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Estudo sugere melhorias em modelos e em vias para reduzir acidentes

01/11/2013 - 11:23 - Aldo Tizzani/ Agência INFOMOTO

Será que uma moto de 100cc pode rodar em uma rodovia de trânsito rápido? A 125cc mais vendida no Brasil é adequada para transportar passageiros ou um scooter pode trafegar em estradas de terra? As respostas podem ser óbvias para a maioria dos motociclistas. Mas, para o consumidor que busca sua primeira moto as questões soam como grandes dúvidas, que acabam se refletindo em uma compra inadequada, que, por sua vez, pode levar a um acidente.

Para avaliar as motos, o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) desenvolveu a pesquisa “Moto Mais Segura”. A análise reuniu jornalistas especializados e pilotos com diferentes níveis de habilidade, profissão, tipo físico e tempo de habilitação. A equipe rodou com as 10 motos mais vendidas do Brasil em 2012 por diversos tipos de estradas e ruas, submetendo os modelos às condições de uso enfrentadas pelo usuário comum.

“Queríamos vivenciar as condições semelhantes ao motociclista que compra sua moto e a utiliza no cotidiano”, informou Luiz Cané, presidente do Movimento Brasileiro de Motociclistas (MBM) – entidade encarregada das avaliações. No trabalho, algumas características dos modelos foram postas à prova no tocante à segurança e conforto. Dentre elas, o Observatório destacou a ausência de alguns equipamentos que poderiam simplificar a vida do piloto e torná-la mais segura.

Pequenas mudanças

A falta de um marcador de combustível, por exemplo, pode levar o motociclista a ter uma “pane seca” na estrada e expô-lo a um risco maior. Já no painel de instrumentos, foi sugerida a inclusão de um alerta indicando que existe uma lâmpada queimada na lanterna traseira quando for o caso. “Pode parecer bobagem, mas a falta de iluminação traseira é a causa de abalroamentos, e muitas vezes o motociclista não sabe que a lanterna está queimada” lembrou Cané.

Em relação aos freios, muitos motociclistas ainda têm o habito de frear apenas a roda traseira, inclusive alguns pilotos que participaram diretamente desta pesquisa. Nesse caso o indicado seria a adoção do sistema de freios combinados – como o que existe nos scooters Lead 110 e PCX 150 da Honda – que distribui automaticamente a frenagem entre as duas rodas quando o piloto pisa no pedal traseiro. O sistema pode ser uma boa opção nas motocicletas de entrada, na qual uma frenagem eficiente pode salvar vidas.

Ainda falando sobre freios, segundo o levantamento, o sistema ABS não seria tão eficiente por conta das condições dos pisos (segundo dados do Ministério dos Transportes apenas 13% das rodovias no País são pavimentadas). Em superfícies irregulares, o sistema anti-bloqueio tem sua eficiência reduzida e o espaço de frenagem é maior.

Em posse deste e de outros resultados, o Observatório transmitiu essas informações aos fabricantes e também à mídia especializada em um evento que aconteceu na última quinta-feira (31), em São Paulo. “Queremos que o fabricante faça um alerta de forma mais clara da limitação de alguns modelos, essa é uma forma de contribuir com a segurança desse veículo”, declarou José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do Observatório.

Além do aviso, a entidade julga necessário que o vendedor faça uma venda qualitativa, recheada de informações sobre o produto. “A moto não é como um eletrodoméstico que, se você usar de forma errada, o prejuízo é apenas material. A moto precisa ser adequada ao perfil e necessidade do piloto, caso contrário pode haver um acidente. “Informar de maneira clara e objetiva é uma obrigação do fabricante” ressaltou, Ramalho. A entidade ainda recomendou maior atenção na entrega da moto ao consumidor. E claro, associado a tudo isso, a melhor formação dos alunos e dos instrutores das moto-escola. Infelizmente o fator humano é responsável por 70% dos acidentes, lembrou o diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).

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