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Financiamento em baixa aumenta demanda pelo consórcio

17/01/2014 - 14:55 - Carlos Bazela/ Agência INFOMOTO - FOTOS: Agência INFOMOTO

Durante o ano que se encerrou, um tema foi recorrente no mercado de duas rodas: a falta de crédito para financiamento de motos de baixa cilindrada. Principalmente os modelos de até 250cc, que segundo dados da associação que reúne os fabricantes do segmento, a Abraciclo, correspondeu a 98,6% das motos vendidas no Brasil em 2013. Com dificuldades nas aprovações das fichas, os motociclistas brasileiros encontraram no consórcio uma saída para conseguir comprar sua motocicleta. 

De acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac), o número de participantes em grupos de consórcio de motocicletas e motonetas em 2013 já havia chegado aos 2,40 milhões até novembro, o que representa um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. “Hoje, 50% do que se produz de motocicletas no País é vendido por consórcio”, comenta Fabiano Lopes Ferreira, presidente da Abac. O segmento de duas rodas representa também a maior participação em todo o sistema de consórcio do Brasil, com uma fatia de 42,6%. 

Nesta modalidade de compra, o consumidor adquire uma cota que faz parte de um grupo. Nesse grupo, todos os participantes se comprometem a pagar mensalmente suas parcelas, para que um ou mais membros possam retirar o bem naquele mês. A retirada do bem – chamada de contemplação – acontece apenas em dois momentos: por sorteio, sendo que algumas administradoras utilizam os números da Loteria Federal para decidir qual número de cota será contemplada; ou lance, no qual o valor que corresponder a um maior número de parcelas é declarado vencedor. As contemplações por lance e por sorteio acontecem nas assembleias dos grupos, que geralmente são mensais.

Quando adquirir uma cota

Embora não exija o pagamento de uma entrada e também não tenha as taxas de juros do financiamento, os grupos de consórcio têm uma taxa de administração. A quem vê o consórcio como caminho para comprar a moto nova ainda neste mês, o presidente da Abac recomenda cautela. “O consórcio é indicado para quem está fazendo a compra do bem de forma planejada. Não existe garantia nenhuma de que a contemplação irá acontecer logo”, ressalta Ferreira.

As contemplações em grupos de consórcio estão diretamente ligadas ao saldo financeiro do grupo na data da assembleia. Se os participantes não fizerem o pagamento de sua parcela, pode não haver saldo para fazer nenhuma entrega naquele período. O presidente da Abac ainda orienta a todos que apenas procurem administradoras autorizadas pelo Banco Central, o que também minimiza as chances de fraudes. “Às vezes, o cliente vai pagando e foi colocado em um grupo que não existe, por exemplo”. 

Outro conselho dado pelo executivo é que o contrato seja lido com atenção. Ali estão informações importantes, como funcionamento das assembleias e como acontecem as contemplações por lance e sorteio nos grupos geridos por aquela administradora especificamente.

Planos e possibilidades

Por conta de sua praticidade, o consórcio é oferecido como opção para compra de modelos pelas principais marcas que atuam no Brasil. E, em algumas delas, a modalidade é responsável por um considerável volume de motocicletas entregues. No caso da Honda, por exemplo, que é líder nas vendas de modelos de baixa cilindrada, o consórcio foi responsável por 33% das motos comercializadas em 2013, o que correspondeu a mais de 420 mil unidades entregues no País.

“O consumidor tem procurado alternativas para adquirir seu veículo e, nesse cenário, o Consórcio Nacional Honda tem se tornado cada vez mais atrativo e vem crescendo significativamente ao longo dos últimos anos. O CNH possui, atualmente, mais de 2,3 milhões de clientes ativos. Para 2014, a empresa projeta um mercado estável com crescimento consistente”, comenta Alberto Pescumo Filho, gerente geral comercial da Honda Serviços Financeiros. 

As fabricantes trabalham com planos cujos prazos variam entre 12 e 72 meses, lembrando que quanto maior o prazo, menor o valor da parcela mensal. Para atrair clientes, as marcas investem em ferramentas que visam facilitar aquisição da cota. No caso da Yamaha, o site (http://www.consorcioyamaha.com.br/) indica a moto e os planos disponíveis de acordo com o que o futuro consorciado pode pagar de parcela mensal. Já no site da Dafra, o cliente tem a opção de fazer a compra diretamente pela internet sem sair de casa. 

Mas, como disse o presidente da Abac, Fabiano Lopes Ferreira, conversar com um bom profissional da área pode trazer algumas vantagens para quem tem pressa para retirar o bem. “No caso de um cliente mais imediatista, um vendedor experiente pode colocá-lo em um grupo em andamento, onde faltam menos consorciados para retirar o bem. É possível ainda ver a média de lances dados para que as chances de ele ser contemplado aumentem” afirma. 

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