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Crescem as vendas de motos de alta cilindrada

27/05/2009 - 17:16 - Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO
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De janeiro a abril deste ano foram emplacadas 496.618 motos – 18,55% menos se compararmos com o primeiro quadrimestre de 2008. Porém, algumas categorias tiveram um aumento significativo em suas vendas, caso das motos custom. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores), nos quatro primeiros meses de 2009, 10.878 motos do segmento custom ganharam as ruas e estradas, contra 5.688 no mesmo período do ano passado. O que representa um crescimento de 91,24%. Comparativamente, este ano o volume de vendas de modelos custom quase dobrou.

Remando contra a maré – falta de crédito para modelos básicos de até 150 cc – outros segmentos também apresentam bons resultados como, por exemplo, as nakeds, roadsters e também as big-trails. Assim, podemos afirmar que o mercado de motos de média e alta cilindradas está aquecido, até porque o perfil do consumidor é bem mais qualificado para aprovação das fichas cadastrais para o financiamento do bem. Para os motociclistas brasileiros, a moto dos sonhos acima das 500 cc custa a partir de R$ 25 mil.

Prova de que o segmento de motos custom está aquecido é o mais recente lançamento da Yamaha: a XVS 950 Midnight Star. A marca japonesa aposta na personalidade de sua estradeira, que tem motor de dois cilindros em “V” de 54 cv, para abocanhar uma fatia do segmento. Dentro do mix de produtos, a Yamaha oferece ainda outros seis modelos acima de 600cc, porém a Midnight Star, que tem preço inicial de R$ 34,6 mil, é a única custom.
 
Touring

Já na linha custom/touring, podemos destacar a Harley-Davidson. Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas tiveram uma reação e devem fechar o ano com volume igual ou superior ao de 2008. Sonho de consumo de várias gerações de motociclistas, a tradicional família Harley ganhou recentemente três modelos completamente distintos: a esportiva XR 1200, a “anabolizada” V-Rod Muscle, e a Dyna, modelo de 1600 cc que oferece um bom custo-benefício (a partir de R$ 34,9 mil).

“Hoje, o consumidor vive o momento de concretizar sonhos e de realizar bons negócios. Apesar da crise mundial que se instalou no final de 2008, o mercado brasileiro continuou se movimentado. As montadoras ficaram mais flexíveis nas negociações. Em alguns casos, por exemplo, os preços em reais até caíram”, explica Carlãozinho Coachman, gerente de produtos do Grupo Izzo, representante oficial da marca norte-americana no País, explicando a lei da oferta e da procura. “Não há problema de crédito neste mercado de motos de maior valor agregado, já que o motociclista cumpre todas as exigências estipuladas pelas instituições bancárias para comprovar renda,” conclui Coachman.

Nakeds

Já as nakeds apresentaram um crescimento de 6,96% em comparação a 2008. As motos mais desejadas pelos motociclistas são a Honda CB 600F Hornet, Suzuki Bandit e a linha FZ6 da Yamaha.

Neste contexto, destaque para a Honda Hornet, com a comercialização de mais de 500 motos/mês. Neste ritmo, a montadora nipônica terá um melhor desempenho se comparado a 2008 (5.898 unidades comercializadas no ano passado).

Para José Luis Terwak, gerente do departamento de novos produtos da Honda, “o mercado de motos de maior valor e cilindrada tem como aliado um apelo emocional, surpreendendo sempre no volume das vendas. Além disso, hoje, os preços estão mais convidativos”, conta o engenheiro da Honda.

Trail

Nesta categoria, o aumento da participação do mercado de duas rodas não é tão significativo, porém é um dos segmentos mais concorridos. Entre os modelos mais desejados pelos motociclistas estão: Yamaha XT 660R, Suzuki V-Strom DL1000, a linha BMW (R 1200 GS, F 800 GS e F 650 GS) e a Honda XL 1000V Varadero.

A BMW já emplacou no primeiro quadrimestre 363 unidades neste segmento trail, contra 194 motos do mesmo período de 2008, ou seja, crescimento de pouco mais de 87%. Para Rolf Epp, gerente da divisão de motocicletas da BMW Brasil, este aumento nas vendas se deve à ampliação e desenvolvimento das concessionárias, além de uma boa variedade de produtos dentro da categoria trail. Detalhe: este ano a marca alemã já inaugurou mais duas revendas – Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG), em um total de 11 pontos de venda em todo o País. “O carro-chefe da marca continua sendo a R 1200 GS, porém a F 800 GS teve uma excelente receptividade do motociclista brasileiro. A diferença do volume de vendas é de apenas 6% em favor da 1200 GS”, conta Rolf Epp, afirmando que, no geral, a marca teve um crescimento de 40% em 2009.

Na análise do gerente da BMW o mercado de motos acima de 500 cc é pouco explorado, já que representa apenas 2% de todas as motos comercializadas no Pais. “Modelos de média e alta cilindradas têm um enorme potencial. E é neste motociclista que a BMW foca todas as suas energias”, explica Epp, dizendo que a marca alemã comercializou no total 425 motos no primeiro quadrimestre. Só para comparar, em 2006 foram vendidas no Brasil 526 unidades. No segundo semestre a BMW promete a apresentação da F 800 R, naked que deve acirrar ainda mais a disputa com as marcas japonesas.

Exclusiva e artesanal

Agora quem quiser exclusividade mesmo pode escolher um dos modelos Bimota, marca italiana importada pela Perfect Motors. O modelo é tão exclusivo que pode ser encomendado diretamente da fábrica com quadro e rodas pintadas com cores diferentes das versões originais. “Este não é um mercado fácil de se trabalhar. Para o brasileiro o que vale ainda é a cavalaria, a velocidade. Na Bimota, além de sua característica artesanal, destacamos a ciclística e também o design”, conta Carlos Ludman, da Perfect Motors, dizendo que neste segmento de motos de luxo, a taxa do dólar pouco influenciou nas vendas, já que o perfil deste piloto é bem diferenciado.

“O que este motociclista quer mesmo é novidade, exclusividade”. Ludman conta que neste ano foram comercializadas 17 Bimota. “Estamos muito próximos de atingir a meta anual da marca”, conta, eufórico, o importador. Detalhe: os preços das motos italianas variam entre R$ 80 mil e R$ 155 mil.

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