A Yamaha XVS 950 Midnight Star faz parte de um seleto grupo de motos custom que deixaram de lado e estilo clássico e apostaram suas fichas na fluidez das formas com uma pitada de esportividade. Hoje, a XVS 950 (R$ 30.396), a Harley-Davidson Iron 883 (30.990), Suzuki Boulevard 800R (R$ R$ 31.900) e a Kawasaki Vulcan 900 Custom (R$ 31.900) disputam o público jovem que quer uma moto com personalidade forte, traduzido por um design diferenciado, porém equipada com o tradicional motor de dois cilindros em “V”, uma espécie de assinatura das motocicletas custom.
Porém, a Yamaha Midnight Star parece ter conquistado mesmo a preferência do público. Tanto que em 2012 foi a moto custom de alta cilindrada mais vendida do Brasil com 1.142 unidades emplacadas. Com porte imponente, visual moderno, conforto e tecnologia de ponta, a XVS 950 também conta com uma ciclística bem equilibrada.
Seguindo o estilo "low and long" (baixa e longa) muito usado nas máquinas norte-americanas, o desenho da Midnight Star foi inspirado nos muscle cars. No visual da custom da marca nipônica destacam-se várias peças cromadas, piscas com lentes translúcidas e rodas de liga-leve em preto e prata (aro 18" na dianteira e 16" na traseira). Com este artifício parece que a moto está calçada com pneus faixa branca. Para completar, a Midnight Star está equipada com apenas uma grande saída de escape (dois em um), toda cromada, e uma lanterna bastante invocada.
O painel, que fica sobre o tanque, traz informações básicas: velocímetro e luzes de advertência. A pequena tela de LCD, com regulagem de brilho, oferece ao motociclista um hodômetro total, dois parciais, fuel trip e relógio. Os comandos de seleção ficam no punho direito e são bastante intuitivos, fáceis de manusear.
V2 de 54 cv de potência
Para este projeto, a Yamaha adotou um propulsor V2 a 60 graus, porém com pistões forjados e com tratamento cerâmico nos cilindros – mesma tecnologia empregada em modelos mais esportivos da marca. Com 942 cm³ de capacidade, o motor da XVS 950 conta com alimentação por injeção eletrônica e arrefecimento a ar. O propulsor gera 53,6 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 7,83 kgf.m a 3.000 rpm. Esses números de desempenho da Midnight Star se traduzem em muita força em baixas e médias rotações, já que trabalha de forma linear, entregando força e potência gradativamente, sem trancos ou sustos para o motociclista.
O responsável por esta suavidade está na transmissão secundária via correia dentada (reforçada com kevlar e fibra de carbono), uma solução “herdada” dos modelos Harley-Davidson. Agora, se o motociclista não tiver dó do equipamento e girar o acelerador com vontade, as respostas serão radicais e precisas, transmitindo muita esportividade. Fácil de pilotar, a XVS 950 da Yamaha parece uma custom de menor capacidade cúbica. O consumo médio é de 17 km/l – com seu tanque com capacidade para 17 litros resulta em uma autonomia de quase 300 km.
Vale destacar também o exemplar comportamento do câmbio de cinco velocidades, com engates precisos e suaves, que foi projetado pela Yamaha para acentuar as características do propulsor refrigerado a ar. Aliás, a quinta marcha da Midnight Star 950 não é exatamente uma over drive, mas foi desenvolvida pela a engenharia da marca dos três diapasões para oferecer mais conforto em uma velocidade de cruzeiro (120 km/h). Para facilitar a vida do motociclista, a alavanca de câmbio conta com um pedal próximo do calcanhar esquerdo, que auxilia nas reduções de marcha.
Ciclística acertada
Ao pilotar a Midnight Star uma coisa fica evidente: a preocupação da marca com bons níveis de desempenho, segurança e conforto. E esta tríade se dá pela união do motor “V2” com suspensões e freios. O quadro berço duplo conseguiu dar um bom equilíbrio ao conjunto da XVS 950. O assento da moto está a apenas 67,5 centímetros do chão, o que reflete em maior segurança nas manobras em baixas velocidades, já que podem ser realizadas com maior desenvoltura.
Além disso, o guidão aberto, os bancos individuais e as pedaleiras plataforma deixam o piloto bastante relaxado para encarar centenas de quilômetros sobre a power cruiser da Yamaha. O único senão é que as pedaleiras raspam o asfalto com muita facilidade em curvas – mas vale ressaltar que isso é um “defeito”, ou característica, comum aos modelos custom.
As suspensões trazem receita tradicional: garfo telescópico na dianteira (41 mm de diâmetro e 135 mm de curso) e monoamortecimento na traseira (110 mm de curso). Equilibrado, o conjunto copia com muita propriedade as imperfeições do piso. Para ajudar na absorção dos impactos, a estradeira da Yamaha está calçada com largos pneus 130/70 x 18 (dianteira) e 170/70 x 16 (atrás).
Apesar de não contar com ABS, o conjunto de freios da custom da Yamaha apresenta disco simples em ambas as rodas, de 320 mm na dianteira e 298 mm na traseira. Na modelo avaliado, o freio dianteiro estava dentro do esperado. Mas o traseiro superou as expectativas. Eficiente e preciso.
História e mercado
Estradeira de quase 1000 cc, a moto da Yamaha foi uma das grandes atrações da marca nipônica no Salão de Motos de Colônia de 2008, na Alemanha. Chegou ao Brasil no ano seguinte para substituir a Drag Star 650, modelo carburado que não atendia à terceira fase do Promot (programa que define o nível de emissão de poluentes por motocicletas).
Em 2012, o desempenho de vendas da XVS 950 Midnight Star ficou acima do esperado. Segundo dados da Fenabrave, foram emplacadas ano passado 1.142 unidades da power cruiser da Yamaha. Com este resultado, a XVS 950 foi a custom de alta cilindrada mais vendida do Brasil em 2012. Deixando para trás uma legião de Harley-Davidson, liderada pela XL 883, que contabilizou ano passado 831 unidades licenciadas.
Enfim, para o motociclista que não se deslumbra por grifes e apesar de nenhuma mudança significativa desde 2009, a custom de 950cc da Yamaha é uma boa pedida para se tornar uma fiel companheira de viagem.
FICHA TÉCNICA Yamaha XVS 950 Midnight Star
Motor: Dois cilindros em V a 60º, quatro tempos, refrigerado a ar.
Potência: 53,6 cv a 6.000 rpm.
Torque: 7,83 kgf.m a 3.000 rpm.
Diâmetro x curso: 85 mm x 83 mm.
Taxa de compressão: 9,0:1.
Cilindrada: 942 cm³.
Alimentação: Injeção eletrônica.
Partida elétrica.
Câmbio: Cinco velocidades com transmissão final por correia dentada.
Chassi: Berço duplo de aço.
Suspensão: Dianteira por garfo telescópico, com 41 mm de diâmetro e 135 mm de curso; traseira por monoamortecedor com 110 mm de curso.
Freios: Dianteiro a disco simples de 320 mm; traseiro a disco simples de 298 mm.
Pneus: 130/70 x 18 M/C 63H (dianteiro); 170/70B x 16 M/C 75H (traseiro).
Dimensões: 2435 mm (comprimento), 1.000 mm (largura) x 1.080 mm (altura); 1685 mm (entre-eixos); 675 mm (altura do assento ao solo); 145 (altura mínima do solo).
Tanque: 17 litros.
Peso a seco: 261 kg.
Preço: Preta
Preço: R$ 30.396