Apesar dos altos e baixos, o mercado doméstico de veículos confirmou novo recorde de vendas em 2012, com 3,8 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus emplacados e crescimento de 4,6% sobre o resultado de 2011, segundo dados do Renavam divulgados pela associação dos concessionários, a Fenabrave, na quinta-feira, 3. Com 359.339 unidades licenciadas, dezembro foi o terceiro melhor mês do ano (perdeu para julho e agosto), com expansão de 15,26% ante novembro e de 3,1% diante de dezembro de 2011.
O ritmo de vendas foi forte no último mês de 2012, quando terminaram os descontos de IPI para veículos leves. Com apenas 19 dias úteis, foi o segundo melhor dezembro da história para automóveis e comerciais leves, com média diária de 18 mil emplacamentos, número 21,8% maior do que os 14,8 mil licenciamentos em cada um dos 20 dias úteis de novembro, e 21% mais do que a média de 14,9 mil nos 22 dias úteis de dezembro de 2011.
Ao todo, foram vendidos em dezembro 343.770 automóveis e comerciais leves em dezembro, com salto de 15,7% sobre novembro e de 4,4% ante o mesmo mês de 2011. O estoque nas concessionárias gira em torno de 20 a 25 dias, dependendo da marca, o que segundo o presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, deverá sustentar as vendas de janeiro com preços ainda sem o impacto do IPI, que volta gradualmente ao normal.
“Graças aos descontos de IPI, redução de margens e juros menores as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 6% em 2012, o que pode ser considerado um ótimo resultado diante do avanço lento da economia”, avaliou Meneghetti, lembrando que a expansão do PIB brasileiro no ano mal alcançou 1%.
Caminhões e ônibus
Como já era esperado, as vendas de caminhões sofreram expressiva queda em 2012. Foram emplacadas 137.722 unidades no ano, em retração de 20,2% sobre 2011. Mesmo assim, foi o terceiro melhor ano do segmento no Brasil, só perdendo para 2011 (172,6 mil) e 2010 (157,4 mil). O resultado foi afetado pela entrada em vigor da nova legislação de emissões para veículos diesel, o Proconve P7, com a adoção da motorização Euro 5, que encareceu de 8% a 15% o preço dos novos modelos.
Aliado ao preço maior dos caminhões novos, Meneghetti lembrou de três outros fatores que contribuíram para piorar a situação do setor de pesados: a incerteza sobre a disponibilidade do diesel com baixo erro de enxofre S-50, essencial para o funcionamento adequado dos motores Euro 5; a quebra da safra agrícola no sul do País, com redução das necessidades de transporte; e o ritmo lento da economia, que naturalmente desaqueceu os fretes.
Com o incentivo dos financiamentos atrativos do BNDES/PSI, com juros de 2,5% ao ano e 100 meses de prazo para pagar, as vendas de caminhões começaram a retomar o ritmo normal no último trimestre de 2012. Após passar vários meses abaixo de 10 mil unidades, os emplacamentos saltaram para o patamar de 12,6 mil por mês em outubro, novembro e dezembro.
As vendas de ônibus também sofreram com a nova legislação de emissões, mas menos do que os caminhões. O ano terminou com 29.716 unidades emplacadas, o segundo melhor resultado da história do setor, só perdendo para 2011 (34,9 mil), sobre o qual a retração foi de 14,9%. Os negócios começaram a aquecer também no último trimestre.