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Setor de motos tem janeiro ruim

08/02/2013 - 10:30 - Arthur Caldeira/ Agência INFOMOTO

As vendas de motocicletas em janeiro caíram. No primeiro mês de 2013, foram emplacadas 126.404 unidades – queda de 8,41% quando comparado ao mês anterior. Porém uma redução ainda mais brusca (-11,13%) em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 142.230 motos, de acordo com dados de emplacamentos divulgados pela Fenabrave, federação dos revendedores de veículos.

Historicamente janeiro não é um bom mês de vendas, mas a queda neste início de ano reforça as projeções de que o setor deverá ter um crescimento tímido em 2013, bem aquém do esperado recorde de dois milhões de unidades vendidas que almejavam as fábricas há alguns anos. A previsão da MB Associados, que presta consultoria para a Fenabrave, é de que as vendas não cheguem a 1.700.000 unidades neste ano.

Produção também cai

Além de queda nas vendas, as fábricas de motocicletas produziram menos em janeiro. De acordo com a Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos, a produção neste primeiro mês do ano foi de 127.209 unidades, queda de 28,1% se comparada à produção de janeiro de 2012, quando foram fabricadas 176.981 unidades.

Para o diretor-executivo da Abraciclo, José Eduardo Gonçalves, o grande problema continua sendo a restrição ao crédito. Dados computados pela associação revelam que em 2012 o financiamento foi a modalidade de compra de apenas 40% das motos comercializadas – em 2011 esse percentual era de 52%. “Temos buscado alternativas, pois o setor de motos depende do crédito para voltar a crescer. Os bancos públicos criaram linhas especiais, mas até o momento o mercado não apresentou sinais de recuperação”, afirma Gonçalves.

Mas o diretor-executivo da Abraciclo ainda considera cedo para fazer uma análise negativa deste ano e a associação mantém sua previsão de crescimento de 5,5% da produção neste ano em relação a 2012, chegando a 1.784.000 unidades.

Consórcio é alternativa

A exigência para aprovação das fichas cadastrais, a alta taxa de inadimplência nos financiamentos do setor automotivo, cerca de 6%, e o endividamento das classes C e D são apontados como os “culpados” pela dificuldade em se conceder crédito para a compra de veículos de duas rodas. Uma alternativa para se manter as vendas em alta apontada pelos executivos das montadoras é o consórcio.

“Acabou aquela festa. Dificilmente vamos voltar a vender motos financiadas como há alguns anos. Sem entradas, com parcelas a perder de vista”, acredita Paulo Takeuchi, diretor de Relações Institucionais da Honda.

Dados da Associação Brasileira dos Administradores de Consórcio (ABAC) corroboram o crescimento da modalidade em 2012. Em levantamento feito pela assessoria econômica da ABAC, em novembro de 2012, o total de participantes ativos em consórcios chegou a 5,13 milhões, 11% mais que os 4,62 milhões do mesmo mês de 2011. "Ao participar do Sistema de Consórcios", explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, "o consumidor expressa sua confiança e certeza no mecanismo para adquirir bem móvel ou imóvel ou contratar serviço de qualquer natureza, com custos menores e prazos maiores, objetivando a formação de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial ou a realização de algum sonho de consumo".

No setor de duas rodas o crescimento foi bastante expressivo em 2012. Entre janeiro e novembro de 2011, o sistema representava 30,6% (591,5 mil unidades) sobre as vendas internas. Em 2012, no mesmo período, a soma dos consórcios atingiu 44,3% (675 mil unidades). Isso significa que praticamente uma em cada duas motos vendidas no ano passado foi comercializada com cartas de crédito de consorciados contemplados.

De acordo com a Abraciclo esses números são diferentes, mas também apontam tendência de crescimento. Para a associação dos fabricantes as motos vendidas por consórcio representaram 27% em 2011 e aumentou para 35% no ano passado.

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