“Sempre gostei de moto, mas nunca consegui me adaptar às duas rodas, não é minha praia. Porém, muitos amigos têm motos e sempre vão viajar. Durante uma viagem ao exterior, junto com amigos, eu e minha mulher, Patrícia, alugamos um triciclo da Harley-Davidson e pegamos a estrada. Adoramos e, como não havia a disponibilidade do modelo Trike da marca norte-americana no Brasil, me interessei pelo Spyder, testei e comprei. O tempo de ficar somente olhando fotos ficou para trás”, explicou o administrador em varejo, Mauro Napolitano, de 44 anos.
Esse é o principal perfil do público alvo do Can Am Spyder, um triciclo que foge do convencional ao adotar duas rodas dianteiras e apenas uma traseira. Presente desde 2008 no mercado brasileiro, este tipo de veículo vem fazendo cada vez mais sucesso. Apesar de a empresa não divulgar números de vendas, Adilson Greco Gaspar, responsável pelo marketing da Bombardier Recreational Products (BRP), diz que a empresa tem um nicho bem definido e estabelecido, atingindo todas as metas esperadas.
Vento no rosto
Ainda de acordo com Gaspar, embora o principal público seja formado por pessoas que sempre quiseram sentir a sensação de liberdade que a moto transmite, mas não o fazem por medo, há também motociclistas experientes que abandonaram as duas rodas por motivos de segurança. Marcos, empresário de 45 anos, é um desses. Ex-proprietário de duas Harley-Davidson, decidiu vendar ambas as motos para comprar dois Can Am Spyder, um modelo RS (mais esportivo) e outro RT (próprio para longas viagens). Segundo ele, o principal motivo pela troca foi o fator segurança, já que seu filho Leandro, de 14 anos, sempre o acompanha nas viagens.
“Sempre andei de moto e a sensação de liberdade proporcionada pelos veículos de duas rodas é minha paixão. Mas, pensando em minha segurança e na de meu filho, que sempre me acompanha, depois de conhecer e pilotar um Spyder, decidi deixar as motos de lado. Consegui a mesma sensação de liberdade, porém com muito mais segurança para mim e minha família”, afirma.
Todas as versões do Can Am Spyder vem equipadas com controle de estabilidade (SCS), controle de tração (TCS) e freios ABS. O SCS se encarrega de avaliar qual a direção desejada pelo piloto através da carga aplicada ao guidão e, eletronicamente, determina qual é a resposta mais adequada para o veículo. Se necessário, o sistema chega a frear alguma das rodas que esteja desgarrando do solo ou reduz a potência do motor até que se recupere o controle. Já o TCS controla o arrasto da roda traseira e o ABS é o sistema anti-bloqueio que inibe o travamento das rodas sob frenagem.
Entretanto, como contraponto, há aqueles que não deixam a motocicleta de lado por nada. “Além do Spyder, tenho outra motocicleta e não a deixo descansar na garagem por muito tempo” conta Irineu Andriani, 65 anos, motociclista de longa data, que decidiu adquirir o triciclo em função de seu visual esquisito, “de tão estranho, passou a ficar bonito. Então, acabei comprando o meu em 2008”, disse.
Embora tenha sido atraído pelo visual, confessa que, assim como os outros, também se sente mais seguro sobre o Spyder. “Outra questão foi o motivo da estabilidade e segurança das três rodas. Não que você não possa se machucar a bordo de um Spyder, mas a possibilidade de uma queda fica mais distante”.
Há ainda quem trocou o triciclo convencional, aquele de duas rodas traseiras e uma dianteira que vemos de vez em quando rodando pelas ruas e estradas do país, pela tecnologia do Spyder. Como é o caso da funcionária pública Débora de Proença, de 50 anos, que teve um triciclo convencional por nove anos. “Porém, ele me transmitia muita insegurança e instabilidade, principalmente na roda dianteira. Há três anos folheando uma revista especializada, deparei-me com o Spyder. Resolvi experimentar. Gostei e desde então, não me separo dele”, confessa Débora, que já rodou mais de 20.000 km com o triciclo canadense.
Entretanto, tudo tem seu lado ruim. Débora disse também que gostaria de passar mais tempo sobre seu Spyder, mas algumas limitações não permitem. “Por unir as duas características ruins do automóvel e da motocicleta, trânsito e chuva, fica complicado utilizá-lo no dia-a-dia. Então, me satisfaço com ele durante meus fins de semana e dias de folga”, lamentou sorrindo.
Comunidade Spyder
Para fidelizar ainda mais este cliente à marca, a BRP utiliza de diversas ferramentas, como explica Gaspar: “Temos várias ferramentas de fidelização, mas uma das mais importantes são os eventos que chamamos "de comunidade" ou Y-Ride. A ideia é proporcionar aos proprietários oportunidades interessantes pra colocar os veículos na estrada, estreitar a amizade entre os integrantes desses grupos e, sempre que possível, acrescentar alguma visita ou informação cultural a esse passeio. Já fizemos programas com visitas a museus, centros históricos com acompanhamento de guias, eventos esportivos, colheitas em fazendas de alcachofras e festas regionais, como a do Morango, entre outras atividades. O conceito é sempre trazer algo a mais ao prazer de pilotar a Spyder”.
Entre as diferenças dos perfis dos proprietários, uma certeza entre todos: a motocicleta sempre foi sonho (consumado ou não) e a sensação de liberdade somada ao medo de um acidente de moto é o que levam as pessoas a adquirirem um Spyder, um triciclo com muita tecnologia embarcada que deixa muito carro comendo poeira.
Versões do Spyder
Atualmente existem seis versões do Spyder disponíveis para o consumidor brasileiro. São quatro da família RS, com características mais esportivas, e dois RT, com um perfil mais estradeiro: RS SM5 (mecânico), por R$ 55.900; RS SE5 (semi-automático), por R$ 61.900; RSS SM5 (mecânico), por R$ 57.900; RSS SE5 (semi-automático), por R$ 63.900 – com o qual rodamos; RT-S SE5 (semi-automático), por R$ 79.900; e o RT Limited SE5 (semi-automático), por R$ 84.900. Para mais informações dos produtos, acesse o site oficial da BRP neste link: http://www.brp.com/pt-br/ .