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BMW R 1200 GS 2013: Aventureira renovada

15/10/2012 - 12:14 - Carlos Bazela / Agência INFOMOTO

Lançada há oito anos, a versão de 1200cc da BMW R 1200GS, figura como o modelo referência entre as bigtrails. Seja por seu ótimo desempenho tanto no asfalto como em pisos mais irregulares ou pela eletrônica embarcada, que oferece pilotagem segura e confortável. Assim sendo, os engenheiros da Casa de Munique decidiram ousar para fazer a GS ainda melhor e equiparam a próxima geração da moto com um propulsor boxer – de dois cilindros opostos – com refrigeração líquida, o primeiro na história da BMW Motorrad, além de algumas novidades em seu pacote eletrônico.

Apresentada ao público pela primeira vez na última semana durante o Intermot, o Salão de Motos de Colônia, realizado na Alemanha, a nova R 1200 GS herdou os traços dos modelos anteriores, mas algumas alterações estéticas foram feitas. É o caso das aletas laterais da carenagem e do paralama dianteiro, que foi retrabalhado. A peça conserva o consagrado design “bico de pato”, porém está mais alongado e apresenta um difusor na ponta para melhorar a aerodinâmica.

Outras mudanças podem ser percebidas no conjunto que compõe o parabrisa e na carenagem do farol. Este, por sua vez está maior e oferece uma versão em LED como opcional, mas, para a alegria dos fãs do modelo, mantém o traço assimétrico. O face lift deixou a R 1200 GS com aspecto mais agressivo e alinhada com outros modelos da família, como a F 700 e F 800 GS, redesenhadas há pouco pela BMW.

Propulsor pioneiro

Sobre as semelhanças entre o motor da versão 2013 da R 1200 GS e o que equipava a geração anterior da moto, pode se dizer que ele mantém a arquitetura boxer de dois cilindros e a mesma capacidade cúbica de 1170 cm³. E só. Totalmente redesenhado pela BMW, o novo propulsor agora é capaz de gerar 125 cv a 7700 rpm de potência e 12,7 kgf.m a 6.500 rpm de torque máximo ao invés dos 110 cv a 7.750 rpm e 12,2 kgf.m a 6000 rpm de outrora.

Entretanto, o aumento de potência só foi possível com o novo sistema de refrigeração, uma vez que os cavalos extras exigem um meio mais eficiente de dissipação de calor. Desta forma, a bigtrail abandona o tradicional arrefecimento a ar com o auxílio de um radiador de óleo para empregar uma mistura de água e glicol. Ou seja, refrigeração líquida propriamente dita em um motor boxer nas motos BMW pela primeira vez na história da marca.

O arrefecimento acontece por meio de dois radiadores posicionados na parte frontal do motor, que alimentam os dutos de ar frio e são auxiliados por uma ventoinha localizada atrás do radiador direito. Todo o conjunto pesa aproximadamente 2,7 Kg. A nova distribuição de refrigeração da R 1200 GS ficou em 35% por meio do líquido e 65% pelo ar, substituindo a relação 22% / 78% do sistema óleo/ar dos boxers anteriores.

Boxer com novo fôlego

Além da refrigeração inédita, a BMW fez outras alterações para otimizar o desempenho do tradicional boxer. Entre elas estão os novos dutos de admissão, com entradas verticais. A nova configuração permite que o ar se distribua igualmente pelos dois lados do cilindro e facilita o processo de detonação. Para aproveitar melhor a nova arquitetura, os bicos injetores foram reposicionados para liberar combustível o mais diretamente possível na frente das válvulas de admissão. Assim, o motor é capaz de produzir mais torque e potência, mas sem gastar mais combustível por isso.

Outra novidade é a forma de montagem dos cilindros. Pela primeira vez em um motor boxer da BMW, os cilindros não são mais aparafusados separadamente no bloco do motor, mas integrados diretamente, o que traz benefícios na distribuição do peso e responde melhor ao sofrer torções, pois se tornou um bloco único e não mais um conjunto de peças juntas. Já a caixa de marchas conserva o mesmo câmbio de seis velocidades, mas foi redimensionada para eliminar espaço e peso. O resultado foi uma melhoria na lubrificação do conjunto, que agora exige uma menor quantidade de óleo.

A última, mas não menos importante alteração foi um novo braço oscilante mais longo (de 535,6 mm foi para 588 mm), melhorando a transmissão do torque – que continua sendo feita por eixo-cardã – para a roda. A grande mudança no monobraço traseiro, entretanto foi a sua posição, que mudou para o lado esquerdo, invertendo com o escapamento.

Ciclística reforçada

O chassi também recebeu upgrade em relação à geração anterior. A bigtrail agora é montada sobre um quadro tubular feito em aço, que proporciona maior rigidez, mas o motor continua fazendo parte da estrutura. Já o sistema de amortecimento conserva os mesmos sistemas Telelever (na dianteira) e Paralever que a R 1200 GS já adota há algum tempo.

Os cursos das suspensões também não mudaram e se mantêm em 190 mm para dianteira e 200 mm na traseira. Entretanto, a bigtrail alemã passa a contar também com o sistema de suspensão semi-ativa que já equipa a S 1000 RR HP4. O Dynamic ESA (Eletronic Suspension Adjustment) modifica as configurações de amortecimento automaticamente de acordo com o piso e o modo de pilotagem.

A bigtrail também está mais ergonômica. O tanque de gasolina, redesenhado para melhorar o encaixe dos joelhos do piloto, aumentar o controle e a proporcionar centralização das massas. Mais baixa, a redução da altura em 20 mm (foi para 1870 mm) favorece o alcance do chão para o piloto. A nova GS, entretanto, conserva a mesma altura do assento a 850 mm do chão, podendo ser ajustada para até 870 mm.

Para conter os cavalos extras gerados pelo novo propulsor, a R 1200 GS está equipada com freios a disco em ambas as rodas, sendo o dianteiro duplo de 305 mm de diâmetro com novas pinças radiais de quatro pistões. Já o freio traseiro recebeu um novo disco maior, com 276 mm de diâmetro e pinça de pistão duplo. Assim como ocorre com todas as outras motocicletas da marca bávara, a bigtrail agora conta com o auxílio do ABS como item de série.

Tecnologia superior

A R 1200 GS sempre esteve na vanguarda quando o assunto é eletrônica. Aos fãs da bigtrail alemã, ficamos felizes em dizer que isso não mudou e ficou ainda melhor. Sem contar o ABS de série, a aventureira recebeu um pacote de itens que fazem inveja a muitos SUV’s por aí. Infelizmente, a maioria deles disponível como opcional.

Portanto, a aventureira conta agora com quatro modos de mapeamento do motor opcionais: Rain, que como o próprio nome diz favorece a pilotagem na chuva; Road, para otimizar a entrega de torque em caminhos de asfalto seco; Dynamic, indicado aos motociclistas que desejam pilotar a GS mais esportivamente em pistas de asfalto.

Nos modos Enduro e Enduro-Pro, este último acionado por meio de um plugue codificado, a R 1200 GS oferece o máximo em pilotagem off-road para que os pilotos mais experientes possam aproveitar toda a vocação aventureira que a bigtrail tem a oferecer na terra. Todos eles trabalham em conjunto com o controle de tração ASC (Automatic Stability Control) e com o já mencionado sistema de suspensão eletrônico com ajuste automático ESA. Ambos disponíveis como itens opcionais.

Fora os equipamentos que influem diretamente na pilotagem, a R 1200 GS também traz alguns “mimos”. Alguns são de série, como o ajuste elétrico do parabrisa. E outros opcionais, a exemplo do computador de bordo com interface Multi-Controller, que pode se comunicar com o motociclista por voz, desde que ele esteja usando um capacete devidamente configurado para isso. Outro itens, disponíveis em gerações anteriores, e que estão de volta são o monitor eletrônico de pressão dos pneus (RDC) e os aquecedores de manoplas.

Em terras nacionais

Aguardada com ansiedade pelos europeus por conta do novo motor com refrigeração líquida, a nova R 1200 GS também deve ser vendida no Brasil, onde chega importada. Entretanto, não se sabe quando exatamente a nova geração da bigtrail irá aportar por aqui, mas a assessoria de imprensa da marca garante que, em 2013, os brasileiros já deverão ter a nova R 1200 GS à disposição.

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