Nesta segunda-feira, 22 de outubro, a italiana Ducati anunciou oficialmente que vai assumir as operações de distribuição de suas motocicletas no Brasil. Para tanto, a Ducati Motor Holding S.p.A. encerrou seu relacionamento comercial com o Grupo Izzo, antigo representante da marca, e abriu a Ducati do Brasil Indústria e Comércio de Motocicletas Ltda., subsidiária controlada diretamente pela matriz italiana.
Com presença do CEO da Ducati, Gabriele Del Torchio, e do Diretor de Vendas, Roberto Righi, a empresa ainda anunciou que alguns modelos serão montados em Manaus (AM) na fábrica da Dafra pelo sistema CKD – seguindo o que já faz outras marcas, como BMW e MV Agusta, que também contam com uma linha de montagem na fábrica da empresa brasileira. O primeiro modelo montado em Manaus será a Diavel, uma custom da marca italiana.
Em bom português, Righi, iniciou o anúncio afirmando que “a Ducati decidiu que chegou a hora de mudar o modelo de negócio no Brasil com uma filial nacional”, sem fazer nenhuma menção em como se deu o fim do contrato com o antigo representante.
O diretor de vendas aproveitou para confirmar a contratação de Ricardo Susini para o cargo de Diretor Geral da Ducati do Brasil. Susini trabalhava como gerente de vendas da Moto Honda e foi um dos responsáveis pela introdução do conceito “Dream”, a rede de concessionárias de alta cilindrada da marca japonesa.
"Eu passei a minha vida inteira no mundo do motociclismo e agora, fazer parte de uma marca tão prestigiada, proeminente e famosa, me deixa fortemente motivado para alcançar novas metas.", declarou o Diretor Geral da Ducati do Brasil.
Outro executivo já contratado pela Ducati no Brasil, para o cargo de Gerente de Pós Vendas, é Marco Truzzi. “Um dos pilares dessa nova fase da Ducati será o bom atendimento a nossos clientes”, afirmou Roberto Righi. Truzzi tem passagem pela BMW Motorrad do Brasil e, nos últimos meses, estava trabalhando na Yamaha Náutica.
Planos
Apesar do anúncio oficial da fundação da subsidiária nacional, a Ducati não revelou planos detalhados das operações no País. Por enquanto, o que se sabe, é que a marca deverá nomear concessionárias exclusivas, desmentindo boatos de que as revendas Audi, marca do Grupo Volkswagen que hoje controla a Ducati, poderiam comercializar as motos italianas.
Gabriele Del Torchio, CEO da Ducati, fez questão de frisar que a operação brasileira tem como objetivo melhorar ainda mais os bons resultados da Ducati nos últimos anos. "O mercado de motocicletas brasileiro é um dos mais interessantes, além de ser o terceiro maior do mundo", disse o CEO. De 2006 a 2012, a Ducati registrou crescimento de 36,2% em suas vendas mundiais, passando de 32.300 unidades vendidas para 44.000 neste ano. A Ducati acredita que o Brasil pode contribuir para o sucesso da marca e prevê que até 2015 as vendas possam chegar a 5.000 ou 6.000 unidades vendidas no País.
Ducati Made in Brazil
Uma das estratégias reveladas pela Ducati para sua operação brasileira foi a montagem do modelo Diavel na fábrica da Dafra em Manaus (AM). O modelo de negócios firmado entre as companhias é na modalidade OEM (Original Equipment Manufacturer), ou seja, toda a montagem dos produtos da marca italiana será realizada na planta da Dafra a partir de componentes CKD. A produção será conduzida por profissionais da empresa brasileira, treinados e supervisionados pela Ducati.
“Nossa fábrica está 100% preparada para dar início à linha de montagem Ducati. Todos os profissionais da DAFRA dedicados à produção das motocicletas italianas passaram por período de treinamento, que incluiu acompanhamento dos processos de montagem, inspeção de qualidade e logística interna”, afirma José Lemos, diretor industrial da DAFRA.
A escolha da Diavel, segundo Gabriele Del Torchio, deu-se pelo fato de ser um produto premium, reforçando a imagem da empresa como uma marca de luxo. Equipada com o motor de dois cilindros em “L” (um V a 90°) e 1.198,4 cm³ produz 162 cavalos de potência máxima (a 9.500 rpm) e colossais 13 kgfm de torque máximo. Além disso, a custom italiana também traz muita tecnologia.
Equipada com acelerador eletrônico (ride-by-wire), a Diavel conta com tecnologias como três modos de pilotagem (Sport, Touring e Urban) e controle de tração (Ducati Traction Control) de cinco níveis. O câmbio de seis marchas precisou ser feito em materiais mais resistentes para transferir toda a “força” do motor para o enorme pneu traseiro de 240 mm de espessura. A Ducati ainda equipou o novo modelo com uma embreagem deslizante para aliviar os trancos no conjunto de transmissão. A transmissão final é feita por corrente.
"A Ducati tem uma imagem muito forte neste país e temos o apoio entusiástico de muitos Ducatisti, motociclistas e fãs em geral. A abertura desta nova subsidiária e o fato de que nossas motocicletas serão montadas na fábrica de Manaus são uma evidência do nosso foco no mercado brasileiro. Queremos oferecer aos nossos clientes aqui, a melhor experiência possível na venda e nos serviços pós-venda, e confirmar a importância estratégica atribuída a este mercado pela Ducati.", finalizou o CEO da empresa italiana.