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Apesar da proposta semelhante, há mais diferenças entre elas do que os R$ 1.310. Diferenças importantes que o consumidor deve considerar. A começar pelo uso que fará da moto: será seu veículo de uso diário ou a moto vai ficar reservada para as viagens de fim de semana ou para aquela aventura até a Patagônia com os amigos?
Conforto e versatilidade
A BMW G 650 GS ganhou novos ares com a reformulação visual do modelo 2012, ficou mais moderna e atraente. Mas por baixo continua exatamente com as características que fizeram dela um sucesso até hoje.
Na motorização, o mesmo monocilíndrico com 652 cm³ de capacidade. Com comando duplo no cabeçote (DOHC), quatro válvulas e refrigeração líquida, o propulsor produz 50 cv de potência máxima a 6.500 rpm. Mas sua qualidade são os 6,1 kgf.m de torque máximo já a 4.800 rpm. Na parte ciclística, suspensões de longo curso: 170 mm na dianteira com ajuste na précarga e retorno; e 165 mm na balança monoamortecida com ajuste na précarga da mola. Calçada com pneus de uso misto – Metzeler Tourance – seu desempenho no fora de estrada é razoável. Só não é melhor em função da roda de liga leve de 19 polegadas na frente – atrás roda de 17 polegadas.
Somando essas características à boa posição de pilotagem – ereta, típica das trails – e à generosa espuma do banco, o resultado é uma moto bastante confortável e ainda assim versátil para encarar uma estrada de terra. Mas nada muito radical que arrisque amassar as rodas de liga-leve ou muita lama que vá grudar no pneu.
Com um consumo que variou entre 19 e 21,5 km/litro, a G 650 GS ainda oferece boa autonomia (tanque com 17 litros de capacidade) e conforto para viagens. Em resumo, a G 650 GS seria a opção ideal para o motociclista que quer uma trail para rodar no dia-a-dia e também para uma viagem (um pouco) aventureira.
Sem falar na sua desenvoltura para rodar no trânsito urbano. Mesmo com seu guidão largo, a BMW G 650 GS “costura” com facilidade os carros engarrafados nas ruas e avenidas da capital paulista. Para tanto, o piloto conta com o auxílio do banco a apenas 78 cm do solo, permitindo que um piloto de estatura média (1,71 m) apóie os pés no chão com facilidade.
Robustez no off-road
A Yamaha XT 660Z Ténéré, mostrada no Salão Duas Rodas 2011, em outubro passado, ainda carrega ares de novidade. Em nossa viagem com as duas motocicletas pelo interior de São Paulo – mesclando rodovias, estradas sinuosas e caminhos de terra – não era raro encontrar alguém que perguntasse qual moto era aquela.
Imponente com seu tanque de 23 litros e o pequeno para brisa, a Ténéré 660 transpira o espírito aventureiro, reforçado pelos protetores de mão e de motor em alumínio (ambos opcionais e montados na unidade testada). Dotada de uma roda de 21 polegadas na dianteira e suspensões com cursos bem longos - garfo telescópico convencional com 210 mm de curso, na frente, e balança em alumínio monoamortecida com curso de 200 mm, ajustável em cinco posições, atrás – a Ténéré parece pronta a encarar qualquer tipo de estrada. E está mesmo.
Rodamos cerca de 30 km com ambas as motos por uma complicada trilha de terra entre Araçariguama e Pirapora do Bom Jesus, no interior paulista. Enquanto a Ténéré ignorava as pedras soltas e os buracos, o bom senso exigia que o piloto da G 650 GS agisse com cautela para não danificar a moto. Mas aqui vale ressaltar que a trail alemã não se intimidou: mesmo com roda 19 na dianteira e com pneus mais on do que off-road enfrentou bem os obstáculos. Mas a Ténéré levou vantagem nessa situação.
A Ténéré 660 compartilha o mesmo motor da XT 660R. O monocilíndrico equipado com sistema de injeção eletrônica e arrefecimento líquido produz 48 cv de potência máxima a 6000 rpm e torque máximo de 5,95 kgf.m a 5.500 rpm. Mas na Ténéré, foi otimizado para garantir mais torque em médias rotações, o que favorece ainda mais a tocada off-road. Outro detalhe faz toda a diferença: as pedaleiras mais largas da Yamaha Ténéré 600 são ideais para se pilotar em pé, facilitando e muito acelerar na terra.
Desempenho no asfalto
Enquanto nos trechos fora-de-estrada a Ténéré levava vantagem, no asfalto foi a vez de a BMW G 650 GS dar o troco. Com mais de 300 km rodados, principalmente nas curvas da sinuosa e bela estrada dos Romeiros, que liga Pirapora do Bom Jesus a Itu, no Estado de São Paulo. A roda de 19 polegadas na dianteira e o menor curso das suspensões permitem deitar nas curvas com mais segurança, enquanto o piloto da Ténéré ficava para trás. Novamente ressalto que isso não significa que a Yamaha seja ruim de curva, simplesmente não tem o mesmo desempenho dinâmico da BMW.
Outra situação em que a G 650 GS se sai melhor é no trânsito urbano. Mais baixa e leve (10 kg a menos do que a Ténéré), além de ter um motor de comportamento mais suave, o piloto sente mais segurança para trafegar entre os carros. Já a Ténéré é mais bruta, tem uma arrancada mais forte e pilotá-la na cidade exige mais do piloto. Além disso, a Ténéré é mais “beberrona”: fez entre 18 e 20 km/litro.
Outro ponto positivo fica por conta dos freios ABS – podem ser desligados no off-road – que são item de série na 650cc da BMW. Em frenagens de emergência funcionam muito bem. Já a Yamaha não oferece o sistema anti-travamento no Brasil, porém o freio de disco duplo na dianteira que equipa a 660Z são excelentes e também param os 186 kg a seco com segurança.
Para usos distintos
Embora os dois modelos comparados sejam versáteis, ou seja, vão bem em variadas situações, o que deve nortear a escolha final é realmente o uso que se dará a cada uma delas.
Respondendo à pergunta inicial, se você procura uma moto para uso diário e também para viagens sem muita aventura, a BMW G 650 GS é uma boa opção. Mas se no seu caso o uso for principalmente para aventuras com uma boa dose de terra no caminho, a Yamaha XT 660Z Ténéré foi feita para você – ou ainda a G 650 GS Sertão (leia mais abaixo).
Claro que você pode ignorar todas essas considerações e optar pela que mais lhe agrade. Quem sempre sonhou em ter uma BMW não terá grandes problemas para encarar uma estrada de terra, assim como os fãs do nome Ténéré acharão bastante divertido rodar na cidade com essa nova versão XT 660Z.
G 650 GS Sertão: mais off-road
Caso você se enquadre no perfil de consumidor que quer uma moto mais aventureira e é fã da BMW, pode optar pela recém-lançada G 650 GS Sertão. Com preço sugerido de R$ 32.800, a “Sertão” tem outro conjunto de suspensões com curso mais longo. O garfo telescópico dianteiro tem 210 mm de curso e trabalha em conjunto com o braço oscilante traseiro de mesmo curso, que conta com amortecedor a gás. Estas especificações somadas às rodas raiadas de 21 polegadas na frente (na standard na frente a roda tem 19 polegadas e é de liga leve) e 17 atrás credenciam a moto para enfrentar qualquer irregularidade existente no caminho de terra.
FICHAS TÉCNICAS:
Yamaha XT 660Z Ténéré
Motor OHC, monocilíndrico, 4 tempos, 4 válvulas e refrigeração líquida,
Capacidade cúbica 660cc
Diâmetro x curso 100 x 84 mm
Taxa de compressão 10.0:1
Potência máxima 48 cv a 6.000 rpm
Torque máximo 5,95 kgf.m a 5.500 rpm
Sistema de combustível Injeção de eletrônica
Tipo de embreagem multidisco banhado a óleo
Sistema de ignição Elétrica
Sistema de transmissão Permanentemente engrenada, 5 velocidades
Transmissão final Corrente
Chassis Tipo Diamante, em aço
Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico com 210 mm de curso
Traseira: Monoamortecedor, ajustável para pré-carga e retorno e 200 mm de curso
Freio dianteiro discos duplos: De acionamento hidráulico e de 298 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco simples de 245 mm
Pneu dianteiro: 90/90R 21M/C 54S
Pneu traseiro: 130/80R17M/C 65S
Comprimento total: 2.246 mm
Largura total: 865 mm
Altura total: 1.477 mm
Altura do assento: Ajustável 896 mm
Distância entre eixos: 1.500 mm
Distância mínima do solo: 260 mm
Peso total (a seco): 186 kg
Capacidade do tanque de comb.: 23 litros
Quantidade de óleo: 2,9 litros
Cor: Azul
Preço: R$ 31.110,00
BMW G 650 GS
Motor Monocilíndrico, (DOHC), 4 válvulas por cilindro, e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 652 cm³
Potência máxima 50 cv a 6.500 rpm
Torque máximo 6,1 kgf.m a 4.800 rpm
Câmbio Cinco marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Tipo diamante
Suspensão dianteira Garfo telescópico de 41mm de diâmetro com ajuste de pré-carga e retorno – 170 mm de curso
Suspensão traseira Balança traseira de alumínio com amortecedor centralizado – 165mm de curso
Freio dianteiro Disco simples de 300 mm de diâmetro com ABS
Freio traseiro Disco simples de 240 mm de diâmetro com ABS
Pneus 100/90-19 (diant.)/ 130/80-17 (tras.)
Comprimento 2.185 mm
Largura 905 mm
Altura 1.160 mm
Distância entre-eixos Não disponível
Distância do solo Não disponível
Altura do assento 780 mm
Peso em ordem de marcha 192 kg
Peso a seco 175 kg
Tanque de combustível 14,3 litros
Cores Branca e Vermelha
Preço sugerido R$ 29.800,00
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