Foi publicado no Diário Oficial da União de hoje (4) o Decreto 7.819, que regulamenta o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar Auto).
O Inovar Auto pretende estimular a pesquisa para produção de veículos mais modernos, seguros e benéficos ao meio ambiente. Entre outros estímulos está o crédito sobre o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
As montadoras instaladas no país terão que fabricar carros que consomem menos combustível para ganhar uma redução de impostos. Em busca do benefício tributário, também é necessário usar peças fabricadas no Brasil e no Mercosul, além de investir em pesquisa e inovação.
Segundo o gerente da consultoria Jato Dynamics no Brasil, Milad Kalume Neto, os motores em uso no país atualmente "são extremamente ultrapassados" e, por isso, a nova regra exigirá investimentos na reformulação dos propulsores.
"Num mesmo motor, conseguir 22% de performance energética é bastante coisa. Acho pouco provável que isso possa ser feito sem que tenha uma alteração expressiva do motor", disse Kalume.
"Acredito que vá haver um movimento de troca de motores, por motores com novos materiais e novas tecnologias. Um processo análogo ao que passou a Europa com o 'engine downsizing', em que os motores reduziram sua capacidade volumétrica e passaram a ter maiores ganhos energéticos."
"Vai ser necessário investir em motores", acrescentou, lembrando que montadoras como Toyota, Nissan e General Motors estão investindo em novas fábricas de motores.