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Organizada pelo Veteran Car Club de Minas Gerais e patrocinada pela Fiat Automóveis e pela FPT Powertrain Technologies, a exposição foi no Ouro Minas Grande Hotel e Termas de Araxá. Essa foi a 4ª edição consecutiva realizada no Grande Hotel, depois da volta do evento para a cidade em 2002. Em todos esses anos, a Fiat foi a patrocinadora do encontro. "Participar do Brazil Classics Fiat Show, um evento que reúne os mais importantes ícones do antigomobilismo, é, sem dúvida, uma honra para Fiat que valoriza e prestigia a história e a memória do automóvel no Brasil", comenta Marco Antônio Lage, diretor de Comunicação Corporativa da Fiat.
Realizado há 24 anos, o Encontro Nacional de Carros Antigos continua a surpreender a cada edição. Nesse último evento, muitas novidades deixaram boquiabertos os cerca de 50 mil visitantes e colecionadores. “Vários modelos que trouxemos para o evento são inéditos. E são esses modelos que valorizam e tornam o Brazil Classics mais especial e valioso a cada edição, reforçando a nossa afirmação de que a exposição é a mais sofisticada do Brasil, com carros jamais vistos em outras exposições, inclusive em eventos internacionais”, orgulha-se Otávio Carvalho, vice-presidente do Veteran Car de Minas Gerais e um dos principais organizadores do Brazil Classics. Otávio também enfatizou que os colecionadores de carros antigos não são apenas colecionadores de carros. São colecionadores de histórias e de amigos.
Além de todos os carros antigos, o público pôde conhecer o mais novo lançamento da Fiat, o Palio Adventure Locker. O modelo possui o inédito sistema de bloqueio de diferencial. A Fiat é a primeira fabricante de automóveis no mundo a lançar um veículo de tração dianteira 4x2 com este sistema. Isso possibilita o veículo ultrapassar terrenos acidentados com muito mais facilidade, incorporando, realmente, o espírito aventureiro que distingue e diferencia a linha Adventure.
Spazio Itália
A mostra deste ano reuniu 40 automóveis italianos, incluindo 18 Ferraris e um exemplar do modelo Iso Grifo, de 1965, um carro esportivo italiano com mecânica americana, além de outros bólidos raros de marcas como Alfa Romeo e Maserati, ambas pertencentes ao Grupo Fiat. A reunião de 18 Ferraris antigas foi inédita em exposições desse tipo no País. Duas delas - a F 40 e a Ferrari 225 S Barchetta Vignale (1952) - chamaram muito a atenção do público por suas estréias em exposições e pelas peculiaridades dos carros. “A 225 S é um dos primeiros modelos da Ferrari, marca que lançou o primeiro carro em 1947. O automóvel é de corrida e foi comprado junto a outros dois idênticos em Portugal. O carro veio para participar de corridas no Brasil e acabou ficando por aqui. Foi um carro vencedor em nosso País e na Europa. Depois de muito tempo guardado, foi descoberto por um colecionador que o está restaurando. O motor encontra-se na Itália para a restauração. Sem dúvida, este é um modelo muito raro e valioso. As pessoas que entendem de carros antigos reconhecem o valor deste carro. Se estivesse totalmente restaurado, seria o mais valioso da exposição”, contou Otávio Carvalho.
Raid de regularidade
O Raid de Regularidade aconteceu na sexta-feira, 23 de maio, com a participação de 53 automóveis. O percurso total foi de 40 quilômetros, com quatro postos de controle, e o tempo estipulado para fim de prova foi de 38 minutos. “O carro que chegasse mais próximo do tempo determinado ganhava o prêmio. Alguns se perderam e 44 carros completaram o trajeto”, explica Donald Isnenghi, coordenador do Raid. Donald ressaltou que este é um momento importante no evento, pois prova que a exposição não é estática. “É uma boa oportunidade para os colecionadores colocarem o carro para andar e também para os transeuntes e moradores do trajeto estipulado observarem essas raridades que certamente seriam impossíveis de serem vistas em outras ocasiões. O Raid se transforma em uma grande festa a céu aberto”.
Neste ano, o primeiro lugar do Raid ficou com o Ford Maverick GT, de 1978, de Guilherme Carvalho Ferreira de Melo. O Puma GT, de 1971, de Júlio Caio Takahashi Fachin, conquistou o segundo lugar. Os proprietários dos automóveis ganharão um quadro cada um com o seu automóvel vencedor pintado pelo Ateliê Dotta dos artistas plásticos Sérgio e Helena Dotta que participaram da Brazil Classics. Seus quadros de automóveis antigos estavam expostos em um estande durante o evento. E eles também pintaram outros carros durante a exposição. As pinturas são no estilo hiperrealista, conferindo um efeito quase fotográfico ao desenho.
Leilão
O único leilão de automóveis antigos realizado atualmente no Brasil ocorre no Brazil Classics Fiat Show. Nesta edição, o leilão foi durante a noite de sexta-feira, 23 de maio. Cerca de 1.000 pessoas, entre colecionadores, compradores e admiradores, compareceram. Foram mais de 5 horas para expor os 70 carros cadastrados. Ao todo, foram vendidos 18 automóveis, o que movimentou mais de R$ 600 mil. O maior lance para um veículo vendido foi de R$ 110 mil para um Concorde, de 1984. E o modelo foi vendido pelo menor lance, R$ 9 mil, foi um Puma GTC, de 1981. “A prova de que em cada edição do Brazil Classics o leilão está se fortalecendo é o grande número de pessoas que acompanham esse momento especial da nossa programação”, comenta Sérgio Valente, integrante do Veteran Car Club de Minas Gerais e responsável pela organização do leilão.
Premiações
A solenidade de premiação, ocorrida em 24 de maio, mais uma vez foi um momento para o público apreciar as maravilhas do antigomobilismo. Ao todo, 82 carros desfilaram pela passarela do Brazil Classics Fiat Show e 54 carros receberam os prêmios. A premiação é feita de acordo com a década de fabricação do carro, respeitando o valor representativo em sua época original. O troféu JK, para o melhor carro nacional, foi para FNM JK, de 1960, de Antônio Villas Boas Carvalho. E o troféu Lalique foi para Roberto Nasser, colecionador que se destacou por sua intensa atividade pela evolução do antigomobilismo no Brasil.
Comemoração dos 50 anos da vinda da Simca
As cinco décadas da fábrica francesa no Brasil foram lembradas com a exposição de cerca de 20 veículos da marca. O jornalista Roberto Nasser, especializado em automóveis, ministrou uma palestra sobre o tema. Também esteve presente o ator Carlos Miranda, que encarou novamente seu personagem da série “Vigilante Rodoviário”, com o Simca Chambord. A série foi um grande sucesso da TV na década de 60.
Gravuras do jornalista Jorge Meditsch
Jorge Meditsch, editor do programa Autoesporte da Rede Globo e do site Autoestrada e colunista da revista Autoesporte, expôs suas gravuras no Brazil Classics Fiat Show. Com o tema automóveis antigos, o artista mostrou fotografias trabalhadas em computador. As imagens são impressas em papel especial texturizado com tamanho aproximado de 30 x 40 cm.
Carros de destaque
Confira, agora, alguns dos carros que foram destaques no Brazil Classics Fiat Show 2008:
- Daimler Sedanca De Ville, de 1939 - foi o “Best of Show”, pois recebeu o troféu Roberto Lee, que é entregue ao melhor carro do evento. O automóvel possui carroceria de alumínio especial e é muito sofisticado. A porta externa é revestida com palha e o carro possui macacos incorporados em cada uma das rodas. Até 1950 a marca era fornecedora da família real. A raridade pertence a Antonio Cunha.
- Isotta Fraschini, de 1928 – o modelo pertenceu ao piloto João Ribeiro de Barros e era inédito em exposições. O piloto João de Barros ficou famoso em 1927 ao ser o pioneiro em atravessar o Atlântico Sul de avião. E, naquela época, o seu avião utilizava dois motores Isotta. Hoje, o veículo, que é de Heloisa Sanches, recebeu o troféu da Federação Brasileira de Veículos Antigos, o segundo prêmio principal do evento.
- Isotta Fraschini, de 1927 – o modelo preto e cinza pertencia à família do lendário empresário Henrique Lage, que atuou em vários ramos, como mineração e siderurgia. O empresário teve uma frota de Isottas. Os destaques do modelo exposto foram o detalhe em cristal Lalique na tampa do radiador, que vale mais do que um carro popular, e também o vidro que separa o motorista dos passageiros do banco de trás.
- Caminhão de bombeiros Seagrave, de 1920 - totalmente equipado e em funcionamento perfeito.
- Caminhão funerário, Chevrolet Tigre, de 1935 – todo ornamentado, utilizada para o cortejo fúnebre de pessoas importantes da época.
- Facel Vega, HK 500, de 1958 – o carro francês era o hit para artistas famosos e grandes empresários. É o único modelo restaurado no Brasil. A peculiaridade deste exemplar não pára por aí: o chassi e a lataria são europeus e o motor, americano.
- 7 Packards – o Brazil Classics mostrou sete Packards, da fábrica de luxo americana fechada em 1954.
- Fiat 1927 - 509 A - o veículo ficou preso na alfândega e tem apenas 2 mil quilômetros rodados. “É praticamente um zero quilômetro”, brinca Otávio Carvalho.
- 3 Mercedes 300 SL – os carros eram os mais importantes da marca no período pós-guerra (1945). Uma delas era a modelo Asa de Gaivota com as portas abrindo para cima. “Essas Mercedes são possivelmente os carros mais valiosos da exposição de 2008”, comenta Otávio.
- De Dion Bouton, de 1902 - O carro mais antigo da exposição está em perfeito estado de funcionamento. O modelo vis a vis, em que o motorista e os passageiros ficam de frente uns aos outros, faz sucesso nas edições do Brazil Classics.
- Reunião de 6 Concordes – segundo os próprios colecionadores, são conhecidos oito modelos de Concordes no Brasil. Destes, seis estavam no Brazil Classics. “É a maior reunião de Concordes já vista no País”, orgulha-se Otávio Carvalho.
- Kombi Mahler de 1973 – a Kombi no estilo Motor Home estava toda equipada com acessórios de época (manequins, mesa, televisão, utensílios domésticos).
- Volkswagen de 1950 – o modelo era o fusca mais antigo da exposição, com a janela traseira dividida e trazia as “bananinhas” utilizadas como setas.
- Cadillacs – as famosas banheiras americanas estavam presentes no evento com diversos exemplares que marcaram épocas, com rabos de peixe e também desenhos que lembravam naves espaciais.
- 11 Rolls-Royce Corniche – a reunião de onze Rolls-Royce das décadas de 60 e 70 jamais foi vista em outras exposições brasileiras.
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