Na esteira da atualização da ER-6n, sua irmã naked (sem carenagem), a Kawasaki Ninja 650, também ganhou melhorias em seu modelo 2013, lançado agora no Brasil. Os engenheiros da marca atualizaram o visual dessa sport touring, fizeram alterações em seu motor bicilíndrico e ainda trouxeram novidades para seu conjunto ciclístico — além de retirar a letra “R” da sua nomenclatura. Tudo com o objetivo de fazer dessa Ninja comportada uma moto ainda mais fácil de pilotar.
Com um “atraso” de oito meses em relação ao seu lançamento no mercado Europeu, a Kawasaki Motores do Brasil traz a nova Ninja 650 em duas versões e opções de cores. Há a tradicional roupagem verde da fábrica japonesa e também uma versão completamente preta. A versão mais cara, cotada a R$ 29.990, traz freios ABS, e a standard, sem o sistema anti travamento, vai custar R$ 27.990.
Linhas angulosas
Já que sua proposta é reproduzir a imagem de suas irmãs maiores e mais potentes, porém em um pacote mais acessível, a Ninja 650 ganhou linhas mais angulosas em seu novo modelo – seguindo assim a identidade visual de modelo como a ZX-10R.
Em vez de uma carenagem e faróis arredondados, a Kawa usou linhas retas na carenagem frontal, que ficou claramente mais “embicada” e curta. A lanterna traseira também mudou. Manteve os LEDs, porém seu desenho segue a tendência mais atual. O paralama dianteiro foi alterado. Não foi apenas um face-lift, o design da Ninja 650 é realmente novo. Até os piscas, que permaneceram fixados à carenagem, foram redesenhados.
Já a bolha (parabrisa) ganhou novas formas e o útil sistema de regulagem de altura que já existia na Ninja 1000 – pode-se ajustar manualmente a altura em três níveis, de acordo com a altura do piloto. Uma bem-vinda melhoria nessa Ninja 650 com vocação para o turismo. Outra mudança para reforçar o conforto do piloto e garupa foi feita no assento: além de ganhar um desenho novo, a quantidade de espuma foi aumentada.
O painel é completamente novo também. A Kawasaki adotou um conta-giros de leitura analógica que domina a parte superior e uma tela de cristal líquido abaixo, que traz velocímetro digital, marcador de combustível, hodômetros e relógio. Além de informações de um computador de bordo, como consumo instantâneo, médio e autonomia. Há ainda a indicação “eco”, que informa ao piloto que a forma de pilotagem está economizando combustível.
Novidades mecânicas
O motor permanece o mesmo: dois cilindros paralelos, duplo comando no cabeçote, oito válvulas e refrigeração líquida. Com uma taxa de compressão revista (mudou de 11,3 para 10,8:1) e novos dutos de admissão, a potência máxima de 72,1 cv chega agora a 8.000 giros, e o torque máximo está ligeiramente menor – de 6,7 kgf.m para 6,5 kgf.m – nas mesmas 7.000 rpm.
Porém, de acordo com a Kawasaki, o propulsor tem um desempenho ainda melhor em baixos e médios regimes, privilegiando assim o uso urbano. O escapamento, com novo formato, ganhou uma câmara para aprimorar o fluxo de gases em baixos giros.
O quadro também é novo. Mais fino, manteve sua estrutura tubular, mas agora tem dois tubos. O peso total da moto permanece inalterado – 209 kg em ordem de marcha na versão standard e 211 kg para a versão equipada com freios ABS.
O sistema antitravamento dos freios também é novo. Além de menor, o módulo de controle do ABS é mais moderno. As especificações permanecem inalteradas: dois discos de 300 mm em forma de pétala com pinça de dois pistões, na dianteira; e um disco de 220 mm e pinça de pistão simples, na traseira.
As rodas continuam de 17 polegadas feitas em liga-leve na dianteira e na traseira. Os pneus que equipam o modelo agora são Dunlop, nas medidas 120/70-ZR17, na frente, e 160/60-ZR17, atrás.
Acessível
Pelo menos nas especificações técnicas, as novidades mantiveram a principal característica da Ninja 650 ser uma moto amigável, ou seja, fácil de pilotar. Ideal para iniciantes ou para quem quer uma moto para uso diário, sem abrir mão do visual radical, a Kawasaki sugere os mesmo preços do antigo modelo, quando este desembarcou por aqui. A versão sem ABS tem preço sugerido de R$ 27.990, o que a coloca como uma boa opção de 600cc com carenagem no mercado – é mais cara que a Kasinski Comet GT 650R (R$ 25.300), mas ainda assim abaixo de Yamaha XJ6F (R$ 28.990), Suzuki GSX 650 F (R$ 29.990) e Honda CBR 600F (R$ 32.500).