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Salão Bike Show põe o Rio no mapa das feiras de motos

28/01/2014 - 11:09 - TEXTO E FOTOS: Carlos Bazela / Agência INFOMOTO

“Somente um motociclista entende porque um cachorro põe a cara na janela quando anda de carro”. A frase dos cartazes colocados no túnel de acesso ao Salão Bike Show vão de encontro à proposta do evento, que aconteceu entre os dias 23 e 26 de janeiro no Rio de Janeiro (RJ). “Nós quisemos fazer um salão de negócios, com as marcas e tudo mais, mas também resgatar a vivacidade dos encontros de motos”, explica Cristiano Cunha, um dos organizadores. 

Em sua quarta edição, o evento foi realizado pela primeira vez apenas em 2011, embora o plano de se criar um salão no Rio de Janeiro com foco em motocicletas já existisse há um bom tempo. “A ideia surgiu em 2005. Nós tínhamos a etapa do Rio da MotoGP e iríamos fazer um evento casado. Mas a etapa acabou sendo cancelada para o ano seguinte e nós ficamos aquecendo a ideia até 2010”, revela Cunha. 

Segundo ele, a meta era criar algo que atraísse tanto os visitantes interessados em conhecer as motos, como o motociclista que está sempre em busca de um destino como pretexto para colocar a moto na estrada, seja sozinho ou em grupo. Para a ideia funcionar, a organização apostou em dividir o evento em espaços distintos. “A área de entretenimento, que lembra mais os encontros, com bandas, fica separada da área de negócios, que é a própria feira, por conta do barulho e etc”, explica Cunha.

Marcas acreditam no evento

Consolidado como o maior evento carioca focado no segmento de duas rodas, o Salão Bike Show deste ano teve cerca de 300 marcas representadas por 120 expositores espalhados pelos mais de 10 mil metros quadrados do pavilhão 2 do Riocentro. Entretanto, o início foi difícil. “No primeiro, as pessoas ainda não sabiam o que seria [o evento] e as marcas também não estavam tão confiantes. Agora, no quarto ano, todos já sabem que é um salão representativo”, revela. Neste ano, estavam presentes as maiores fábricas em atuação no Brasil, como Honda, Yamaha, Suzuki Kawasaki, Triumph, BMW, Harley-Davidson e Ducati.

A mudança de visão das fabricantes da qual Cunha comentou refletiu-se na interação do público com os estandes. Diferentemente de outras feiras, as marcas encorajavam os visitantes a montar e acelerar, como era feito no estande da Ducati. Uma ação pequena, mas de grande apelo quando se está em um evento com o intuito de vender motocicletas. 

Na Yamaha, o clima era parecido. Além de modelos consagrados como a família XJ6, a nova Fazer 150 e a YZF-R1, a marca dos três diapasões aproveitou a ocasião para apresentar o maxi scooter TMax 530 – importado para cá desde o fim do ano passado – aos motociclistas cariocas, que também puderam ouvir o ronco do motor. “Colocamos todas as concessionárias aqui do Rio para trabalhar junto com a fábrica aqui no Bike Show”, disse o diretor de marketing e vendas da Yamaha-Motor do Brasil, Márcio Hegengerg. 

Já a Triumph, presente no Riocentro por meio da sua concessionária local, a Rio Triumph, expôs ao público os novos modelos confirmados ao Brasil durante o Salão Duas Rodas e. Entretanto, um modelo se destacava dos outros: a Tiger Sport, que segundo a equipe da revenda presente no estande, chega ao país em maio nacionalizada e com preço sugerido de R$ 43.900. 

Um Rio mais seguro 

Segundo o organizador Cristiano Cunha, o Salão Bike Show também tem a missão de consolidar o Rio de Janeiro como destino para viagens de motociclistas. No entanto, ele acredita que para isso é preciso mais do que aliar o clima praiano carioca ao estilo de vida em duas rodas. “A gente faz questão de frisar a parte da segurança. Convidamos sempre o Detran para estar aqui e falamos da Lei Seca, por exemplo”, conta ele.

Cunha também menciona outro tipo de segurança como ponto chave. “É muito importante valorizar a cidade e desmistificar a imagem do Rio e isso está acontecendo. Temos um público muito forte de São Paulo, por exemplo, que tinha medo de vir à cidade”, comenta. Vale lembrar, que desde 2008, O Estado do Rio de Janeiro conta com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), cuja missão é livrar as comunidades mais carentes do controle de traficantes. 

Para se ter uma ideia, segundo o Instituto de Segurança Pública Fluminense (ISP), no Dona Marta, primeiro morro a ser pacificado, entre 2007 e 2012 houve uma redução de 34% nos casos de homicídio doloso (com intenção de matar) e os roubos de veículos diminuíram 31%. Hoje, o Estado conta com 36 UPPs instaladas em 27 comunidades. 

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