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Fomos para a pista com a Triumph Speed Triple

21/01/2013 - 09:38 - Arthur Caldeira/ Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho/Agência INFOMOTO
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A Triumph Speed Triple é aquele tipo de motocicleta com personalidade marcante. Não me refiro somente ao seu design característico com os dois faróis saltados, que no início eram redondos e na reformulação do modelo realizada em 2010 ficaram angulosos e poligonais. Nem somente ao estilo streetfighter, herdado dos modelos esportivos adaptados para a rua com guidões mais largos e sem carenagem, que ela inaugurou nas motos em série quando foi lançada em 1994.

Essa naked inglesa destaca-se sim pelo seu design e estilo. Mas também por ter sido a primeira moto da Triumph a contar com motor de três cilindros em linha, que acabou tornando-se marca registrada da fabricante inglesa. Todos esses fatores em conjunto com a sua pilotagem divertida fazem da Speed Triple uma motocicleta que marca aqueles que a pilotam.

Agora montada em Manaus (AM) pelo sistema CKD na nova fábrica da Triumph, a Speed Triple chega com fôlego para “brigar” pela preferência do motociclista que procura uma moto naked de 1.000 cc. Com preço sugerido de R$ 42.900, já incluso o frete e o sistema de freios ABS, a Speed Triple quer incomodar a Honda CB 1000R, terceira naked mais vendida do Brasil em 2012 (1.995 unidades), que custa R$ 43.490, sem frete, e também a Kawasaki Z1000 que, com freios ABS, tem preço sugerido de R$ 49.990.

Mais leve e potente

Como o modelo já esteve por aqui anteriormente em sua antiga versão, é importante ressaltar que as mudanças da Speed Triple 2013 vão além dos novos faróis. O motor tricilíndrico de 1050 cc recebeu ajustes na centralina (ECU) e ficou mais potente - 133 cavalos a 9.900 rpm –, além do torque máximo ter aumentado para 11,39 kgf.m a 7.750 rpm.

Os engenheiros ingleses também aprimoraram a ciclística. Agora a tarefa de “atacar” as curvas com exatidão está ainda mais fácil para a Speed Triple. O quadro de alumínio é totalmente novo e com isso foi possível deslocar o motor 3 mm e sete graus à frente, deixando-a mais ágil e estável. A distribuição de peso mudou: 50,9% no eixo dianteiro, contra os 48,6% da versão anterior. A balança traseira monobraço mostra uma roda nova que, além de mais bela, contribuiu para baixar o peso do conjunto. Pronta para rodar a moto pesa 214 kg, três quilos a menos que o modelo 2010.

Um dos poucos itens que recebia críticas anteriormente era o sistema de freios. Além da falta de uma resposta mais rápida e eficiente, o sistema anti-bloqueio (ABS) não era oferecido nem como opcional. Presente na nova versão, o ABS integra um novo conjunto de freios: na dianteira, há dois enormes discos flutuantes de 320 mm e pinça radial da marca Brembo com quatro pistões. Já na traseira, o disco simples de 225 mm tem pinça Nissin com dois pistões.

Na pista

Ao montar na moto, logo se notam mais mudanças no trem dianteiro da Speed Triple. O ângulo de cáster foi reduzido (de 23,5° para 22,8°) e a distância entre-eixos, aumentada de 1.425 mm para 1.435 mm numa clara tentativa de proporcionar mais estabilidade. O triângulo da ergonomia do piloto também é novo: o banco está mais próximo do eixo dianteiro, o guidão mais perto do piloto e as pedaleiras levemente mais à frente. A sensação é de que se senta mais próximo ao guidão e, com isso, a moto parece mais compacta do que realmente é.

Pude rodar com a naked inglesa em duas situações: primeiramente no circuito de Mallory Park, na Inglaterra, e depois no autódromo da Fazenda Capuava, interior de São Paulo, no lançamento nacional do modelo. Logo nas primeiras voltas já se nota que a Speed Triple está, de fato, mais “afiada” para entrar nas curvas. E, o motor ainda mais liso e utilizável, apesar de ter perdido torque nas arrancadas – apenas acima das 3.500 rpm sente-se o vigor do tricilíndrico. A partir daí, tem-se a disposição o melhor dos dois mundos: a subida de giros rápida de um motor tetracilíndrico, mas sem a estupidez dos motores de quatro cilindros; além da docilidade de um bicilíndrico, mas sem a lentidão no conta-giros e as vibrações desse tipo de propulsor.

A ciclística revista certamente transmite a segurança necessária para acelerar a naked da Triumph na pista (quase) como se fosse uma esportiva. O quadro e as suspensões parecem “conversar” melhor com o piloto e a nova geometria contribuir para aprimorar a resposta do trem dianteiro na entrada de curvas.

Colecionando voltas na minha “bateria” de testes com a Speed Triple fui tratando de abusar ainda mais do acelerador. Mesmo em acelerações mais impetuosas, a tendência da roda dianteira levantar com facilidade como acontecia na versão anterior foi amortizada, com isso se ganha mais estabilidade e segurança para acelerar em um “track-day”, se for essa sua ideia. Bastante controlável, cheguei até a ouvir os bons pneus Metzeler Racetec K3 (os mesmos que equipavam a primeira geração da superesportiva BMW S 1000RR) “cantar” em derrapagens nas saídas de curva.

Os freios, de fato, estão melhores. Oferecem agora uma resposta mais instantânea, às vezes até exagerada. E para isso está ali o ABS, afinal o peso aliviado faz com que a traseira derrape com facilidade. Mas se a ideia for mesmo entrar nas curvas derrapando, pode-se ainda desligar o sistema.

Conclusão

A Triumph Speed Triple continua sendo uma espécie de “hooligan” das nakeds, em função de seu visual agressivo e seu comportamento radical. E está ainda melhor na nova versão nacionalizada.
Companheira ideal para uma estrada sinuosa ou para rodar na cidade, a Speed Triple serve também para se divertir em um autódromo e aproveitar essa nova ciclística melhorada.

Mas, se a ideia for viajar, será necessário investir em alguns acessórios, principalmente em um pequeno parabrisa – há diversas opções no catálogo de acessórios originais da marca até mesmo para colocá-la na pista. A Speed Triple não é uma moto para longas viagens. Foi feita para aquela escapada com os amigos no final de semana – mesmo porque o assento da garupa não é lá dos mais confortáveis. Mas, se como motociclista seu prazer é contornar curvas, acelerar e frear para valer, essa naked da Triumph chega com atributos para entrar na briga pela sua preferência.

FICHA TÉCNICA Triumph Speed Triple

Motor: Três cilindros em linha, 12 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 1050 cm³
Potência máxima: 133 cv a 9.400 rpm
Torque máximo: 11,3 kgf.m a 7.750 rpm
Câmbio: Seis marchas
Partida: Elétrica
Transmissão final: Corrente
Alimentação: Injeção eletrônica multiponto sequencial
Quadro: Dupla trave superior tubular em alumínio
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido Showa com 43 mm de diâmetro totalmente ajustável com 120 mm de curso
Suspensão traseira: Monobraço com um conjunto de mola e amortecedor Showa totalmente ajustável com 130 mm de curso
Freio dianteiro: Disco duplo de 320 mm de diâmetro e pinça de fixação radial Brembo com quatro pistões e sistema ABS
Freio traseiro: Disco de 255 mm de diâmetro e pinça Nissin de dois pistões com ABS
Pneu dianteiro: 120/70 ZR 17
Pneu traseiro: 190/55 ZR 17
Comprimento total: 2.100 mm
Largura total: 795 mm
Altura total: 1.110 mm (sem os espelhos retrovisores)
Distância entre eixos: 1.435 mm
Altura do assento: 825 mm
Tanque de combustível: 17,5 litros
Peso em ordem de marcha: 214 Kg
Cores: Branco, Preto e Amarelo metálico
Preço: R$ 42.900

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