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Como escolher a primeira moto

11/01/2013 - 10:51 - Aldo Tizzani/ Agência INFOMOTO

A tarefa de escolher a primeira moto parece fácil, mas não é! Na hora da compra, o motociclista novato deve ser guiado pela razão e não pela emoção. O ideal é deixar o sonho de lado e se concentrar realmente em que tipo de moto será ideal para estes primeiros quilômetros no mundo moto.
Com a Carteira Nacional de Habilitação categoria “A” em mãos, o novo motociclista deve levar vários aspectos em consideração. Entre eles, sua altura e seu peso, além da utilização que dará a moto e as ruas ou estradas que irá percorrer.

A primeira dica que se deve ter em mente é que ninguém nasce sabendo. Por isso opte por um modelo de baixa cilindrada – até 150cc. Já que são as mais baratas, econômicas, fáceis de pilotar e driblam o trânsito com maior desenvoltura. É preciso ter em mente que imprevistos podem ocorrer como, por exemplo, uma queda com a moto. Pequenos riscos, piscas e espelhos quebrados fazem parte da vida do iniciante e o gasto com as peças de reposição são mais baixos nas motos menores.

Qual seu estilo?

Se você estiver na dúvida entre o estilo – street, trail ou custom, vá a uma concessionária e suba na moto. Analise posição de pilotagem, posição das pedaleiras, altura do assento e densidade da espuma do banco. Se existir a possibilidade de um test-drive, faça!

Pessoas com mais de 1,85 m não se encaixam em scooters ou motos custom de pequeno porte. Para os mais altos e, na maioria das vezes, mais pesados, as melhores opções são os modelos street e trail.
Outro fator que deve ser levado em conta na hora da compra é o tipo de utilização que se destinará a moto. Por exemplo, um motociclista que roda apenas 10 quilômetros por dia no trajeto urbano que liga sua a casa ao trabalho, as opções mais adequadas são a CUB e o scooter. O modelo é fácil de pilotar, protege bem o piloto – dá até para rodar com sapato social, além de oferecer a praticidade de transportar objetos (até o capacete) sob o banco.

Foi assim, pensado de forma racional, que o editor de imagens Arlem Ribeiro, 34 anos, decidiu qual vai ser seu primeiro veículo de duas rodas. “Optei por um scooter. Trabalho perto da minha casa e precisava apenas de agilidade e conforto”, conta o Ribeiro que não pretende viajar com seu scooter.
Agora se você mora em uma região na qual o piso é irregular, muito esburacado ou próximo a uma zona rural, o modelo ideal seria um trail de 125/150cc, que aguenta muitos trancos e solavancos – graças ao maior curso de suspensão e rodas maiores.

Se a ideia é aposentar o carro e usar a moto como opção ao transporte coletivo e, de quebra, levar a esposa ou namorada ao trabalho, então sua escolha é uma street. O modelo oferece melhor desempenho, economia de combustível e boa autonomia, além de ser mais confortável para a garupa.
Detalhe: parece bobagem, mas confira a capacidade de carga que a moto pode transportar (piloto, garupa e bagagem). Alguns modelos de entrada podem sofrer com o excesso do peso. O resultado pode até ser uma trinca ou quebra do subquadro (parte traseira da moto) e uma velocidade inadequada para rodar em avenidas.

Mas para quem encara a moto como uma opção de mobilidade urbana, não quer ser um escravo da moda ou das tendências e é fã das motos chopper, então aposte em uma custom e seja feliz.

Evolução natural

Não importa o modelo escolhido, mas o “aspirante” a motociclista deve rodar muitos quilômetros, acumular experiência e só depois partir em busca de melhor desempenho. Ele estará pronto para migrar para uma moto de maior capacidade cúbica – uma 250 ou 300cc. O que é uma evolução natural.

No motociclismo, como em outras tarefas que exigem habilidade, o ideal não é pular fases. Depois de um 125/150cc não vá para uma superesportiva de 1000cc. Não deixe que seu sonho se transforme em um risco para sua integridade física. Experiência para a condução de uma motocicleta é fundamental para desfrutar o veículo com segurança.

O apressado paga caro

“O apressado come cru e quente”... O velho ditado também se aplica na hora de comprar seu primeiro veículo de duas rodas. Segundo o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de estudos financeiros de Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), é importante que o consumidor não compre por impulso. “Ele deve se perguntar: preciso mesmo dessa moto, preciso comprá-la agora?” Segundo o economista, a chave para uma compra bem feita é o planejamento.

Planejar a compra permite que o futuro motociclista junte o dinheiro para adquirir o bem à vista. “Quem compra à vista tem maior poder de barganha, pode pedir desconto e não gasta com juros”, lembra o economista.

A segunda opção para quem não precisa da moto imediatamente é o consórcio. As taxas são menores e o custo da moto é muito inferior em relação ao financiamento. Além disso, não existe a necessidade de dar uma entrada.

Porém se a necessidade é imediata, a única opção é mesmo o financiamento. Nessa modalidade de compra é necessária uma entrada e os juros podem superar os 3% ao mês. Para quem optar por essa modalidade o executivo faz um alerta “o gasto com financiamentos não pode comprometer mais do que 25% da renda”.

Para ilustrar o que disse o executivo confira a simulação do valor de compra de uma Honda CG 150 Fan (modelo mais vendido em 2012 e cotado na cidade de São Paulo) nas três modalidades:
- Preço à vista R$ 6.800
- Consórcio: 50 parcelas de R$ 175 – valor total da moto: R$ 8.750
- Financiamento: Entrada R$ 1.000 + 48 parcelas de R$ 252 – valor total da moto: R$ 13.096 (praticamente o dobro do preço sugerido ao consumidor)

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