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Em seu relatório, o Latin NCAP descreve que o Mobi proporcionou proteção marginal para a região do peito dos ocupantes adultos no teste de impacto frontal, apresentando estrutura estável neste teste, mas no impacto lateral a proteção para a mesma região corporal foi considerada fraca.
Além disso, a porta traseira do modelo de cinco portas se abriu no teste de batida lateral, expondo os ocupantes a potenciais riscos. O Latin NCAP apontou ainda que é preocupante o fato de o Mobi não contar com cintos de segurança de três pontos em todas as posições do banco traseiro (apenas em duas das três opções), bem como a falta das ancoragens padrão Isofix, o que limita a instalação de sistemas de retenção infantil (SRIs). Para proteção de ocupante criança, o Fiat Mobi recebeu duas estrelas.
Entre os equipamentos de segurança, o compacto da Fiat oferece além dos obrigatórios - airbags frontais para motorista e acompanhante e freios ABS (sistema de antibloqueio de frenagem) – o pré-tensionador do cinto de segurança do motorista, que faz com que o cinto retraia o ocupante em fração de segundos, deixando-o mais distante do painel do carro, por exemplo, em caso de colisão. O modelo não conta com airbag lateral para cabeça, airbag lateral para o corpo nem airbag para o joelho do motorista, pré-tensionador de cinto de segurança do acompanhante, sistema de aviso do cinto de segurança, Isofix e controle eletrônico de estabilidade (ESC). Vale lembrar que para todos os testes, o Latin NCAP seleciona apenas as versões de entrada de cada modelo, para garantir que não há testes de versões com equipamentos opcionais.
Além do Mobi, foram testados a versão minivan do Chevrolet N300, que não é vendida no Brasil: o modelo fabricado na China recebeu nota zero (nenhuma estrela) para proteção de ocupante adulto e uma estrela para proteção de criança; e o Kia New Rio Sedan, fabricado no México, levou duas estrelas, tanto para adultos quanto para crianças. Também não é oferecido no mercado brasileiro. Esta foi a quarta bateria de testes realizados neste ano pelo Latin NCAP. Dos três modelos avaliados, apenas o Kia New Rio foi patrocinado: ou seja, a própria montadora pediu o teste do carro.
O secretário geral do Latin NCAP, Alejandro Furas, foi enfático ao comentar sobre a avaliação dos três modelos: “É decepcionante que, depois de passados sete anos da Década de Ação para a Segurança Viária da ONU, nenhum país da América Latina ainda conte com regulamentação efetiva obrigatória de ESC e de proteção contra impactos laterais. Os governos latino-americanos estão, ainda hoje, mais de 20 anos atrasados quanto às regulamentações europeias e estadunidenses a respeito da segurança dos veículos. De um lado, parte desses governos estão dispostos a melhorar, de outro, infelizmente, aquelas que assinam as decisões estão influenciadas pelo lobby da indústria para adiar ou bloquear as regulações. Isso deve parar. O Latin NCAP mostrou a capacidade de impulsionar o mercado para obter carros mais seguros além das exigências governamentais. Os governos devem ter uma cooperação mais ativa com o Latin NCAP e tornar obrigatórias as regulamentações dos testes de colisão sem que as estelas sejam um limitante para vender os veículos”, disse.
“Preocupa muito que, ainda no ano 2017 nossos governos continuem a permanecer indiferentes em relação à problemática que implica uma fraca legislação nacional ou sua total carência. Ela deveria se focar nos consumidores para eles contarem com veículos mais seguros, bem como para serem informados objetivamente acerca dos níveis e condições de segurança próprios nos quais estão fazendo elevados investimentos. Daqui eu faço um chamado a nossos governantes, fabricantes e a sociedade mesma para podermos continuar a trabalhar juntos a respeito disso, adoptando uma posição firme sobre a segurança dos carros vendidos em nossos países”, completou o presidente da comissão diretora do Latin NCAP, Ricardo Morales Rubio.
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