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Seminário sobre segurança no trânsito é lançado em Campo Grande

18/10/2012 - 16:22 - Mário Salgado, com informações da Fenabrave-MS - Imagem: Divulgação

Quem anda pelas ruas de Campo Grande-MS percebe a alta vertiginosa de veículos e o aumento de acidentes graves. Para contribuir com a diminuição dos problemas relacionados ao trânsito, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, regional Mato Grosso do Sul - Fenabrave-MS, entidade que congrega a maioria das mais de 150 concessionárias de motocicletas, automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas do estado, junto com o Detran-MS e a Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), vai promover, no dia 29 de outubro, em Campo Grande, o “I Seminário de Segurança no Trânsito – Sinal de Vida”. O evento, que acontece no auditório Germano de Barros do Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, tem por objetivo provocar uma ampla discussão sobre o tema, além de somar esforços junto com os órgãos ligados às questões de trânsito, que já tem planejamento estratégico de ações a curto, médio e longo prazo para, efetivamente, melhorar a situação de nossas ruas e estradas.

O Seminário contará com as presenças do deputado federal pelo Rio de Janeiro Hugo Leal, autor da "Lei Seca", e do renomado J. Pedro Corrêa, especialista em programas de segurança no trânsito e consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, referência no setor, além de fundador do Instituto Nacional de Segurança no Trânsito-SP e autor do livro “20 anos de lições de trânsito no Brasil – Desafios e Conquistas do Trânsito Brasileiro de 1987 a 2007”.

Justificativa

Campo Grande, o principal mercado de veículos de Mato Grosso do Sul, tem uma frota circulante que já passa de 400 mil veículos e uma população que gira em torno dos 800 mil habitantes. Ou seja, um veículo para cada dois habitantes, uma das maiores médias nacionais. A proporção brasileira, segundo uma pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), é de 5 pessoas para cada automóvel.

O crescimento nas vendas até setembro deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, também destaca a importância do cenário sul-mato-grossense. A média nacional, no segmento de automóveis e comerciais leves, que concentra o segmento de maior volume, foi de 5,53%. Em nosso estado esse número subiu 11,35%.

Isso fez com que montadoras e importadoras de veículos voltassem suas atenções para nosso mercado. Nos últimos anos novas marcas se instalaram em Mato Grosso do Sul (Audi, BMW, JAC Motors, Harley-Davidson, Suzuki, Hyundai, Subaru, HB20, Kawazaki, Towner e Topic, só para citar algumas). E outras novas estão chegando, como a Volvo. Além disso, novos pontos de vendas, de marcas já instaladas por aqui, estão sendo abertos.

Esses números não são muito diferentes em todo o estado. E, como o ritmo de aumento das ruas e estradas não consegue acompanhar as vendas de veículos, é fácil imaginar que o trânsito de Mato Grosso do Sul já apresenta os problemas de outros grandes centros, com um aumento crescente de acidentes, congestionamentos, aumento do índice de emissão de poluentes e falta de vagas para estacionamento nas áreas centrais e de grande circulação. E são nessas questões que o “I Seminário de Segurança no Trânsito – Sinal de Vida” planeja provocar discussões.

Outros dados

A indústria automobilística nacional vem superando recordes sucessivos desde 2004, quando vendeu 1,5 milhão de veículos. No ano passado, esse número salto para 3,6 milhões e este as projeções apontam para um mercado 4% a 5% maior. Com transporte público ineficiente, mais pessoas saem de casa todos os dias com seus automóveis, o que provoca congestionamentos constantes.

A frota brasileira está ficando mais jovem, embora em ritmo lento. A idade média dos veículos que circulam pelo País é de 8 anos e 8 meses, próxima à das frotas da Alemanha (8 anos e 1 mês) e França (8 anos e 2 meses) e mais nova que a dos EUA (10 a 11 anos).

Em 1995, a idade média da frota brasileira era de 10 anos e 2 meses, caiu para 9 anos e 4 meses e em 2010 chegou aos 8 anos e 8 meses, idade mantida no ano passado.

O País tem 1,34 milhão de veículos (3% da frota) com mais de 20 anos de idade. A maior parte (44%) tem até cinco anos. Já 39% dos veículos têm entre 6 e 15 anos e 14%, entre 16 e 20 anos. Em 2006, dos veículos em circulação, 8,9% eram fabricados fora do País. Em 2011, essa participação foi a 12,5% da frota, chegando a 4,3 milhões de carros vindos do exterior rodando por ruas  estradas brasileiras.

O número de veículos em circulação no País cresce em ritmo muito superior ao da população. Desde 2004 a frota aumentou 54,8%, atingindo 34,856 milhões de veículos em 2011. No mesmo período, a população, estimada em 192,3 milhões de pessoas, cresceu 5,7%.

Os números do Sindipeças são diferentes dos divulgados pelo Denatran, normalmente bem superiores já que não levam em conta a "taxa de mortalidade" - veículos que deixam de circular por vários motivos, como acidente com perda total e desmanche. A pesquisa envolve montadoras, órgãos de trânsito e seguradoras. É usada para direcionar a produção de autopeças para o mercado de reposição.

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