“Liberte a Fera”. O slogan de lançamento escolhido pela KTM para apresentar o novo membro da família Duke pode parecer exagero. Mas essa impressão logo desaparece no primeiro contato visual com a nova 1290 Super Duke R. Com design agressivo e desempenho bestial, o novo modelo da casa de Mattinghofen traz motor ainda maior e mais forte do que o incorporado na superesportiva RC8 R e entra para o panteão das nakeds mais potentes do mercado.
Embora carregue o nome Super Duke, as diferenças do novo modelo em relação à antecessora são gritantes. Mais agressivo, o design da nova Super Duke elimina os escapes duplos abaixo do assento para adotar uma peça única do lado direito. A rabeta também está mais alta com banco em dois níveis e a balança traseira foi substituída por um estiloso monobraço, incorporado pela primeira vez em uma motocicleta da marca austríaca.
O tanque também foi redesenhado. Agora comporta 18 litros e é ladeado por novas aletas que protegem o radiador. A carenagem e o farol mantêm as linhas triangulares, mas estão menores e seguem a mesma linha do tanque para ajudar a compor a aparência de ataque do novo modelo. Tanto estilo e desempenho, no entanto, não serão para muitos, já que o preço estimado para a moto, que deve chegar ao mercado ainda neste ano, é salgado para os europeus: 17.599 euros, o equivalente a mais de R$ 56 mil.
Evolução do LC8
A nova Super Duke R também mostra até que ponto a KTM é capaz de levar seu motor mais forte. Para isso, a moto foi equipada com uma versão ainda mais potente do LC8, o motor de dois cilindros em “V” a 75º refrigerado a líquido da superesportiva RC8 R. Porém, o mesmo teve o diâmetro e o curso dos pistões aumentados para 108 x 71 mm, respectivamente, para alcançar 1.301 cm³ de capacidade. Com isso, é capaz de gerar até 180 cv de potência máxima e 14,7 kgf.m de torque máximo.
Com isso, a KTM passa a ser uma das raras fabricantes do mundo com uma naked e uma superbike no line-up, na qual a primeira é mais potente do que a segunda, ainda que partilhem o mesmo propulsor. Nos freios, discos duplos de 320 mm mordidos por pinças radiais Brembo de quatro pistões na roda dianteira, enquanto a traseira conta com disco único de 240 mm de diâmetro e pinça de pistão duplo também da grife italiana. Ambas as rodas contam ainda com o apoio do ABS.
Embora a KTM utilize mais de uma vez adjetivos agressivos para falar da nova Super Duke, a Casa de Mattinhofen faz questão de salientar que a moto tem comportamento previsível e toda essa potência a mais não escapará das mãos do piloto. Segundo a marca, o bom comportamento do modelo é devido ao quadro leve, feito em aço cromo-molibdênio, e ao subquadro de alumínio, ambos em treliça.
A estrutura trabalha em conjunto com as suspensões WP totalmente ajustáveis, sendo a traseira monoamortecida com 156 mm de curso e a dianteira invertida (upside-down) com curso de 125 mm. Vale a pena mencionar também que a nova está com assento de 835 mm de altura. Comparado com a antiga Super Duke de 990cc, o banco é 15mm mais baixo e acomoda melhor pilotos de menor estatura. Outro ponto importante é que mesmo com o motor maior, o peso a seco aumentou apenas três quilos e está em 189 kg.
Fera sob controle
Além do ABS, a 1290 Super Duke R conta com um pacote eletrônico de respeito. Acelerador eletrônico (ride-by-wire) e controle de tração também estão entre os itens de série e se comunicam entre si para oferecer a experiência perfeita de acordo com o modo de pilotagem escolhido. Divididos entre “Street”, “Sport” e “Rain”, os modos são escolhidos por meio dos controles no manete esquerdo e exibidos em um display de fácil visualização do lado esquerdo do conta-giros.
Mesmo com uma série de implementos eletrônicos, o espírito de “Pronta para Correr” da KTM flui pela nova Super Duke. Tanto o sistema ABS dos freios quanto o controle de tração podem ser desligados caso o piloto descida “segurar a fera no braço”. De preferência em uma pista fechada, onde, a exemplo de outras criações da fabricante austríaca, ela também deve fazer bonito.