O nome Ludovic Lazareth pode não ser dos mais famosos aqui no Brasil. Porém, na França, ele é conhecido por sua imaginação fértil quando o assunto é customização de motos e carros. Sua mente brilhante já construiu veículos como uma picape Mini com motor de 3.5 litros da Range Rover; um triciclo com motor Ferrari V8 e até mesmo uma Yamaha FZR1000 com estilo futurista e equipada com motor supercharger (super compressor).
Mas, dessa vez o que saiu da cabeça desse “mago” da engenharia foi algo um pouco menos extremo que suas outras customizações: uma BMW R 1200R “Scrambler”. Para quem não sabe, esse estilo nasceu quando donos de motocicletas street começaram a modificar suas máquinas para enfrentar todo tipo de terreno, colocando suspensões mais longas e pneus “cravados”.
Agora, o conceito foi transformar uma moto careta em uma motocicleta “neo-retrô scrambler”. O time de designers e engenheiros do estúdio, capitaneados por Lazareth, conseguiu fundir os estilos café racer e scrambler, combinados com elementos modernos com toques do passado. E o resultado vai muito além de um novo jogo de pneus, novo escapamento e um design marcante.
De corpo novo
De acordo com um dos designers da equipe de Lazareth, Jean-Thomas Mayer, apenas duas peças do projeto original da BMW R 1200R foram mantidas. “Para construir essa nova máquina, usamos apenas o motor boxer e a suspensão traseira ‘Paralever’. O chassi tubular foi construído do zero e a suspensão dianteira ‘Telelever’ foi substituída pelos garfos invertidos (upside down) da superbike Yamaha YZF-R6 – com um espaçamento maior entre os tubos para caber o largo pneu cravado Continental Twinduro”, explicou.
Ou seja, apesar do “corpo” ser outro, o coração é o mesmo. A scrambler criada por Lazareth carrega o mesmo motor boxer de dois cilindros opostos com transmissão final por eixo-cardã e 1.170 cm³ de capacidade cúbica. Alimentado por injeção eletrônica, ele é capaz de produzir 110 cavalos de potência máxima a 7.750 rpm.
Estilo clássico, mas agressivo
O objetivo principal de Lazareth, quando começou a projetar o modelo, era mesclar o clássico estilo café racer da BMW – personificado primeiramente por Roland Sands em sua Concept Ninety – com toques radicais e modernos, já que teria de encarar muitos desafios. “Não queríamos o visual clássico horizontal de uma café racer, mas sim uma aparência mais dinâmica e agressiva”, disse Mayer.
A posição de pilotagem foi projetada mais à frente, numa postura muito mais agressiva, principalmente por conta de seu banco único que, na verdade, também é a rabeta da moto. A lanterna de freio – assim como os piscas – fica acoplada junto ao suporte de placa, no pneu traseiro.
Seguindo o estilo minimalista criado pela equipe francesa, o painel de instrumentos e os comandos de punho da moto são bem simples, contendo apenas o essencial. Um mostrador redondo é o painel digital, instalado num largo guidão com retrovisores redondos e pequenos em sua extremidade. O conjunto óptico dianteiro é formado por um único farol redondo, com as setas – quase imperceptíveis – integradas.
O nome da pessoa que encomendou esta obra de arte para os rapazes da equipe de Lazareth não foi divulgado. Mas, a essa altura, o felizardo francês deve estar se divertindo muito a bordo de sua nova scrambler baseada na BMW R 1200R.