Sabe aquela velha premissa popular que quando um veículo é tão rápido, ele é chamado de foguete? Pois é, a Triumph Rocket III Roadster traz esse conceito em seu nome, direto do berço. Não é apenas a nomenclatura da motocicleta que nos diz isso, mas sim o tamanho de seu propulsor. A máquina da categoria custom da marca britânica carrega o maior motor já equipado em uma moto de produção: são 2.294 cm³ (2.3 litros) divididos em três cilindros em linha. Ou seja, são dois motores de carros populares juntos e mais duas motos de 150cc.
Seu protuberante motor produz números de potência e torque de dar inveja em muitos sedãs médios de luxo e suas dimensões são superlativas em todos os sentidos. São quase três metros de comprimento, cerca de um metro de largura e mais de 350 kg. Isso a torna uma motocicleta intimidante e os números de venda também revelam isso: em média, são comercializadas apenas três unidades da Rocket III por mês nas sete concessionárias da Triumph espalhadas pelo território brasileiro. Por ser importada, seu preço também assusta um pouco, são necessários R$ 69.900 para levá-la para casa.
Além de seu enorme e potente motor, seu principal apelo para conquistar o consumidor é o visual. Imponente, a Rocket é uma motocicleta incomum. Chama muita atenção por seu porte agressivo. Peças cromadas dão um toque a mais no estilo dessa máquina: as saídas do duplo escapamento ficam em evidência em contraste ao preto do motor, assim como a moldura do radiador e a “capa” dos dois faróis dianteiros e do painel de instrumentos.
Aliás, a instrumentação dessa inglesa é clássica: dois painéis redondos, velocímetro e conta giros, com pequenos mostradores digitais contendo informações básicas como hodômetro total e parcial, marcador de combustível, mostrador de marcha engatada e autonomia do tanque (24 litros).
Mais solta
A versão atual da Triumph Rocket III está ainda mais “torcuda”. Apesar de manter os incríveis números de torque do modelo antigo, 22,5 kgf.m as 2.500 rpm, a marca inglesa resolveu remover o limitador eletrônico de torque nas três primeiras marchas que havia na versão anterior. Isso significa que o piloto tem a seu dispor, logo na primeira acelerada, os 22,5 kgf.m de torque. Para os fãs de “burnout”, uma verdadeira diversão, já que o condutor deve dosar bem o acelerador e a embreagem para não arrancar pedaços do asfalto (e nem dos pneus) em cada “largada”. Só para se ter uma idéia, esses números são muito próximos, ou até maiores, aos encontrados em carros como Mitsubishi Lancer (20,1 kgf.m), VW Jetta TSI Turbo 16V (19,0 kgf.m), Ford Fusion 2.5 (22,9), entre outros. E sua relação peso/torque é melhor que a de superesportivos como Mustang Shelby GT500 5.8 V8 e Ferrari 458 Itália V8.
Seu motor DOHC (duplo comando de válvula) de arrefecimento líquido, três cilindros em linha e 2.294 cm³ é capaz de gerar 146 cavalos de potência a 5.750 rpm. A cavalaria e torque gerados são enviados à roda traseira por transmissão do tipo eixo cardã. Embora tenha uma ficha técnica de meter medo em qualquer piloto experiente, o desempenho do propulsor da Rocket III impressiona em sua progressividade. Só é preciso certo cuidado nas primeiras aceleradas, que podem assustar um pouco, por um simples motivo. O acelerador por cabo responde sem hesitar e a rapidamente a motocicleta ganha velocidade de forma vigorosa.
Chassi e ergonomia
Os engenheiros da fábrica de Hinckley ancoraram o coração dessa máquina num quadro robusto, do tipo berço duplo de aço tubular. O conjunto de suspensão é feito por garfo telescópico invertido dianteiro com 120 mm de curso e duplo amortecedor traseiro com ajuste de pré-carga da mola em cinco posições e curso de 105 mm. Equipamentos simples, mas muito funcionais para o que é proposto pela máquina.
Para frear os 367 kg (em ordem de marcha) da Rocket III, nada melhor que dois discos flutuantes na dianteira com 320 mm de diâmetro e pinças de quatro pistões da marca Nissin, e disco simples na traseira com 316 mm e pinça de dois pistões. Além da grande dimensão dos discos, o piloto conta com o auxílio do ABS (sistema de freios anti-travamento). Manter a moto “grudada” no chão quando o cabo do acelerador for virado com vontade e todo o torque ficar disponível, não é fácil. Por isso, as rodas aro 17’ na dianteira e 16’ na traseira são calçadas com pneus de 150 mm e 240 mm de largura, respectivamente.
A posição de pilotagem é bem agradável. O banco de couro é largo, com espuma macia, e oferece muito conforto para o condutor. Além disso, sua altura do solo de 750 mm facilita na hora de manobrar essa “nave”. Aliás, para dar mais agilidade em baixa velocidade, a Triumph equipou a Rocket III com um guidão bem largo, aumentando o ângulo de esterço da motocicleta. Isso não quer dizer que seja fácil andar nos “corredores” do trânsito das grandes cidades. Mas, não torna impossível. Com paciência, o piloto pode, sim, andar no meio dos carros, exceto em vias mais “apertadas”. No caso de tráfego intenso, o calor do motor é transmitido diretamente para as pernas do condutor.
Conclusão
Apesar de todos os seus superlativos, motor, chassi e suspensão formam um conjunto bem equilibrado que traz confiança para quem pilota a Triumph Rocket III. Seu porte de nada atrapalha quando a motocicleta é posta em movimento e, nas estradas, ela desliza suavemente pelo asfalto e ganha velocidade conforme a vontade do condutor. Nas arrancadas mais brutas, ela é capaz de enrugar o solo, tamanha força aplicada no gigantesco pneu traseiro. Enfim, ela é uma motocicleta única, voltada para quem gosta de força bruta e muito estilo.
Disponível nas concessionárias Triumph por R$ 69.900 nas cores azul, preta e vermelha, a Rocket III não encontra nenhuma concorrente direta no mercado brasileiro nos dias de hoje. No exterior, sua principal rival é a Yamaha V-Max, mas, por aqui, ela enfrenta a Ducati Diavel (com versões a partir de R$ 58.900) e a Harley-Davidson V-Rod (a partir de R$ 51.900).
Ficha técnica TRIUMPH ROCKET III
Motor Três cilindros em linha, DOHC, arrefecimento líquido, 12 válvulas
Capacidade cúbica 2.294 cm³
Potência máxima (declarada) 146 cv a 5.750 rpm
Torque máximo (declarado) 22,5 kgf.m a 2.750 rpm
Câmbio Cinco marchas
Transmissão final eixo cardã
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Berço duplo de aço tubular
Suspensão dianteira Garfos invertidos Kayaba de 43 mm, com 120 mm de curso
Suspensão traseira Duplo amortecedor com pré-carga ajustável em 5 posições e curso de 105 mm.
Freio dianteiro Discos duplos de 320 mm, pinças de quatro pistões Nissin (ABS)
Freio traseiro Disco simples de 316 mm, pinça de 2 pistões Brembo (ABS)
Pneus 150/80-17 (diant.)/ 240/50-16 (tras.) Metzeler ME 880 Marathon
Comprimento 2.500 mm
Largura 970 mm
Altura 1.165 mm
Distância entre-eixos 1.695 mm
Distância do solo Não disponível
Altura do assento 750 mm
Peso em ordem de marcha 367 kg
Peso a seco Não disponível
Tanque de combustível 24 litros
Cores Preta
Preço sugerido R$ 69.900