Os investimentos das montadoras em novas fábricas e na ampliação de unidades no Brasil vão elevar a capacidade de produção de carros e veículos comerciais leves em quase 60% no País até 2017, segundo levantamento da consultoria Roland Berger com base nas informações divulgadas pelas empresas.
Os projetos vão adicionar 2,5 milhões de unidades à capacidade instalada no Brasil e poderão provocar um excesso de produção de até 1,8 milhões de unidades, segundo a consultoria. "Se todos os investimentos se concretizarem, teremos excesso de capacidade em 2017", disse Stephan Keese, sócio da Roland Berger e especialista no setor automotivo. "Esse cenário pode provocar guerra de preços e corroer a rentabilidade."
A capacidade instalada das montadoras no País subirá dos atuais 4,3 milhões para 6,8 milhões em cinco anos, segundo estimativas da empresa. A produção atingirá 5,4 milhões de veículos em 2017, considerando a manutenção da taxa de ocupação das fábricas em cerca de 80%.
Mas a Roland Berger estima que o País precisará produzir menos - entre 3,7 milhões e 5,2 milhões de unidades, dependendo do aquecimento da economia. Isso poderá gerar um excesso de produção entre 200 mil e 1,8 milhões de unidades por ano, segundo o estudo. A conta considera que o nível de importação se manterá estável e que a venda de veículos no País ficará entre 4,3 milhões e 5,8 milhões.