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A situação pode (ainda) ser imaginária, mas não por muito tempo. Motos e scooters do futuro não serão apenas um meio de locomoção, mas funcionarão também como dispositivos de comunicação. “O BMW Motorrad Concept Link significa uma nova forma de entender a mobilidade urbana. Conecta o mundo digital ao analógico para focar no condutor e nas suas necessidades de deslocamento”, declarou Edgar Heinrich, chefe de design da BMW Motorrad ao apresentar, na última semana, um novo conceito da fábrica alemã. Batizado de “Concept Link”, o scooter é elétrico, totalmente conectado e é a aposta da BMW para reinventar a mobilidade urbana.
Mas a conectividade será apenas uma das novidades em duas rodas. Propulsão elétrica, sensores antiqueda, tecnologias robóticas e até mesmo inteligência artificial estão entre as apostas dos maiores fabricantes de motocicletas ao projetarem as motos do futuro. Conheça alguns exemplos que dão pistas de como os motociclistas irão se locomover nas próximas décadas, ou até mesmo, antes disso.
- BMW Motorrad Concept Link
Apresentado no final de maio pela BMW Motorrad, o scooter conceito tem propulsão elétrica e conexão total com o smartphone. Com design inovador, traz corpo baixo e esticado para facilitar que pessoas de todos os biótipos possam subir ou descer dele. A novidade no conjunto motriz é a marcha a ré, que ajuda a estacionar em espaços pequenos já antevendo a falta de vagas no futuro (no futuro?). O seu corpo também pode se adaptar: o assento reto pode ir de um banco esportivo para um assento com espaço para duas pessoas.
O BMW Motorrad Concept Link mantém o condutor conectado enquanto viaja. Entre outras coisas, o Concept Link sabe o que está na agenda do proprietário e, portanto, seus próximos destinos. Dessa forma, pode planejar a rota mais rápida ou mais bonita, ou até mesmo selecionar a música mais adequada.
No conceito da BMW o clássico conjunto de instrumentos foi descartado. Em vez disso, as informações principais são projetadas no para-brisa diretamente no campo de visão do piloto. As informações secundárias são exibidas em outro grande painel digital, localizado abaixo do guidão. A superfície sensível ao toque exibe informações de infotainment, conectividade e roteamento. Botões no guidão podem ser programados para que o piloto acesse as funções preferidas e usadas com frequência, sem ter que remover as mãos do guidão. Mas as conexões não param por aí. A BMW criou roupas que também se conectam ao veículo. Com um movimento no braço da jaqueta, o piloto pode abrir e fechar a porta deslizante do compartimento de bagagem sob o banco.
- Honda Riding Assist
Na CES 2017, mais importante feira de produtos eletrônicos do mundo, que aconteceu em Las Vegas (EUA) em janeiro, a Honda mostrou uma moto-conceito, equipada com a sua nova tecnologia “Riding Assist” (assistência de pilotagem). De acordo com a marca, a tecnologia cria uma motocicleta com auto balanceamento, ou seja, que se equilibra sozinha e reduz a possibilidade de queda enquanto está parada. Ao invés de giroscópios, que aumentam o peso e podem prejudicar a pilotagem, a nova moto conceito incorpora a tecnologia robótica originalmente desenvolvida para o Uni-Cub, aparelho de mobilidade pessoal da marca.
A nova tecnologia também foi criada para facilitar o equilíbrio da moto em baixas velocidades. Já reparou que é muito mais difícil se equilibrar sobre a moto quando estamos devagar? Isso acontece porque em médias e altas velocidades a rotação das rodas gera uma inércia maior que ajuda a balancear a moto e deixá-la "em pé". Porém, em velocidades reduzidas, a menor rotação das rodas gera menos inércia, o que obriga o motociclista a balancear a moto ativamente - quem nunca se pegou mexendo o guidão de um lado para o outro para não ter que apoiar os pés no chão?
Pois assim funciona a tecnologia Riding Assist. Com a moto parada ou em baixa velocidade, sensores mexem o guidão de um lado para o outro para equilibrar a moto. Mas também a coluna de direção e o garfo dianteiro se movimentam para frente e para trás, alterando o centro de gravidade da moto, ao mudar o trail (a inclinação do garfo em relação a uma linha imaginária perpendicular ao solo).
Um trail positivo deixa a moto mais ágil e fácil para contornar curvas em altas velocidades. Por outro lado, o trail negativo faz com que a moto fique reta e não caia. O objetivo do sistema da Honda é fazer com que a moto tenha um trail "variável" e seja equilibrada em qualquer velocidade. Um sonho não é mesmo?
- Kawasaki Rideology
Para a Kawasaki as motos também são mais do que um meio de locomoção para se ir de um lugar a outro. "As motocicletas devem ser divertidas e gratificantes para o piloto. Para levar esse conceito a um nível mais elevado, começamos a trabalhar em uma nova moto que usa inteligência artificial e possui personalidade própria", afirma a empresa japonesa.
Em outubro de 2016, a fabricante japonesa anunciou o desenvolvimento de uma motocicleta que irá utilizar tecnologia da informação, ou seja, redes integradas, a tal internet das coisas, e também Inteligência Artificial (AI do inglês Artificial Intelligence). A plataforma de Inteligência Artificial, batizada de Emotion Generation Engine and Natural Language Dialogue System (Sistema de Diálogo e Linguagem Naturais e Motor de Geração de Emoções, em tradução livre), permite a comunicação entre homem e máquina, por meio de um sistema de diálogo e linguagem no qual a máquina é imbuída de sentimentos e uma tecnologia capaz de reconhecer a emoção por meio do som e da entonação da voz do piloto.
As possibilidades de que a máquina acesse a internet e se comunique com o piloto abrirão as portas para inúmeras possibilidades. Uma delas seria a capacidade da moto de acessar um banco de dados da Kawasaki com informações sobre o chassi e motor ou ainda procurar referências na internet e oferecer dicas para que o piloto aproveite mais a pilotagem. Ou ainda para que conduzisse de forma mais segura, como por exemplo, reduzindo a potência do motor antes de uma curva onde haja um vazamento de óleo ou algum trecho da estrada que esteja interrompido por obras ou por um acidente, por exemplo.
Por meio dessa avançada tecnologia também será possível atualizar o sistema de acordo com a experiência, habilidade e estilo de pilotagem do motociclista. Com essa interação constante, a motocicleta será capaz de desenvolver personalidade própria e estabelecer uma relação de confiança, na qual tanto piloto e máquina poderão evoluir juntos e oferecer muito mais diversão em uma volta de moto no final de semana.
- Yamaha PES2
No 44º Tokyo Motor Show, realizado no final de 2015, a Yamaha surpreendeu: apresentou desde um carro esportivo até um robô capaz de acelerar a superesportiva R1 a mais de 200 km/h. Mas o que mais se aproximava de uma moto do futuro, era a PES 2 (Passion, Electric, Street 2), a segunda geração de um conceito de moto elétrica feita para as ruas. A PES 2 ganhou destaque porque reuniu em um conceito diversas tecnologias, como realidade aumentada, propulsão elétrica, wearable devices (equipamentos “vestíveis”) que, no futuro, serão comuns.
O motor elétrico principal, alimentado por uma bateria de íons de lítio, formava uma espécie de monocoque juntamente com o quadro. Mas a grande novidade era que a PES 2 tinha mais um motor elétrico na roda dianteira. Fazendo dela a primeira moto elétrica com tração nas duas rodas – o que garante uma pilotagem mais estável e torna mais fácil contornar curvas.
Estilosa e compacta (apenas 130 kg com 1,92 m de comprimento) a moto esportiva elétrica podia ser ligada apenas com a utilização de uma luva com tecnologia de vestir, que acionaria o botão de partida.
A PES 2 também trazia duas câmeras de alta definição, uma na dianteira e outra na traseira. As imagens eram enviadas em tempo real para um capacete inteligente. O “smart helmet”, criado em parceria com a Sony, ainda conta com a tecnologia de realidade aumentada para informar os pilotos sobre as condições da pista, do tráfego a frente ou da sua moto.
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