Além de orientar os rumos da BMW no Brasil, o Inovar-Auto deu novo vigor aos negócios da empresa no mercado nacional. Habilitada como investidora, a montadora ganhou tempo de respiro para programar a construção de sua nova fábrica no País sem se preocupar com a incidência dos 30 pontos porcentuais no IPI de seus modelos. Isso porque usufruirá da cota de importação de até 1,2 mil unidades entre 8 de fevereiro a 31 de março, período de validade de sua habilitação, aprovada pelo governo no início deste mês.
Esta primeira cota permitiu à empresa rever a tabela de preços de seus modelos oferecidos no mercado brasileiro como forma de reforçar sua competitividade no mercado premium: todos os carros tiveram os preços reduzidos, tanto os BMW quanto os Mini. A nova tabela sugerida pela montadora com validade para fevereiro traz reduções significativas, como o do Serie 3, o mais vendido da marca cujos preços variavam de R$ 129,9 mil até R$ 304 mil na tabela em vigor desde o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro. Na nova tabela, os valores partem de R$ 124,9 mil e vão até R$ 274,9 mil: os descontos variam de 3,8% a 12,8% para as sete versões oferecidas do modelo.
Entre os modelos da marca Mini, as variações vão de R$ 69,9 mil a R$ 77,9 mil para as duas versões Mini One, com câmbio manual ou automático: seus preços eram R$ 74,1 mil e R$ 79,1 mil, respectivamente.
Em um segundo momento, mais precisamente até 28 de fevereiro, a empresa deverá apresentar ao governo seu projeto de investimento, conforme determina o Decreto 7819 que regulamenta o novo regime automotivo, para solicitar uma segunda habilitação, esta com vigência de um ano, portanto, até março de 2014. Com a segunda habilitação, a montadora poderá utilizar sua cota crédito de IPI para a importação de veículos correspondente a 50% da capacidade de produção, que no caso da BMW é de 30 mil veículos por ano. Contudo, esta cota é dividida em duas, sendo que 25% pode ser utilizada durante a fase de construção da fábrica, enquanto a segunda metade poderá ser empregada a partir da venda do primeiro carro produzido na nova unidade. Pelos planos da BMW, a fábrica, que receberá investimento de € 200 milhões, deve iniciar suas operações já no próximo ano.
Segundo o presidente interino da BMW no Brasil, Torben Karasek, o novo regime automotivo trará mudanças importantes e mais investimentos na indústria nacional.
“Como novo investidor no País, vamos introduzir novas tecnologias no mercado, gerar novos postos de trabalho e inaugurar uma nova gama de fornecedores, diferentes das empresas que hoje fornecem às montadoras locais, focadas em produtos de massa”, frizou.
Segundo o diretor de vendas da marca no País, Martin Fritsches, a cota anual permitirá trazer 1 mil unidades por mês dos modelos BMW e Mini, o que será fundamental para manter a competitividade da marca no mercado de luxo.
“Não há um volume específico para cada modelo, nós avaliamos aqueles que têm maior volume de vendas e damos preferência, está claro que no caso da BMW os carros em evidência são 320 Serie 3 e X1”, explica, acrescentando que eles devem ser os primeiros a serem produzidos por aqui. O executivo conta que este ano as vendas devem voltar aos patamares de 2011, após registrar queda de 38% em 2012, para 8,1 mil unidades.
Primeiros alicerces
Os trabalhos para erguer a nova fábrica vão começar: Fritsches revela que a empresa nomeou Gerard Degen para presidente da fábrica no Brasil e que a partir da próxima semana o executivo começará com a seleção dos primeiros funcionários da nova planta.