motor e a suspensão traseira bichoque. Sendo essa última com curso menor pra deixar a moto com perfil bastante baixo. O escape único do lado direito deu lugar a dois canos retos, enquanto o assento foi substituído por outro bem mais espartano de couro reluzente. Completa o conjunto o guidão alto no melhor estilo ape-hanger.

A outra moto recebeu uma customização ainda mais extrema. Na musculosa versão com ares de drag bike, a suspensão traseira bichoque traz reservatório de ajustável a gás. Na dianteira, um garfo telescópico invertido começa logo abaixo dos semi-guidões curtos com acabamento em laranja. Esta cor também está presente em detalhes sobre o tanque. Nessa versão, o motor foi retrabalhado pela divisão Screamin Eagle e saltou para 800cc. Os escapes duplos são ainda mais curtos do que na outra versão que mencionamos e terminam em duas ponteiras alaranjadas curvadas para baixo.

Novo motor e nova proposta

Excluindo a versão com motor Screamin Eagle, todas as customizações trazem o mesmo propulsor Revolution X com dois cilindros em “V” a 60º de 749 cm³ refrigerado a líquido, cuja potência não foi revelada pela Harley. Já a outra moto da família Street emprega uma versão do bicilíndrico com 494 cm³, que também conta com o mesmo sistema de arrefecimento. Ambas as motos têm câmbio de seis marchas com a transmissão tipo belt. 

Os motores com capacidade cúbica menor e o visual mais sóbrio também são o meio pelo qual a H-D busca se consolidar em mercados emergentes, como o sudeste asiático, onde leis locais impedem o sucesso das motos de alta cilindrada. Entretanto, em outros países como o próprio lar da Harley, os Estados Unidos, as motos chegam como opção aos motociclistas iniciantes frente aos modelos japoneses. 

Para atrair os pilotos mais jovens, portanto, a marca de Milwaukee abriu mão do seu “lado estradeiro” para adotar um perfil essencialmente citadino, com foco em atrair motociclistas, que utilizam a moto para rodar por trechos exclusivamente urbanos. Assim sendo, as dark customs já chegarão ao line-up da marca em 2014 como modelos de entrada. Nos Estados Unidos, por exemplo, os preços serão de 6.700 dólares pela Street 500 e 7.500 dólares pela Street 750. 

“O mundo está mudando e ficando mais jovem e urbano. Desenvolvemos essa nova linha street pensando em oferecer o espírito Harley-Davidson para esse novo consumidor”, disse Mark-Hans Richer, Vice-presidente Senior e Diretor de Marketing da H-D durante a apresentação das novas motos no Salão de Milão. Mas, terão o nome Harley-Davidson e as sugestões de customização mostradas em Milão força suficiente para fazer as novas motos “pegarem” no mercado mundial? O tempo irá dizer.