A Mercedes-Benz admitiu que o utilitário esportivo GLA tem boas chances de ser produzido no Brasil, marcando a retomada da fabricação de veículos leves da empresa. O modelo poderá entrar na linha de montagem da planta nacional, que deve ser anunciada em breve, segundo Philipp Schiemer, presidente da organização para o País.
O dirigente garante que a decisão não foi influenciada pela BMW, que já anunciou projeto para fabricar seus carros no País. “Lutamos para convencer o nosso conselho a ter uma fábrica no Brasil. Com o Inovar-Auto, o governo deixou claro que quem quer participar do mercado precisará produzir localmente.”
Durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, que abriu as portas para a imprensa na terça-feira, 10, ele revelou que a unidade está em fase final de definição e será instalada em São Paulo ou em Santa Catarina. O executivo garante que os dois estados têm vantagens importantes. Ao ficar no Sudeste, a montadora se mantém próxima de grandes fornecedores e tem vantagens logísticas. Santa Catarina, no entanto, oferece incentivos fiscais mais altos.
O plano prevê a produção nacional de um SUV e de um sedã, provavelmente o CLA, que tem a mesma plataforma do GLA. A fábrica se enquadraria na categoria do Inovar-Auto para empresas de baixo volume, com capacidade produtiva de até 35 mil unidades por ano, com índices de nacionalização menores do que os previstos para plantas de grande produção.
A habilitação seria igual à concedida para a BMW. Schiemer não revela ainda qual será o tamanho do investimento na planta. Ainda assim, é possível estimar aporte da ordem de R$ 600 milhões, já que, para garantir a inscrição no novo regime automotivo, a companhia deve aplicar no mínimo R$ 17 mil em ativos fixos por cada unidade prevista de capacidade produtiva.
Segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, depois de aprovado internamente, o projeto será submetido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para que a companhia se inscreva no Inovar-Auto como investidora. Dessa forma, até que a unidade entre em funcionamento, cerca de dois anos depois de o plano ser definido, a montadora poderá importar 25% da capacidade produtiva prevista, cerca de 7,5 mil unidades, sem o adicional de 30 pontos no IPI. A cota daria espaço para a companhia ampliar suas vendas no País mesmo antes de começar a produzir localmente.