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Colocamos na ponta do lápis os custos de ser motociclista

03/06/2013 - 09:20 - Carlos Bazela / Agência INFOMOTO
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Liberdade, aventura e bem estar. Estas são algumas das sensações que uma motocicleta proporciona. No entanto, assim como acontece com tudo na vida, ser motociclista também tem seu preço e nós não estamos falando apenas da motocicleta. Portanto, para você que já se considera apto para ter a sua moto, confira algumas despesas que esperam por você na hora de comprara uma motocicleta zero quilômetro para diversos tipos de uso, como o trajeto cotidiano de casa ao trabalho e até para viagens aos finais de semana.

Assim, resolvi eu mesmo entrar nessa dança e saber mais ou menos o quanto custaria para ter a minha liberdade na garagem. Em primeiro lugar, vale a pena ressaltar que sou habilitado na categoria “A”, portanto já desembolsei os R$ 460 cobrados em média pelas moto-escolas para fazer as 20 horas/aula obrigatórias pelo Denatran. Com a carteira na mão, resolvi que chegou a hora de escolher aquela que será minha futura companheira de aventura.

Para levar a ideia adiante, optei por um modelo de baixa capacidade cúbica, mas que não fosse tão pequena assim a ponto de me deixar em dificuldades na hora de pegar uma estrada, por exemplo. Uma vez que um modelo de 250cc já atende a essas exigências, escolhi a Dafra Next 250, que sai por R$ 10.990.

Como o primeiro passo é verificar se a moto vai caber no meu orçamento, fiz uma simulação de financiamento pelo site do meu banco. O resultado foi uma parcela de cerca de R$ 320 em um plano de 60 meses, sem entrada. Vale lembrar que se você tiver algum dinheiro para dar de entrada, os valores das parcelas diminuem, assim como as taxas de juros.

Moto escolhida. E agora?

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), foram registradas no primeiro trimestre desse ano 22.933 ocorrências de roubo de veículos e 27.789 casos de furto. Portanto, fazer um seguro da minha futura moto me parece uma ideia mais do que sensata.

Como eu já esperava, uma simulação para o meu perfil (solteiro, 27 anos e residente em São Paulo, onde a moto irá transitar 85% do tempo) não saiu das mais baratas, mesmo dispondo de garagem coberta tanto em casa, como no trabalho. No entanto, vale ressaltar que os R$ 2.831,75 da cotação – com franquia de R$ 1.731 - sofreriam um desconto na casa dos R$ 84 caso a moto esteja equipada com algum dispositivo de segurança, como um rastreador, por exemplo.

Cotar o seguro acabou endossando a escolha por um modelo de 250cc. Eu explico: se tivesse optado por uma Honda CG 125 Fan, por exemplo, sairia cerca de R$ 50 mais caro do que o da Next. No caso de optar pela Riva 150, também da Dafra, a diferença já seria considerável: aproximadamente R$ 500 a menos. Porém, como a seguradora me deu a possibilidade de parcelar em até cinco vezes, vou manter o modelo de 250cc nos planos para ter um pouco mais de desempenho para poder viajar. Até o momento, minha Next 250 vai me sair algo em torno de R$ 880 mensais. Pelo menos nesses cinco primeiros meses.

Cálculos feitos e, decidido a levar “marmita” para o trabalho durante esse período, percebi que esses não eram os únicos gastos para tirar a moto da concessionária. Ainda há as despesas de lacração e emplacamento, sendo que os valores podem variar de acordo com cada Estado.

Fazendo a papelada

Em São Paulo, por exemplo, a lacração sai por R$ 74,57, levando o veículo até o Detran ou R$ 106,54 no caso do serviço feito dentro da própria concessionária. Na hora de comprar a moto, algumas lojas podem oferecer como brinde as despesas de emplacamento, então vale negociar.

Todavia, para a moto sair da loja devidamente emplacada e com os documentos em ordem é preciso levar em conta as duas siglas que acompanham qualquer veículo no Brasil: IPVA e DPVAT, este último também conhecido como Seguro Obrigatório. O quanto se paga de IPVA varia de acordo com o Estado. Em São Paulo, por exemplo, a taxa é igual a 2% do valor de mercado do veículo, no caso das motocicletas. Para a Next 250, por exemplo, o imposto corresponde a R$ 219,80. Já o DPVAT é tabelado por tipo de veículo. Para motos, este ano ele custaR$ 292,01.

Aqui, tem algo que é importante saber. Caso a moto seja comprada em junho, não pagarei o IPVA total correspondente ao modelo, mas apenas a fração correspondente ao que falta para terminar o ano. Assim, o valor cai para um valor na faixa dos R$ 110. Lembrando que DPVAT e o IPVA devem ser pagos para que o processo de lacração/emplacamento possa ser feito.

Equipamento não é luxo

Ficha de financiamento aprovado, seguro fechado e pagos os tributos ao Governo, finalmente já posso colocar a moto na garagem. Mas, para ser realmente merecedor do título de motociclista ainda há alguns equipamentos que preciso ter.

Aquela cultura – oriunda da moto-escola – de que só o capacete basta para pilotar é algo que também precisa cair por terra. “Incentivamos o uso de equipamento de segurança em qualquer situação ou perfil de moto. Seja em alta velocidade ou uma queda sempre traz alguma consequência”, revela Rodrigo Almeida, da BR Motorsport, importadora e distribuidora de artigos de segurança para motociclistas.

Começou minha peregrinação na busca pelo equipamento de proteção ideal. Pesquisando descobri que na hora de escolher uma jaqueta – devidamente reforçada nos punhos, ombros e coluna – o ideal é optar por uma com forro removível, que servirá bem tanto para os dias de calor como os de frio. Luvas também são importantes, afinal servem tanto para proteger como para aquecer as mãos. Pelo mesmo motivo calças especiais reforçadas e botas também são essenciais, afinal vez ou outra precisarei pegar uma estrada em uma viagem curta ou um pouco mais longa.

Com estes itens o valor total já chegou à casa dos R$ 1.500. Parece muito, mas segurança não é gasto, mas sim investimento. Afinal, se bem cuidados capacete, jaqueta, luvas e botas podem durar muitos anos. Além disso, se comprar tudo em uma mesma loja é possível conseguir um desconto com o vendedor e parcelar também é uma opção.

Aquele capacete das aulas de pilotagem também deve ser substituído. Não que um modelo mais barato não ofereça proteção básica, mas com uma moto de capacidade cúbica maior, que atinge velocidades maiores e com a ideia de pegar estrada de vez em quando, o melhor é colocar pelo menos mais R$ 250 em cima e investir em uma peça que conte com um isolamento mais eficiente e, claro, seja mais confortável.

Fechando a conta

Para encerrar, vamos fazer rodar a bobina da calculadora uma última vez. Levando em conta que eu escolhi fazer o emplacamento na concessionária, fechei o seguro sem nenhum dispositivo de rastreamento e optei por uma capa de chuva na faixa dos R$ 80, meu gasto total, incluindo a Dafra Next 250, ficou na faixa dos R$ 16.165. Claro, conforme já dito, muita coisa pode ser parcelada, inclusive a moto. Mas, a ideia aqui é mostrar que a liberdade em duas rodas às vezes pode custar mais do que o esperado. Todavia, com bastante planejamento, ela pode deixar de ser um sonho.

Aprender nunca é demais

Embora a moto-escola seja um ótimo local para ter o primeiro contato com a motocicleta, a grande verdade é que ninguém sai dela um legítimo piloto. Portanto, para quem tem tempo e dinheiro disponíveis, investir em um curso de pilotagem para aprimorar suas técnicas sempre pode ser uma boa ideia. Há diversos deles disponíveis no mercado, mas o motociclista deve estar preparado para tirar do bolso pelo menos R$ 1.000 e todos eles exigem que os alunos estejam totalmente equipados com capacete, jaqueta, luvas e etc.

Quanto fica tudo?

Habilitação R$ 460 em média
Moto Dafra Next 250: R$ 10.990
Seguro R$ 2.831,75 / R$ 1.731 (franquia)
Documentação (lacração e emplacamento)  R$ 106,54 (na concessionária)
IPVA R$ 219,80
Seguro Obrigatório (DPVAT)  R$ 292,01
Equipamentos de proteção (completo)  R$ 1.580 em média
Cursos de pilotagem  R$ 1.000 em média
Custo total aproximado R$ 17.480,10

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