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Audi: presidente ‘cruza os dedos’ pela fábrica

18/07/2013 - 09:58 - Automotive Business

A expectativa de que a matriz dê o OK para a Audi voltar a produzir carros no Brasil é vivida por todos na divisão brasileira. Não seria diferente para Leandro Radomile, o presidente da empresa. “Vamos cruzar os dedos”, disse o executivo durante o lançamento do A3 Sportback. O anúncio deve sair ainda este ano. “Defendo muito o tema da fábrica. Acho que tem de ter; seria um passo bom para a indústria brasileira produzir um carro com a plataforma MQB”, diz Radomile. Esse carro seria dois na verdade: o A3 e o VW Golf em sua sétima geração.

O desejo de Radomile pela fábrica tem também outra razão, a de obter uma cota maior de importação livre dos 30 pontos porcentuais extras de IPI. A cota livre atual, por ser apenas importadora, é de 3.876 carros. No acumulado do ano (até a metade de julho), a Audi teve 3.109 unidades emplacadas. E como pretende vender 7 mil carros até o fim de 2013, terá de pagar os 30 pontos extras de IPI extra para mais de 3,1 mil unidades. “Cada carro acima da cota custa em média R$ 15 mil a mais”, revela.

A reestreia da Audi como fabricante brasileira é esperada para São José dos Pinhais (PR), na mesma unidade onde a primeira geração do A3 foi produzida entre 1999 e 2006 e onde a Volkswagen monta Fox, CrossFox, SpaceFox e também o Golf (da quarta geração). Uma fábrica própria está descartada por todas as dificuldades que isso traria, como parque de fornecedores e mão de obra especializada. O projeto inicial é fabricar até 35 mil carros por ano, o que implicaria um investimento de R$ 17 mil por unidade, dentro das regras do Inovar-Auto para fábrica de baixo volume de produção.

Vendas financiadas e câmbio atual

As vendas da Audi no primeiro semestre foram 42% melhores que as do mesmo período do ano passado por causa de lançamentos e da renovação da linha. Um levantamento revelou que 40% das vendas da marca são financiadas, com saldo em 24 meses como regra. Mas as recentes altas do dólar e preocupam Radomile porque o planejamento mais recente foi traçado com o dólar cotado a R$ 2,05.

“Será mesmo ruim se esse novo patamar (entre R$ 2,20 e R$ 2,25) se confirmar. Outro dia fui almoçar com o pessoal do mercado financeiro e quase voltei chorando”, lamentou. O executivo não descarta uma pequena redução nas importações até o fim do ano (algo como 200 veículos a menos). O reajuste de preços é outra possibilidade.

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