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Prevista para chegar ao mercado no ano passado, o modelo ficou na gaveta até agora. Mais precisamente até esta semana, quando as versões de produção da Empulse e da Empulse R foram oficialmente lançadas no último dia 08 de maio em Los Angeles.
Entretanto, o tempo na geladeira serviu para amadurecer o projeto e rendeu algumas alterações sutis. A rabeta, por exemplo, perdeu as tomadas de ar do conceito e passou a ser composta exclusivamente pelo banco e alças da garupa. O paralama traseiro deixou de lado as linhas sofisticadas da versão anterior e adotou um formato mais convencional.
A ergonomia também mudou em relação à moto apresentada em Milão há quase dois anos. Enquanto a primeira versão trazia guidão curto e curvado para baixo, semelhante ao das cafe-racers, que foram trocados no produto final para uma barra um pouco mais alta e confortável, condizente com outros modelos do segmento.
Igual, mas diferente
Em uma primeira olhada, a naked elétrica consegue enganar. É preciso observar com um pouco mais de atenção para perceber que a estrutura que está abaixo do falso tanque de gasolina não é o motor, mas sim, o complexo de baterias de Íon-Lítio que a alimentam. Com capacidade para 10,2 kWh, a moto tem autonomia para rodar quase 200 quilômetros dentro do perímetro urbano ou 90 na estrada em velocidade máxima. Mas depois disso serão necessárias oito horas até que esteja totalmente carregada.
A linha Empulse está equipada com um motor de corrente alternada (AC) de Magneto Permanente, cujo grande trunfo em relação às outras motocicletas elétricas é a refrigeração líquida e o câmbio de seis marchas. O propulsor de 40kW produz potência máxima equivalente a 54 cv a 8.200 rpm e torque máximo de 6,4 kgf.m e, pelo que afirma a fabricante, é capaz de atingir 160 km/h de velocidade final.
Para ficar ainda mais parecida com uma moto convencional, a Empulse conta ainda com dois sistemas de mapeamento do motor. O modo normal, que limita a aceleração para otimizar a autonomia da bateria e o modo sport, que deixa de lado esta preocupação e permite que o piloto extraia toda a potência do propulsor silencioso.
Corpo italiano
Embora a Brammo seja sediada no Estado norte-americano do Oregon, o chassi das duas versões da Empulse é feito na Itália. Assim como o subquadro e a balança, que conta com ajuste a gás na suspensão. Já o garfo dianteiro traz suspensão invertida “upside-down” como qualquer moto esportiva que se preze. Todo o conjunto pesa 200 kg a seco.
Mesmo não apresentando altos níveis de potência, a naked conta com freios de respeito. São dois discos flutuantes de 310 mm de diâmetro e pinças radiais de quatro pistões na roda dianteira, enquanto a traseira está equipada com disco único e pinça de pistão duplo. Ambas as pinças são feitas pela Brembo.
Além da chancela grife italiana, os freios são regenerativos. Isto é, parte da força cinética da frenagem é acumulada e revertida para a bateria, o que melhora a autonomia da moto. O sistema, também utilizado nos carros elétricos, já foi, inclusive, instalado nos carros de Fórmula 1 durante a temporada 2010, quando ficou conhecido pelo nome KERS (Kinetic Energy Recovery System).
Não tão “R” assim
Quando foi anunciada que a Empulse teria uma versão “R” na nomenclatura, imaginou-se que seriam duas motos completamente diferentes. O palpite mais arriscado foi que a moto seria uma réplica da Empulse RR, superesportiva com carenagem integral que já competiu no TTXGP, competição exclusiva para motocicletas elétricas paralela ao Tourist Trophy da Ilha de Man.
Todavia, a realidade não poderia ser mais distante. As duas motos partilham as mesmas especificações técnicas e diferem apenas na suspensão, que na versão R são totalmente ajustáveis e têm bengalas pintadas na cor dourada. O preço também é diferente. A Empulse já está em pré-venda nos EUA pelo preço sugerido de US$ 16.995, enquanto a Empulse R pode ser encomendada por US$ 18.995.
Com preço relativamente superior do que as outras motos de mesmo segmento – para se ter uma idéia a Honda CB 1000R parte de US$ 11.760 – a Brammo pensa a longo prazo. Para a marca, o custo elevado da linha Empulse será revertido para o proprietário na bomba de gasolina, ou melhor dizendo, ao não passar por ela. Mas, será esse o futuro do motociclismo?
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