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Além de um dia inteiro de debates com especialistas brasileiros e estrangeiros, dos setores público e privado, o encontro teve uma grande exibição com 40 veículos eletrificados das associadas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus.
A ideia principal do evento foi reunir a iniciativa privada e o poder público para debater a mobilidade elétrica e a neoindustrialização no país, como foco nas tecnologias de descolonização. Na abertura do evento, o Presidente da ANFAVEA destacou o ineditismo e a grandiosidade do evento. "Estou certo que daqui a algum tempo lembraremos deste 14 de junho de 2023 com um divisor de águas, um momento em que todos os stakeholders do ecossistema automotivo se uniram em prol de um caminho que leve com maior senso de urgência não só à descarbonização do setor automotivo, mas a um novo horizonte para a industrialização do Brasil, com foco em novas tecnologias de eletrificação e outras que estão revolucionando a mobilidade em nível global".
Em sua fala de abertura, o Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira destacou que o Brasil tem 88% de energia limpa na sua matriz energética e isso fortalece o protagonismo do nosso país na eletrificação da frota. "A mobilidade elétrica é e será uma das principais frentes para descarbonizar a cadeia de transportes".
Foram cinco painéis, cada um deles focado em questões relevantes para acelerar a eletrificação da frota brasileira, com a participação de autoridades do governo federal, legisladores, CEOs de montadoras, membros da ANFAVEA, dirigentes de associações de setor automotivo, academia, consultores e executivos da área de energia e de produção de baterias.
O seminário teve participação de convidados internacionais, como John Bozzella, Presidente da OICA - Organisation Internationale des Constructeurs d'Automobiles, que deu um panorama geral do estágio da eletrificação mundial. "Políticas nacionais, industriais e energéticas abrangentes que promovam a competitividade da indústria automobilística são necessárias", disse ele.
Na sequência, Philipp Kampshoff, Sócio Sênior da McKinsey, fez uma análise sobre o atual estágio da eletrificação nos países onde sua implementação já está em andamento. Sobre os desafios e oportunidades da eletrificação no Brasil, Paulo Cardamone, CEO Bright Consulting, falou que o futuro da mobilidade será elétrico, mas a transição vai ser diferente de país para país.
O segundo painel focou na cadeia de suprimentos necessária para a eletrificação. Também foram abordados temas como a maneira com que os fornecedores vêm lidando com esse desafio nas regiões mais desenvolvidas, como Estados Unidos, Europa e Ásia.
O terceiro traçou cenários sobre a infraestrutura necessária para uma maior presença de veículos elétricos e híbridos plug-in nas ruas e estradas brasileiras. Esse é considerado o maior gargalo, já que envolve a geração de energia limpa, suas redes de transmissão para todo o país e a criação de uma extensa rede de carregadores. Já o quarto painel debateu formas para as empresas e o poder público atraírem o interesse dos consumidores para a mobilidade elétrica, seja do ponto de vista ambiental ou financeiro (custo por quilômetro rodado).
No quinto e último painel, moderador pelo Presidente da ANFAVEA, Marcio de Lima Leite, sete CEOs de montadoras falaram de sua visão para a mobilidade em 2035. Ele contou com a presença de Achim Puchert, Presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Christopher Podgorski, CEO e Presidente da Operação Industrial da Scania no Brasil, Marcio Querichelli, Presidente da Iveco para a América Latina, Mauro Correia, CEO da HPE Automotores, Rafael Chang, Presidente da Toyota do Brasil, Ricardo Gondo, Presidente da Renault do Brasil e Santiago Chamorro, Presidente da GM América do Sul.
No encerramento do evento, o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, que lançou o desafio da neoindustrialização no Brasil e de voltarmos a produzir mais de 3 milhões de veículos por ano com cenário econômico mais favorável. "Temos um câmbio bom para exportações, a reforma tributária ajudará e os juros futuros estão em queda", disse Alckmin, que também aproveitou seu discurso para dizer que o BNDES vai disponibilizar R$ 5 bilhões ao ano para pesquisa, inovação e digitalização.
O seminário teve patrocínio máster das empresas Raízen e WEG, além do patrocínio bronze da BorgWarner. Ele foi inteiramente carbono neutro. A consultoria Carbon Fair calculou toda a pegada de carbono não só do seminário, mas de todos os preparativos e logística de transporte dos 40 veículos. O cálculo gerou um crédito com o qual a ANFAVEA vai ajudar a financiar a usina hidrelétrica de Salto Pilão, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, uma das mais eficientes do país.
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