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A legislação atual só permite o uso de diesel para caminhões e ônibus, além de veículos leves com capacidade de carga superior a uma tonelada e com tração 4x4 reduzida – onde se enquadram utilitários esportivos e picapes médias em geral. Em 1976, quando a norma foi baixada pelo governo, o temor era a falta de diesel no País, porque todas as refinarias foram projetadas para produzir mais gasolina. Na época, nem existiam tantos carros a diesel para justificar a proibição, mas havia a preocupação de que um possível aumento dessa frota poderia provocar um colapso. O Brasil estava altamente endividado no exterior, com problemas para aumentar importações do combustível que não podia produzir aqui, ao mesmo tempo em que dependia – e continua dependendo – do diesel para todo o transporte interno de carga.
Décadas depois, os defensores da liberação ponderam que não há mais motivos para a proibição – nem mesmo o argumento do possível aumento da poluição atmosférica causada pelo combustível de má qualidade produzido no País, com alta concentração de poluentes. O Brasil em breve terá refinarias capazes de produzir diesel com baixo teor de enxofre, o S10, usado em modernos motores Euro 5, já introduzidos no mercado nacional em 2012. A tecnologia evoluiu e hoje carros pequenos a diesel poluem menos do que similares a gasolina, são cerca de 30% mais eficientes e, por consequência, têm baixo consumo e baixa emissão de gás de efeito estufa, o CO2. Na Europa, dependendo do modelo, automóveis rodam de 25 a até 100 quilômetros com um único litro de diesel.
Alguns membros da futura entidade pró-diesel avaliam que já é hora de liberar o carro a diesel no Brasil e deixar o mercado se autorregular. O argumento é que a regra iguala um tipo de veículo a entorpecentes ou jogos de azar, com o agravante de que automóveis diesel não estão disponíveis nem de forma ilegal – e portanto não há nada mais proibido do que isso no País.
Barreiras
Na Anfavea, o presidente da associação dos fabricantes de veículos, Luiz Moan, diz que a entidade está aberta para estudar e eventualmente apoiar a liberação, mas avalia que é difícil convencer o governo neste momento. Ele pondera que, mesmo com as duas novas refinarias que vão destilar o S10, a produção ainda não seria suficiente para dar conta de todo o consumo interno, assim o País terá de continuar a importar o combustível. Caso essa frota cresça, teria de aumentar as importações ainda mais, elevando o déficit das contas externas. Também existe subsídio ao preço do diesel, difícil de ser justificado para uso em carros de passeio.
É verdade que o País importa muito diesel – é a segunda maior pauta de importação no momento, que consumiu US$ 4,5 bilhões só no primeiro semestre de 2013, atrás apenas do próprio petróleo. Mas, contra essa barreira, alguns membros da futura organização não governamental oferecem outra maneira de fazer a conta: também se traz muita gasolina de fora (US$ 1,8 bilhão no mesmo período) e, caso houvesse aumento da frota diesel, na prática seriam reduzidos os gastos gerais com as importações de combustíveis, pois os carros diesel são mais econômicos. Ao mesmo tempo, quando as novas refinarias entrarem em operação, vão deixar as antigas livres para produzir mais gasolina, diminuindo a necessidade de importar o combustível.
Também não se espera nenhuma explosão de consumo de carros a diesel caso a venda seja liberada. Como eles são, em média, 20% mais caros do que similares com motorização ciclo otto, estima-se que o crescimento seja bastante lento – começando, por exemplo, com taxistas que gostariam de uma opção de veículo mais econômico. Portanto, a necessidade de aumentar as importações do combustível seria apenas marginal nos primeiros anos.
Outro fator positivo a considerar é que o aumento da frota diesel também eleva o incentivo à produção e consumo de biodiesel ou diesel de cana, com emissões de CO2 reduzidas pela reabsorção das próprias plantações, como já acontece com o etanol.
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