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O futuro do setor de transmissões automotivas

24/07/2013 - 14:09 - Por Mauro Moraes de Souza (*)

Um dos maiores desafios da indústria da mobilidade atual é oferecer veículos integrados às necessidades de preservação do meio ambiente e dos recursos finitos de propulsão. Nunca se falou tanto, como nesta última década, em eficiência energética e na consequente necessidade de soluções leves e eficientes dos veículos. O Brasil busca responder a esses imperativos, aliando-os às necessidades internas de crescimento econômico, ao lançar programas, como o Inovar-Auto, para promover mudança radical no panorama da mobilidade.

Os sistemas de powertrain têm contribuído, significativamente, para atingir os objetivos e as metas globais para a redução de emissão de poluentes. Particularmente com o grande impulso dado pelo desenvolvimento de motores mais leves, menores e mais eficientes. Semelhante desafio se impõe também aos sistemas de transmissão.

Atualmente, é comum nos depararmos com perguntas contraditórias, mas nem sempre há ainda resposta certa. Qual o melhor caminho? Aumentar o número de relações de transmissão para propiciar ganhos fazendo com que os motores trabalhem em faixas mais eficientes ou reduzir o número destas relações para propiciar o downsizing das caixas de câmbio? Há necessidade ou não de caixas de câmbio para veículos 100% elétricos? Qual o papel das transmissões no contexto de veículos híbridos? Como os novos materiais e processos para a fabricação dos componentes de uma transmissão podem contribuir para o aumento de eficiência energética de um veículo?

O mercado ainda busca fórmulas para responder perguntas assim. Não é tarefa fácil mesmo para as empresas envolvidas saberem ao certo qual será o futuro das transmissões no Brasil. Há um espaço considerável para o mercado absorver a chegada de novas tecnologias, porém a barreira que precisamos vencer é a do incentivo. Sem isso, fica muito difícil as empresas investirem em novos produtos.

Assim como as montadoras tiveram o Inovar-Auto, que as obrigam a investir em inovação, as autopeças esperam algo semelhante. Algo que permita a esse grupo desenvolver tecnologias para acompanhar as montadoras, até porque o mercado é uma cadeia e ele deve ser contemplado por inteiro.

Espaço para crescimento nós temos. Demanda também. Falta-nos identificar o quanto o consumidor está disposto a pagar por inovações tecnológicas. Será que as adaptações que faremos serão de qualidade ou de custo? Ainda não conseguimos responder a esta pergunta também.

O que fica bem claro nesse cenário é que o Inovar-Auto irá, sim, movimentar toda a cadeia. Mas para que as inovações sejam desenvolvidas no Brasil, é preciso que essa regulamentação também seja estendida para todo o mercado automotivo. Do contrário, será muito difícil investir.

Estes e outros questionamentos sobre o mundo das transmissões automotivas estão na pauta no 11° Simpósio SAE BRASIL de Powertrain, que será realizado nos dias 12 e 13 de agosto, no Parque Tecnológico de Sorocaba, São Paulo.

(*) Mauro Moraes de Souza é chairman do Simpósio SAE BRASIL de Powertrain.

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