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No varejo, a expectativa é que sejam emplacadas 1.230.000 motocicletas, o que corresponde a uma alta de 6,4% em relação a 2021 (1.156.074 unidades). As exportações deverão totalizar 54.000 unidades, alta de 1% sobre o volume registrado no ano passado (53.476 motocicletas).
As projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retomando os volumes pré-pandemia. “Esperamos um cenário mais estável neste ano para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa do 1,2 milhão de unidades”, comenta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Fermanian explica que o avanço dos serviços de entrega e o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e a disponibilidade de crédito, estão entre os fatores que fazem a demanda pelo modal continuar em alta.
No entanto, a Abraciclo está atenta para algumas variáveis que podem impactar esse desempenho, como o aumento dos casos da variante Ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os colaboradores dos postos de trabalho e impactar a produção. As instabilidades do cenário macroeconômico que influenciam desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, até a alta nas taxas de juros e do frete, por exemplo, também merecem atenção. “Também acompanhamos outros movimentos do cenário político e econômico que podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”, comenta Fermanian.
Fechamento 2021
A indústria de motocicletas fechou 2021 com a produção de 1.195.149 unidades, alta 24,2% na comparação com o ano anterior (961.986 motocicletas). O volume ficou 2% abaixo da expectativa da associação, que era de fabricar 1.220.000 motocicletas.
O presidente da Abraciclo ressalta que a meta poderia ser atingida, mas as fabricantes enfrentaram dois obstáculos: a segunda onda de coronavírus que atingiu a cidade de Manaus no início de 2021, quando deixaram de ser produzidas cerca de 100 mil motocicletas, e as restrições implantadas nas linhas de produção para evitar a disseminação da doença. “O maior distanciamento entre os postos de trabalho, por exemplo, aumenta o tempo de fabricação”, explica. “É importante ressaltar que todas as medidas estão mantidas, pois a prioridade é a saúde e segurança do colaborador”, completa.
Os emplacamentos totalizaram 1.156.074 unidades, alta de 26,3% na comparação com 2020 (915.157 motocicletas). “As limitações nas linhas de montagem fizeram com que, em 2021, tivéssemos dificuldade em atender à demanda crescente. Hoje a fila de espera é de cerca de 30 dias para modelos de baixa cilindrada e scooters. A tendência para os próximos meses é de normalização. Todas as associadas estão se esforçando para atender ao consumidor que espera, quer e precisa de uma motocicleta nova”, enfatiza Fermanian.
A Scooter foi a categoria que registrou o maior crescimento anual. Foram licenciadas 107.285 unidades, volume 40,9% superior ao registrado em 2020 (76.129 motocicletas). “Apesar de ter 9,3% de participação no mercado, as Scooters estão ganhando cada vez mais espaço nas ruas, graças a sua praticidade, versatilidade e baixo consumo de combustível. A tendência é de que a procura cresça ainda mais”, analisa o presidente da Abraciclo.
As motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas), que são as mais utilizadas nos serviços de entrega, responderam por 80,7% do mercado, com 932.797 unidades emplacadas. A participação dos modelos de média cilindrada (de 161 a 449 cilindradas) no total de licenciamentos foi de 15,5% (179.481 unidades). Já as motocicletas de alta cilindrada (acima de 450 cilindradas) representaram 3,8% do mercado (43.796 unidades).
As exportações somaram 53.476 unidades, o que corresponde a um aumento de 58,4% em relação a 2020 (33.750 unidades). De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal mercado, com 16.119 unidades exportadas e 28,7% do volume total exportado. Em segundo lugar, ficou a Colômbia (12.541 motocicletas e 22,4% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (11.642 unidades e 20,8%).
Resultados de dezembro
No último mês de 2021, 76.359 motocicletas saíram das linhas de montagem do Polo de Manaus. O volume é 32,9% inferior ao registrado em novembro (113.776 unidades). Na comparação com o mesmo mês de 2020, quando foram fabricadas 73.471 motocicletas, houve alta de 3,9%. “O recuo no nível de produção era esperado devido às férias coletivas que já estavam programadas”, explica Fermanian. “As fábricas aproveitam esse período para executar serviços de manutenção e instalação de novos equipamentos”, completa.
Com 112.363 motocicletas licenciadas, o mercado atingiu o segundo melhor resultado do ano e ficou atrás apenas de julho (112.538 unidades). O resultado foi 6,3% superior em relação ao mês anterior (105.740 motocicletas) e 13,8% maior na comparação com dezembro de 2020 (98.775 unidades).
Com 91.127 unidades vendidas no varejo, as motocicletas de baixa cilindrada representaram 81,1% do mercado. Já os modelos de média cilindrada tiveram 17.299 unidades emplacadas, o que corresponde a 15,4% do volume total de licenciamentos. As motocicletas de alta cilindrada responderam por 3,5% do mercado, com 3.937 unidades licenciadas.
As exportações de motocicletas em dezembro totalizaram 3.283 unidades, volume 1,1% maior do que o registrado no mês anterior (3.246 unidades). No entanto, na comparação com o mesmo mês do ano passado houve queda de 26,7% (4.477 motocicletas).
Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, o maior volume foi embarcado para a Colômbia (1.496 unidades, o que corresponde a 32,2% do volume exportado). Em segundo lugar, ficou a Argentina (1.424 motocicletas e 30,6% do total exportado), seguida pelo Uruguai (492 unidades e 10,6%).
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