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Foco no pós-venda é estratégia da Ducati para reconquistar o consumidor brasileiro

07/03/2013 - 11:00 - Aldo Tizzani/ Agência INFOMOTO - FOTOS: Divulgação

Engenheiro mecânico formado pela FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), Ricardo Susini, 40 anos, tem um desafio pela frente. Como diretor geral da Ducati do Brasil, subsidiária da marca italiana no país, Susini terá como principal missão a de tirar o gosto amargo de abandono deixado na boca dos ducatistas por parte do antigo representante da Ducati no País. Tratando o assunto com muita seriedade, o diretor da subsidiária brasileira foi direto ao assunto. “Queremos resgatar estes clientes que se sentiram ‘órfãos’ da marca”. Mas a tarefa não será fácil, já que a Ducati ainda não tem ainda nenhuma concessionária aberta no País. Mas, segundo Susini, tudo é uma questão de tempo, pouco tempo!

Nesta entrevista exclusiva à Agência INFOMOTO, o diretor geral da Ducati fala sobre a importância do pós-venda, rede de concessionárias, modelos, previsão de vendas para 2013 e nacionalização. Na visão de Susini, a Ducati é pura paixão e uma de suas tarefas é oferecer uma experiência completa para cada motociclista, que vai do life style (produtos da grife), passando pelos track-days no autódromo de Interlagos (SP), mas não esquecendo os passeios de final de semana. Confira os principais trechos deste bate-papo.

INFOMOTO – Em função de momentos de muita turbulência com o antigo importador, como a Ducati do Brasil pretende reconquistar a confiança do motociclista brasileiro?
Ricardo Susini – O que o consumidor deve esquecer são os erros do antigo importador. Agora a Ducati está aqui por meio de uma subsidiária no Brasil. A principal diferença está na relação com a fábrica, o que nos possibilita trabalhar com mais agilidade no que diz respeito à garantia, peças de reposição, oficina e pós-venda. Precisamos oferecer um tratamento diferenciado aos ducatistas. Hoje, a marca tem três linhas de montagem: Itália, Tailândia e, a mais recente, no Brasil. Isso demostra a importância do País no mercado global. Temos a ambição a curto/médio prazo de sermos o quarto ou quinto mercado para a Ducati no mundo.

INFOMOTO - Neste início de operação, qual é a prioridade da Ducati do Brasil?
Susini – Nossa prioridade máxima é o pós-venda. Temos mais de 1.200 “órfãos” da marca que precisam de muita atenção. Estamos em fase de estruturação, mas em um curto espaço de tempo teremos, em conjunto com a Perfect Motors, um centro técnico Ducati, que ficará em um prédio de três andares, na Zona Sul de São Paulo. Assim, o proprietário de uma de nossas motos contará com uma oficina diferenciada, ambiente agradável para quem quiser curtir e ver o que está sendo feito na sua motocicleta.

INFOMOTO – Já há demanda para regulagens, concerto e reparos?
Susini – Sim. Hoje, a Perfect Motors, a primeira Ducati Service do Brasil, tem toda a infraestrutura para fazer o pós-venda de forma eficaz. Inclusive trouxe da Itália um mecânico que fez vários cursos na fábrica de Borgo Panigale.

INFOMOTO – Depois do atendimento, quando serão nomeados os concessionários? Quais as praças eleitas?
Susini – Deveremos ter entre oito e dez concessionárias Ducati até o final do ano. Estamos buscando imóveis de alto padrão. Porém o mais importante será o pós-venda, a preparação dos técnicos e mecânicos. Teremos revendas em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo, Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Brasília (DF). Em uma segunda fase a região Nordeste também será contemplada com uma revenda Ducati. As concessionárias estarão em operação já no primeiro semestre. A primeira, em São Paulo, será aberta em abril.

INFOMOTO – Apesar da marca não ter ainda nenhuma revenda constituída, a Ducati já iniciou suas vendas?
Susini – Sim. Com a demanda em alta já iniciamos as vendas com a Diavel, a pcruiser da marca, que é montada em Manaus (AM), em parceria com a Dafra Motos. A primeira moto foi entregue no início de março.

INFOMOTO – Qual é a previsão de vendas para este ano?
Susini – Nossa meta é encerrarmos 2013 com 1.200 unidades comercializadas entre os seis modelos que estarão disponíveis ao motociclista brasileiro: as nakeds Monster 796 e Streetfigter 848, a bigtrail Multistrada 1200 e as superesportivas 848 EVO e 1199 Panigale. Além da Diavel, montada em Manaus (AM) e comercializada nas versões Standard e Carbon.

INFOMOTO – Há planos para montar outros modelos no Brasil?
Susini – Este é um processo natural. Em médio prazo teremos novos modelos nacionalizados, de forma estruturada e mantendo o padrão de qualidade dos produtos Ducati, além de preços competitivos.

INFOMOTO – Por que a Ducati escolheu a Dafra para montar suas motos em Manaus (AM)?
Susini – O principal fator foi a experiência na montagem de outras marcas Premium. A Dafra também oferece uma boa estrutura física. Além disso, os colaboradores foram treinados na Itália. Dessa forma existe uma boa interface entre os italianos e a linha de montagem no Brasil. Aliás, em Manaus temos praticamente uma réplica em miniatura da linha de produção da fábrica em Bolonha. Resumindo: a qualidade do produto é a mesma. Seja ele produzido na Itália ou montado em Manaus (AM).

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