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Blackline Hard Candy Custom é estilo puro

25/04/2013 - 10:17 - Roberto Brandão Filho / Agência INFOMOTO - FOTOS: Doni Castilho / Agência INFOMOTO

Integrante da família Dark Custom da Harley-Davidson, motos com estilo agressivo e retro, a FXS Blackline 2013 desembarcou no Brasil com o conceito de cor Hard Candy Custom como opção. Esse estilo de pintura remete às máquinas customizadas na Califórnia entre os anos 1960 e 1970, principalmente as chamadas “choppers”. São três motos da linha mundial (apenas duas no Brasil) e cada uma recebeu uma cor diferente. A Blackline ficou com a pintura dourado brilhante, chamada de Coloma Gold Flake. O nome Coloma e a cor dourada foram inspirados pelo primeiro local em que foi encontrado ouro na Califórinia em 1848, na cidade de Coloma.

Só de olhar para a H-D Blackline podemos perceber seu estilo “old school”. Projetada com o pensamento nos dias de glória da marca norte americana, a moto recebeu capa do farol dianteiro na cor preta, velocímetro simples montado numa braçadeira tripla, tampa do filtro de ar redonda e o tanque de óleo preto no formato ferradura. Esses detalhes são remanescentes das peças e acessórios da Harley-Davidson antes da Segunda Guerra Mundial. Fora isso, os pequenos gráficos no tanque de combustível são inspirados no estilo “low rider” de 1977 e os cilindros pretos do motor com os cabeçotes em cinza são encontrados nos propulsores Panheads e Shovelheads dos anos 1950 e 1960.

Estilo minimalista

Segundo a marca norte-americana, para conseguir o estilo minimalista da Blackline, Willie G. Davidson selecionou pessoas dentro de sua empresa com maior conhecimento de Hot Rods e motos customizadas. Os primeiros passos foram cortar a traseira o máximo possível, no estilo “chopped”, colocar os indicadores de direção junto com a lanterna traseira em duas peças, uma de cada lado da rabeta, e equipá-la com um guidão do estilo “split drag” bastante estreito. O guidão é uma referência clara aos entusiastas de motos customizadas, principalmente nas oficinas do estilo “old school”. O painel de instrumentos de peça única é montado no meio do guidão e contribui ainda mais para esse estilo minimalista. Ele conta com as informações básicas, como velocímetro analógico, display com opção de visualização de hodômetros total e parciais, marcha engatada, autonomia e relógio. Não há indicador de nível de combustível, apenas uma luz indicadora de reserva.

Os engenheiros também tiveram uma participação para torná-la uma moto vintage. Como representante da família Softail da Harley, a Blackline tem a aparência de uma rabo-duro, mas com a suspensão traseira escondida na horizontal, bem abaixo do banco. Este detalhe torna-a mais bonita e atraente, porém deixa o conforto do condutor um pouco de lado. Aliás, todo o projeto é mais voltado para o estilo do que para desempenho e conforto. E que estilo!

Para se chegar ao tom único Coloma Gold Flake, são utilizados flocos de metal extremamente sensíveis, com geometria única, aplicados sobre uma camada de resina resistente e brilhante, polido até que fique perfeitamente liso. O processo é repetido até oito vezes em cada peça, a fim de garantir uma qualidade perfeita antes de encerrar com uma última camada de resina transparente e brilhante.

Motor e desempenho

A FXS Blackline Hard Candy Custom é equipada com motor Twin Cam 96B de 1.585 cm³ com arrefecimento a ar. O propulsor é contrabalanceado e oferece muita força, principalmente em rotações mais baixas, graças a seu torque de 12,1 kgf.m. O nível de vibração é alto, mas em sexta marcha e em velocidades mais altas, essa sensação desaparece. Uma característica comum nos motores V2 da Harley-Davidson. O propulsor 96B evoluiu dos antigos motores Flathead, Knucklehead, Panhead, Shovelhead, Evolution e Twin Cam 88. Segundo a marca, o consumo médio de combustível é 16,6 km/l e o tanque da Blackline tem capacidade para 18,9 litros de gasolina.

Motor e transmissão trabalham bem juntos na Blackline. Apesar do engate da primeira marcha ser duro e barulhento, colocar a segunda marcha é muito mais fácil se você fizer a utilização ideal do acelerador, embreagem e câmbio. Acionar a embreagem requer um pouco de força por ser um tanto dura, mas o engate das marchas é preciso.

Ciclística e conforto

Como citado anteriormente, ao projetar a Blackline, o estilo e a beleza foram os principais focos. Em primeiro lugar, a posição de pilotagem mais agressiva, proporcionada pelo baixo banco, pelas pedaleiras avançadas e pelo guidão “split drag”, não é das melhores. Em longas viagens, por exemplo, pode ser exaustivo permanecer mais de uma hora em cima dessa motocicleta. Pilotos com menos de 1,80 m de altura, se sentirão desconfortáveis depois de algumas dezenas de quilômetros rodados. Os braços e pernas muito esticados cansam o condutor e causam dores nas costas. Tudo em nome do estilo.

Por ser “rebaixada” e ter pedaleiras avançadas, há uma grande limitação na hora de fazer as curvas. Riscar o asfalto com as pedaleiras é comum em qualquer curva, seja ela aberta ou fechada. Para isso não acontecer, o piloto deve contornar as curvas em velocidades baixas, com calma, bem ao estilo custom.

Dentro da cidade, ela passa com facilidade pelos “corredores”, graças ao guidão estreito. Porém, manobrá-la não é tão simples assim. Com um comprimento total de quase 2,5 metros (exatos 2.410 mm), qualquer manobra, mesmo dentro de garagens, exige paciência e força.

Outro quesito que não contribui para o conforto do piloto, principalmente nas ruas esburacadas das cidades pelo Brasil afora, é sua suspensão traseira com pouco curso e também a posição de pilotagem. A absorção do impacto acaba sendo feita pelas costas do condutor. Já a suspensão dianteira, do tipo garfo telescópico, faz um bom trabalho e alivia os braços do piloto. Embora tenha banco e pedaleiras para a garupa, é impraticável dar carona a alguém com a Blackline. Claramente, o espaço para o passageiro é só um “quebra galho”, utilizado apenas em caso de necessidade.

Parar essa motocicleta tem seus lados bons e ruins. Os freios dianteiros são duros de acionar e demoram um pouco para morder o disco de 292 mm de diâmetro, mesmo com quatro pistões. Já o traseiro responde bem. O lado bom disso tudo é que a Blackline vem de fábrica equipada com freios ABS e assim fica mais fácil parar essa máquina de 294 kg a seco.

Conclusão

A Harley-Davidson FXS Blackline Hard Candy Custom é uma motocicleta customiza de fábrica. Sua beleza e seu estilo “old school” atraem olhares de todos, principalmente pela exclusiva coloração dourada e brilhante. Os aficionados por motos únicas irão se apaixonar pelo modelo, que pode ser encontrado na rede de concessionárias da marca por um preço sugerido de R$ 44.700,00. Existem ainda outras três opções de cores para a Blackline, com preços menores. Para levá-la para casa e ficar totalmente satisfeito, o cliente deve lembrar-se do que foi repetido por aqui: a FXS presa mais pelo estilo que pelo conforto. O prazer em pilotá-la vem em conseqüência disso. Atualmente no mercado, não existem outras custom com a mesma proposta. E muito menos com o mesmo estilo.
 
Ficha técnica HARLEY-DAVIDSON FXS BLACKLINE HARD CANDY CUSTOM

MOTOR
Dois cilindros em “V”, Refrigerado a ar
Capacidade 1.585 cm³
Torque máximo 12.1 kgf.m a 3.000 rpm
Taxa de compressão 9,2:1
Câmbio 6 marchas
Transmissão Final Correia Dentada
Alimentação Injeção eletrônica
Embreagem Multidisco banhada a óleo
SUSPENSÃO
Dianteira Garfo telescópico
Traseira Escondida na horizontal
FREIO
Dianteiro Disco simples de 292 mm com pinça de 4 pistões ABS
Traseiro Disco simples de 292 mm com pinça flutuante de 2 pistões ABS
DIMENSÕES
(C x L x A) 2.410 mm x 864 mm x 1.201 mm
Altura do Assento 655 mm
Distância Entre-eixos 1.670 mm
Tanque de Combustível 18,9 litros
Peso 294 kg a seco
Cor: Hard Candy Coloma Gold Flake
Preço Sugerido (com frete, sem seguro) R$ 44.700

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