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Todos os expositores colocaram a questão dos altos preços do carro praticado no Brasil comparados com outros países: tanto países do Primeiro Mundo (Estados Unidos, Europa e Japão) quanto em relação aos nossos vizinhos Paraguai e Argentina. O exemplo do Toyota Corolla, um modelo global, foi o mais citado: o carro custa US$ 16,2 mil nos Estados Unidos, US$ 21,6 mil na Argentina e US$ 28,6 mil no Brasil.
O representante do Ministério Público, Antonio Fonseca, pediu ao Senado a revogação da Lei Renato Ferrari, que regulamenta a distribuição de veículos (e obriga todos os fabricantes a nomear uma rede de concessionárias para vender seus veículos). Disse que o setor não precisa de regulamentação e que essa lei provoca o oligopólio, prejudica a livre concorrência e cria reserva de mercado em regiões do País, o que contribui para o aumento do preço final do carro.
Mas foi o representante do Sindipeças, Luiz Carlos Mandelli, quem apresentou as informações mais contundentes em relação à formação do preço do carro no Brasil. Segundo o estudo, encomendado à consultoria IHS e apresentado pelos fabricantes de autopeças aos senadores, a margem de lucro praticada no Brasil é a maior do mundo, 10% sobre o valor ao consumidor, enquanto a margem média mundial é de 5% e nos Estados Unidos o lucro é de 3%.
Segundo o mesmo levantamento, o custo de produção e distribuição do veículo no Brasil é muito mais baixo do que nos países desenvolvidos. Esse custo, que inclui matéria-prima, mão-de-obra, logística e publicidade, entre outros (que as montadoras chamam de Custo Brasil) é equivalente a 58% do valor final do carro. A média mundial é bem maior, de 79%, e nos Estados Unidos esse custo sobre para uma faixa entre 88% e 91% (veja abaixo a composição do preço do carro no Brasil).
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