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Anfavea entrega ao governo propostas para carros elétricos e híbridos

05/07/2013 - 14:48 - Automotive Business

Os fabricantes de veículos associados à Anfavea entregam formalmente ao governo na sexta-feira, 5, uma proposta consensual para viabilizar a venda e o desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos no Brasil. Segundo o presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Jr., é sugerida a adoção de incentivos para introdução no País de seis tecnologias de propulsão alternativa, com prazos para viabilização de cada uma. Entre as opções, estão modelos híbridos movidos com motores bicombustível álcool-gasolina e elétricos, bem como elétricos com células de combustível alimentadas com hidrogênio extraído do etanol. De acordo com o dirigente, a ideia é incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias e ao mesmo tempo privilegiar o nosso biocombustível. Contudo, ele não quis revelar maiores informações sobre o conteúdo das propostas. “Vamos mostrar primeiro ao ministro.”

A reunião para entrega formal da proposta das montadoras está marcada em Brasília às 15 horas com Fernando Pimentel, titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). “Recebemos do governo o desafio de propor essa política que fosse consenso entre todos os associados”, disse Moan, destacando que foi uma “vitória” conseguir a aprovação de todos os membros da Anfavea sobre as sugestões que estão sendo apresentadas agora.

Segundo o dirigente, as propostas para elétricos e híbridos começaram a ser gestadas há mais de um ano, ainda durante a presidência de Cledorvino Belini na Anfavea, quando estavam sendo negociadas com o governo as medidas do Inovar-Auto, a política industrial desenhada para o setor automotivo no período 2013-2017. Na época, nenhum incentivo específico para híbridos ou elétricos foi incluído no decreto que regulamentou o regime automotivo, apesar de que a adoção de metas obrigatórias de eficiência energética, cuja média por fabricante deve melhorar cerca de 12% até 2017, por si só já incentive a produção de modelos com propulsão alternativa, que fariam cair a média de consumo e emissões.

O mais provável, de acordo com Moan, é que os incentivos propostos pelos fabricantes, caso sejam acatados pelo governo, sejam incluídos no próprio decreto que regulamenta o Inovar-Auto. O prazo para isso acontecer é incerto, mas ele avalia que “o governo mostrou todo o interesse em colocar essa política em prática o mais rápido possível”.

Bastidores

Moan não quis informar mais detalhes sobre as propostas, mas segundo informações vazadas por integrantes da Anfavea ao jornal O Estado de S. Paulo da quinta-feira, 4, o plano das montadoras prevê inicialmente uma cota de importação de 500 veículos híbridos e elétricos ainda este ano, com isenção total de IPI. Essa cota, adicional a já estabelecida pelo Inovar-Auto, seria gradualmente ampliada ano a ano para o teto de 2,4 mil unidades em 2017. Os fabricantes também pedem que seja zerada a alíquota do imposto de importação para as peças de reposição desses veículos.

Ainda segundo as informações privilegiadas plantadas no Estadão, não constam no plano medidas específicas para incentivar o desenvolvimento e a produção de veículos elétricos ou híbridos no País, que poderiam ter fabricação nacional só após 2017.

Apesar de toda a pompa com que as propostas serão entregues ao governo, fontes do setor ouvidas por Automotive Business com conhecimento do conteúdo das sugestões, mostram poucas expectativas quanto à real efetividade da política sugerida. Segundo essas fontes, justamente por ser de consenso de todas os fabricantes ligados à Anfavea, não há obrigações para ninguém, por isso o Brasil correria mais uma vez o risco de perder o bonde desse desenvolvimento tecnológico.

Os interesses das montadoras são bastante distintos nessa área, visto que algumas têm a tecnologia de híbridos e elétricos bastante desenvolvida, outras nem tanto. Por parte do governo também não há grande interesse em conceder incentivos, não existem técnicos com conhecimento de causa, por isso pediram que os fabricantes sugerissem a política. Somando tudo, o fato é que ninguém espera, antes dos próximos 10 anos, evoluções significativas de sistemas de propulsão alternativa no Brasil.

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