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Ao ver o carro em detalhes é possível afirmar que a Chevrolet vendia verdadeiras carroças por aqui antes dos inúmeros lançamentos de 2011/2012. O Onix está anos-luz à frente do Corsa que substituiu. Até mesmo o Ágile fica ultrapassado e vira uma dor de cabeça para a marca, e muito mais para seus proprietários que verão o carro ser remodelado no segundo semestre deste ano.
Seguindo a onda de lançar carros com um visual chamativo, o Onix se destaca pela bela dianteira, com a “boca” do radiador enorme. Outro destaque para o carro é o fato dele usar a plataforma GSV, compartilhada por Cobalt, Sonic e Spin (por ora, o Onix é o menor modelo a utilizá-la). Plataformas globais são tendência e mostrar que o mercado é tratado de igual para igual com outros grandes mercados.
Como o grande rival do Onix é o campeão de vendas e ultrapassado Vw Gol, parece que a GM se inspirou um pouco no carro em alguns detalhes. A traseira do Chevrolet lembre tanto a de seu rival, pelo menos até o meio das lanternas (de baixo para cima). Mas suba o olhar e note que as lanternas têm uma ondulação, e a janela é bem mais estreita que os ombros da carroceria. Ali o Onix lembra mais o primo (distante) Cruze.
A "onduladinha" nas lanternas não é uma firula. Ela acompanha os vincos que marcam as laterais e a tampa traseira do Onix. Segundo a apresentação técnica, eles não são apenas estéticos: servem para melhorar a aerodinâmica. Mas é seu efeito visual que vai capturar os olhos do comprador, e não o que fazem com o vento.
Alguns leitores podem sentir falta aqui em nossa avaliação dos preços trabalhados pela marca. Mas como a redução do IPI está chegando ao fim fica complicado de saber como as montadoras trabalharão daqui para frente. Até dezembro de 2012 o carro era vendido entre R$ 29.990 e R$ 41.990.
O Onix, feito em Gravataí, no Rio Grande do Sul, fez com que a marca encerrasse a produção do Prisma por lá. Assim, fica cada vez mais evidente que a versão sedã do carro será feita em terras gaúchas também.
Mais detalhes
Falando mais precisamente do carro que avaliamos, ele é a versão topo de linha. Com direito a
para-choque exclusivo dotado de luzes de neblina, rodas de aro 15 com pintura especial e um esquisito acabamento azul nos faróis, que em princípio achamos dispensável (mas que, com o tempo, pode virar um item de exclusividade até interessante).
Por dentro, nas versões LT e LTZ, o Onix surpreende pelo bom gosto geral, qualidade difícil de atribuir a outros e vários habitáculos da GM. O plástico predomina, mas ao menos tem a aparência de "plástico bom". As peças são funcionais, discretas e pequenas (maçanetas, saídas de ar, comandos em geral). Fora o teto claro, tudo é preto ou discretamente cromado.
O porta-luvas é um achado: sua tampa abre para cima, levando consigo o orifício onde se encaixa uma das saídas de ar quando a peça está fechada. Ela não bate na perna do passageiro, como acontece no Etios. O espaço, no entanto, é pequeno - mas há porta-objetos espalhados pela cabine (só no console central e no painel frontal são sete nichos). Nas portas cabe um celular ou uma carteira, além de haver espaços sob medida para garrafas PET de 500 ml.
Combinados, o entre-eixos de 2,52 metros (em 3,93 metros de comprimento) e a altura de 1,48 metro (2 cm mais que o Gol) garantem habitabilidade honesta para quatro adultos de 1,80 metro. Os bancos são caprichados, com as peças dianteiras envolventes e tecido com costura aparente. E o sistema de infotainment MyLink é um capítulo à parte e que pode distrair facilmente o motorista. São tantas possibilidades e novidades para um público de entrada, que é necessário cuidar ao “fuçar” mais.
Ao volante
Durante os 7 dias que ficamos com o modelo oferecido pela montadora, a versão LTZ chamou a atenção pelas ruas de Campo Grande. Mesmo com alguns “irmãos” já entregues aos donos, o carro ainda é uma grande novidade.
Com o motor 1.4 evoluído do VHC/Econoflex, com novidades mecânicas e de montagem para diminuir tamanho e peso, o carro ficou mais esperto no trânsito das grandes cidades. As partes móveis do motor receberam tratamentos para diminuir o atrito; e, de acordo com engenheiros, mantiveram-se as tradicionais oito válvulas, duas por cilindro, como forma de garantir um conjunto mais leve (e também para obter bom torque em rotações baixas).
Com esses retoques na mecânica, o carro se comportou muito bem. Saímos da concessionária com o tanque completado com etanol. Assim, o Onix gera 106 cavalos, número interessante para suas medidas. Segundo a GM, 90% do torque já estão à disposição em 2.300 giros no 1.0 e no 1.4. Ambos trabalham em grande harmonia com um câmbio de cinco marchas suave e preciso.
Arrancadas e retomadas foram seguras, e a 120 km/h o conta-giros apontava confortáveis 3.500 rpm. O isolamento acústico mostrou-se excepcional nos dois Onix que guiamos (o emborrachamento das portas é triplo). Deu para conversar em tom normal e ouvir música baixinho numa boa.
As suspensões, independentes na dianteira e com eixo de torção atrás, são um ponto a destacar. A GM poderia imitar o Gol e fazer um carro mais rígido, tendendo à esportividade. Poderia também buscar referências no Fiat Palio, outro rival, e apostar na maciez (boa para a cidade).
Ao volante o Onix é firme e parece disposto a fazer qualquer curva que se queira, comandado por uma direção direta e até "nervosinha". No banco traseiro, porém, percebe-se que há mais curso e um ajuste complacente com as irregularidades da pista, evitando batidas secas.
Destaque do carro
É óbvio que o design do carro é um grande destaque, mas o sistema MyLink merece mais destaque. Isso se deve porque o carro tem como alvo o público jovem, que adora essas “traquitanas tecnológicas”. O sistema de infoentretenimento MyLink estreia no Brasil no Chevrolet Onix. Ele é item de série em cinco dos dez pacotes propostos pela GM nas três versões do modelo (o mais barato deles custa R$ 32.890). O valor à parte é de R$ 1.200.
Dotado de tela de 7 polegadas sensível ao toque, basicamente o MyLink coloca o smartphone do usuário dentro do carro. A começar de sua linguagem visual, copiada da aparência de celulares bem conhecidos no mercado.
Músicas, fotos, vídeos e aplicativos do celular podem ser carregados no MyLink -- que, claro, também permite o uso do telefone via Bluetooth. Além disso, há as funções tradicionais de rádio AM/FM e conexões para leitura de arquivos de áudio MP3 e WMA. Não há toca-CDs.
Outra função interessante é a possibilidade de carregar um GPS, também via celular. A GM demonstrou isso com o aplicativo BringGo, que ainda não está à venda, mas poderá ser baixado nas lojas de aplicativos de iPhone e Android.
Recall
Mal chegou e o Onix também já passa por um chamado da montadora (recall). A Chevrolet anunciou no último sábado (05/01) o recall do novato Onix. O chamado afeta 7.265 unidades da versão 1.0, todas produzidas de 24 de agosto a 15 de dezembro de 2012. De acordo com o comunicado emitido pela montadora, o problema afeta as rodas de aço de 14 polegadas (de série na configuração de entrada do hatch), que podem apresentar arestas e cortar a parte interna dos pneus durante o processo de montagem.
A visita à revenda serve para a verificação e eventual troca dessas rodas - procedimento que leva cerca de 1h30. Mais informações sobre o recall do Onix podem ser obtidas através do Serviço de Atendimento Chevrolet, no telefone 0800-702-4200.
Confira os chassis das unidades convocadas:
DG129064 a DG209603
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