A KTM fez muito barulho ao apresentar a 1290 Super Duke R no Salão de Milão deste ano. E isso não é sentido figurado. Em um estande voltado para os modelos de tocada esportiva, a fábrica de Mattinghoffen (Áustria) fez questão de ligar o motor do seu novo protótipo para a assegurar a todos de que o som bestial – termo utilizado em mais de uma ocasião pela marca ao se referir à nova moto – que havia sido divulgado dias antes saía do escapamento Akrapovic do modelo ali presente.
Quando a marca austríaca liberou fotos escurecidas e o som emitido pelo motor do novo modelo dias antes do início do EICMA 2012, todos já sabiam que iriam encontrar na Itália a moto que substituiria a radical 990 Super Duke R. Também era esperado um propulsor de maior capacidade cúbica, uma vez que a big-trail 1190 Adventure – apresentada em outubro, durante o Salão de Colônia, na Alemanha – já havia recebido um. Quando a cortina subiu, entretanto, o que se viu deixou a todos os presentes boquiabertos.
Com linhas robustas e agressivas, o protótipo mostrado pela KTM conserva alguns traços da sua antecessora, como a forma poligonal do tanque de combustível, o chassi em treliça e as aletas laterais de formas triangulares. No mais, a rabeta mais alta, as saídas de escapes incorporadas abaixo do quadro dão a impressão de estarmos olhando para uma versão despida da superesportiva RC8 R que recebeu ainda um monobraço para segurar e exibir a estilosa roda traseira.
Pronta para correr
Embora a fábrica austríaca não tenha divulgado ainda nenhum dado concreto como a potência, torque ou mesmo o curso da suspensão, sabe-se que o protótipo partilha muitas características da RC8. Entre elas, está o propulsor de dois cilindros em “V” refrigerado a líquido de 1.195 cm³, que, segundo a KTM teve seu diâmetro retrabalhado para chegar às 1290cc que dão nome à naked.
A ausência de detalhes técnicos é compensada pela vasta lista de componentes de primeira linha. O protótipo da KTM endossa a vocação da marca para as pistas com diversas partes em carbono e feito em aço cromo-molibdênio. Além disso, a nova moto conta com suspensões WP desenvolvidas especialmente para ela, sendo monoamortecedor de ajuste a gás na traseira e garfo invertido na dianteira. Para segurar a fúria da nova moto, freios a disco com pinças Brembo em ambas as rodas.
Outro ponto forte é a eletrônica. Para mostrar que os engenheiros da marca laranja não economizaram em nada para conceber o novo projeto, itens como acelerador eletrônico (ride-by-wire), freios ABS e controles que previnem wheelies (empinadas) e stoppies (“RL”), manobra na qual o piloto aciona o freio dianteiro com vigor e a roda traseira se descola do chão, foram incorporados. Entretanto, a KTM faz questão de salientar que estas duas últimas ajudas podem ser desligadas, para não atrapalhar a diversão dos pilotos mais ousados.
Protótipo, apenas?
A melhor notícia em relação à 1290 Super Duke R é que a KTM já está trabalhando em sua versão final de produção que será lançada até o final de 2013. No entanto, a marca deixou no ar se a moto irá vestir oficialmente a camisa de sucessora da Super Duke atual ou manter a configuração para pistas apresentada pelo protótipo.
Enquanto o modelo final não sai, a KTM disponibiliza para o público outras quatro versões da Duke além da 990, com motores de 690, 125, 200 e, a mais recente com 390cc. Mas, depois de ver a nova “fera” da Casa de Mattinghoffen fica difícil desejar outra naked da marca.